quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

1/2 Ultra Trilhos dos Abutres, relato duma aventura

Sou sincera, não sei como raio vou escrever sobre os Abutres. Como colocar em palavras aquilo por que passámos? Como descrever esta edição dos Abutres? 

Como habitual já sabem que têm um livro para ler. E como habitual vou começar pelo dia anterior. Aqui vai.

A viagem foi feita já de noite e no caminho apanhámos alguma chuva e vento. Nada que assustasse o suficiente ou que fizesse prever o que nos esperava no dia seguinte. 
Chegados a Miranda do Corvo fomos logo levantar os nosso dorsais. Números 11 e 12. UAU! Quase que somos elite =P (é elite mas é a contar de trás...). À entrada do pavilhão encontrámos logo o amigo Joaquim Adelino, foi tempo de trocar impressões sobre a prova com quem já anda há muitos mais anos que nós nisto e conhece bem esta serra. Retive uma frase "Pior que esta só a Freita. Nem Arga, nem São Mamede, nem Oh Meu Deus..." O amigo Adelino disse que realmente estávamos perante uma prova bastante técnica e que devido à chuva que estava a cair o terreno iria estar ainda pior mas íriamos conseguir, com calma e gerindo bem o tempo.
Pensei "Isto vai ser bonito vai...".

Depois do levantamento dos dorsais e de termos comprado as senhas para as refeições pós-prova fomos preparar as coisas para o dia seguinte e descansar. Aos poucos o vento foi ficando mais forte e durante a noite esteve uma ventania enorme que até assustava. Mas a gente vai conseguir, pensava eu...

Acordámos às 5h40 para termos tempo de nos equiparmos à vontade sem nos esquecermos de nada. Saímos do quarto e o Vitor recebe uma sms da organização..."Devido às condições meteorológicas a partida da ultra foi adiada para as 10h."
Isto era um mau sinal. Se a partida era adiada duas horas, também iríamos terminar mais tarde, provavelmente íamos correr umas 3 ou 4 h de noite...E tinhamos acordado tão cedo para nada...
Tomámos o pequeno-almoço e voltámos para o quarto para descansarmos mais um pouco. Às 8h incapazes de aguentar mais o suspense fomos até ao pavilhão para observar o ambiente e saber se haviam mais novidades. O tempo até estava bom, o sol até apareceu, nada fazia prever o que nos esperava na serra.
Encontrámos o sempre simpático Luís Mota, conversámos um pouco com ele, deu-nos alguns conselhos e deu-nos força. Um campeão que completou a prova em 7º lugar e foi o 1º do seu escalão.
Encontrámos ainda o Rui Soeiro e apenas vimos o Filipe Torres ao longe.

Tão inocentes...mal sabem eles onde se vão meter...

Fizemos o controlo zero onde a organização confirmou se todos os participantes tinham o material obrigatório:
  • mochila;
  • copo;
  • manta de sobrevivência;
  • apito;
  • telemóvel;
  • corta-vento;
  • frontal.
Seguimos lá para fora onde esperámos que fosse dado um briefing e a partida. Algum nervosismo por parte da Isa, a descontracção habitual por parte do Vitor.



O briefing, se foi dado, foi só para a malta que estava lá à frente.,..E um microfone, não? Nós não ouvimos nada e quando foi dada a partida limitámo-nos a correr.
Toca a dar corda aos sapatos pois temos 5h30 para chegar ao km 29! Piada...
Começo a ter mais esperança conforme os primeiros km's se vão desenrolando. Damos uma boa volta dentro de Miranda do Corvo, fazemos os primeiros 5 km em 35 minutos. Muito bom para um "trail". Por esta altura entramos na zona do Parque Biológico da Serra da Lousã, aqui já começa a haver alguma lama, mas tão pouquinha comparada com o que nos espera uns km's mais à frente...
O Parque Biológico é sempre a subir, mas lá nos aguentamos num passito de corrida. Não resisto a tirar umas fotos, há javalis, cavalos, cabras e setas a indicar ursos. De qualquer maneira no dia seguinte já tínhamos planeado ir visitar o parque. Os ursos ficam para amanhã.

No Parque Biológico.



Com sol e a subir ficamos com calor. Como nós, mais gente teve a mesma ideia e paramos junto a uma mesa de picnic onde mais atletas se encontram a tirar os impermeáveis e a guardá-los na mochila.
Não tardou a sairmos do parque, não tardou a entrarmos em zonas mais técnicas e não tardou a começar a chover para que tivéssemos que voltar a vestir os impermeáveis. E a partir daqui começa realmente a aventura.

Com uns 6 ou 7 km de prova, à saída do Parque Biológico
ainda era só sorrisos.

Fotos...como poderia eu tirar fotos se tinha as mãos constantemente sujas?
Bastões...algo que eu não tinha mas que os Abutres me convenceram a adquirir.

Diverti-me bastante nos primeirs km's, a lama era muita e os riachos também. Zonas lindíssimas onde a água  brotava das rochas em força. Dureza e beleza de mãos dadas. 
A lama dificultava muito a progressão. Volta e meia um pé queria ficar enterrado na lama e tinhamos que fazer uma força extra para o desenterrar. Em várias zonas o lodaçal chegava aos joelhos ou mesmo acima. Mas íamos divertidos. Uma atleta reconheceu-nos de Arga, outra de São Mamede. Gente simpática, ia tudo bem disposto neste período inicial. 

Começámos a ser ultrapassados pelo pessoal da prova mais curta. Não gosto disto, gera stress aos primeiros que estão a competir e gera stress para nós que somos mais lentos e queremos ver bem por onde metemos os pés pois ainda temos muitos km's pela frente e um passo em falso...
Um destes atletas comenta com o outro que em 3 edições dos Abutres que foi, está é a que tem mais lama. Han?!? Que espectáculo....logo na vez em que nós vamos....obrigada São Pedro...
Houve outra situação engraçada, numa descida algo inclinada e com alguns metros vi o Vitor à minha frente literalmente a patinar por ali abaixo. E estaquei. Com o jeitinho que eu tenho, provavelmente caía por ali abaixo, assim optei por descer em modo tartaruga, ou seja agachei-me e deixei-me escorregar mas de pés e mãos no chão e com o rabo apenas a uns centímetros do chão. Não gozem! Resultou! Não caí ;)

Apesar da muita lama os km's fizeram-se bem até à zona da separação. Um pouco antes cruzou-se um atleta conosco que era leitor dos nossos blogues, conversámos um pouco e depois ele seguiu. Logo a seguir vinha a separação das duas provas. Seguimos isolados para os 50 km. Quem estava à nossa frente já não se via, quem estava atrás ainda não se via. Sozinhos no meio da serra e de repente cai uma carga de granizo!!! Mas um granizo forte que doía ao atingir-nos. Lembro-me de pensar duas coisas nesta altura, a primeira foi que se conseguíssemos terminar a ultra nestas condições, seria o nosso maior feito até à data, a segunda foi que se o granizo caísse com mais força tínhamos que nos abrigar debaixo das árvores.
Metemos o capuz na cabeça e baixamos a cabeça para evitar levar com o granizo.
Como se granizo fosse pouco, veio a trovoada. Que espectáculo...
Só pensava que estava a ser uma enorme aventura e ainda nem íamos com 12 km! Pensava em como seria correr naqueles sítios e naquelas condições à noite...não queria imaginar...
Aquilo tudo estava a meter muito respeito. Nunca tinha estado no meio duma prova no meio da serra a levar com granizo e a ouvir a trovoada. Mal sabia eu que isto ainda ia piorar.

O granizo lá parou e eventualmente a trovoada também. Tudo ficou mais calmo e estávamos a chegar ao abastecimento. Nesta altura seguíamos com mais 3 atletas e pode-se dizer que íamos outra vez optimistas. O abastecimento só chegou ao km 14 quando era suposto ser ao km 12 e isto é um problema. O seguinte só chegaria também aos 24 km quando era suposto ser ao km 22. 

Muitos criticam a organização por ter sido inflexível com o tempo-limite das 5h30 ao km 29 (que foi km 31...) mas eu até acho que tendo em conta todos os factores até fizeram bem. Mas, na nossa opinião, houve outras falhas que poderiam ter sido evitadas. Um primeiro abastecimento só ao km 12 já é bastante tarde, quanto mais ao km 14...Durante o percurso não se via ninguém da organização nalgumas das zonas mais críticas apenas por precaução deveria ter estado alguém, eventualmente até bombeiros. Com o caudal dos rios como estava fazia todo o sentido e ainda mais com o frio extremo que esteve. As poucas pessoas por quem passámos da organização estavam em localidades (os sítios menos perigosos) e nem sabiam dar simples informações como onde eram os abastecimentos. São voluntários mas têm que saber estas informações, estão lá para ajudar os atletas e para os esclarecer, não é para estar só por estar. 
Outra enorme falha, esta já no final da prova, foram os banhos. Imaginem que passam por granizo, chuva, lama e um frio daqueles mesmo gelados. O que mais vos apetece depois de passarem por esta provação? Um duche quente claro! Pois...lamento...mas tudo o que a organização tinha para dar eram balneários com duches frios...Muito mau! Muito mau mesmo. Nós, felizmente, tínhamos a opção de tomar banho no hotel. Mas e quem não tinha essa opção? 
Estes são apenas os pontos que eu penso que têm de ser melhorados na próxima edição e que em nada dependeram das condições meteorológicas mas sim de falhas naturais da organização.
O resto é subjectivo, a partida adiada, o tempo-limite das 5h30 para os 29 km. Sim, foi frustrante mas são coisas que a organização não controla e que pelo bem-estar e segurança de todos optou que fosse assim e penso que fizeram muito bem.

Mas retomando o relato.
Ao km 14, quase 15, lá chegou o primeiro abastecimento em Vila Nova.
Tinham as habituais coisas boas, batatas fritas, laranjas e....o meu amado tomate com sal :) Claro que aproveitei para me deliciar com algumas rodelas. Nessa altura ganhei outro alento para seguir caminho. Mas nenhum tomate com sal poderia prepara-nos para o que vinha a seguir. Dos 14 aos 24 km foi praticamente sempre a subir. Subidas muito técnicas. E conforme subíamos mais frio vinha. Estes km's foram praticamente feitos sempre na companhia de outro atleta.
Passámos por levadas, subimos trilhos técnicos, trepámos com o auxílio das mãos. Íamos constantemente a molhar os pés, constantemente a trepar e a sujar as mãos.
Eu adoro provas assim mas já estava a ser demais, principalmente tendo em conta o frio e chuva que se fazia sentir. Foi também por esta altura que caiu nova fornada de granizo. Que diversão! Ou não...
Eu estava tão farta de subir e tão farta de lama que nem resmungava, ia simplesmente calada. O Vitor lá ia sempre a perguntar-me se eu ia bem e se sentia os efeitos do frio, mas por enquanto ia tudo bem dentro dos possíveis. Apesar do cansaço nunca parei, o caminho era em frente até à meta, pensava eu ainda ingenuamente naquela altura.
Com o cansaço posso eu, é normal, numa prova de resistência temos que saber lidar com ele. Mas depois surgiu o problema. O frio.

Aos poucos fui ficando com as mãos cada vez mais frias e quando dei por ela já tinha as mãos geladas. E estava de luvas!
Se até aqui ia calada, nesta altura partilhei da minha preocupação com o Vitor. A partir daqui foi tentar de tudo para aquecer as mãos. Abrir e fechar as mãos, bater palmas. Inclusive dei umas chapaditas na cara e outras nas pernas apenas por precaução, pois o pior era mesmo as mãos. Também ia com os pés bastante frios e por precaução também ia só a mexer os dedos dos pés dentro dos ténis. O Vitor queixava-se mais do frio nos pés, devido aos km's e km's com os pés debaixo de lama e água.  Eu abria e fechava as mãos mas não resultava e comecei a ficar um pouco assustada. E então tive uma ideia. Tirei as luvas e aqueci as mãos com o bafo da boca. O Vitor ainda ficou preocupado por eu estar a tirar as luvas, mas foi a melhor coisa que fiz, pois assim comecei a conseguir aquecer as mãos. Quando senti que as mãos já estavam um pouco melhores (nunca deixaram de estar frias) voltei a vestir as luvas com a ajuda do Vitor.

Isto estava a ser uma grande aventura e nem se pode dizer que a prova em si nos parecesse assim tão dura. Mas o terreno péssimo e o tempo estavam a deixar-nos fartos daquilo. Só queria o abastecimento seguinte para descansar um pouco. Claro que, mais uma vez, o mesmo só apareceu 2 km após o indicado no regulamento, aos 24 km.

Foi muito bom ver pessoas. Tal como já disse achei um pouco desolador, apesar do percurso bem marcado, não encontrar pessoas da organização em mais locais do percurso.
Chegados a este segundo abastecimento um senhor perguntou se alguém queria ficar ali pois havia um autocarro à espera. O nosso companheiro logo se dirigiu para lá. O Vitor virou-se para mim e disse "Isa, e nós?". Nós é para continuar."Mas já passa das 5h30...." Então perguntámos ao senhor se estavam a barrar as pessoas ao km 29 (que seria 31) e ele disse logo que sim. Disse que podíamos continuar mas seríamos barrados nesse km. Então para quê continuar com este sofrimento se não vou poder continuar mais à frente de qualquer maneira? Ao mesmo tempo pressionaram-nos dizendo que o autocarro com os atletas estava mesmo a sair. E assim, tomámos uma decisão rápida mas consciente que não havia mais nada a fazer, o sonho de completar os Abutres tinha acabado. Corremos para o autocarro. O senhor com pena de nós ainda nos ofereceu um pacote de batatas fritas a cada. Foram todinhas no percurso até Miranda do Corvo :)

Esperava ver 2 ou 3 atletas mas fiquei espantada quando vejo o mini-autocarro quase cheio. Umas 15 ou 20 pessoas. A tal rapariga que nos reconheceu de São Mamede comentou logo conosco sobre o frio. Podes crer!
Muitos iam embrulhados nas mantas térmicas, também abri a minha que serviu para nós os dois.
Telefonámos para o João que sabíamos estar colado ao ecran do computador a seguir-nos através da página de Facebook da prova. E então tomámos conhecimento da "limpeza" que estava a ser feita nesta prova. Quase 300 pessoas não tinham passado no controlo!!! Minha nossa! O João começa a dizer alguns nomes nossos bem conhecidos, alguns bem conhecidos pela generalidade do pelotão. Fiquei completamente aparvalhada, não tinha noção do que se estava a passar.
Diz-nos também que a única pessoa nossa conhecida que conseguiu passar foi o Filipe Torres e mesmo assim foi com pouca margem. Ficamos bastante impressionados e a partir daqui torcemos para que o Filipe termine a prova. E terminou :) Grande Filipe, és enorme!!!

Os nossos ténis e meias no final da prova....
Vamos ver um pouco mais de perto.

E depois havia a sola de lama que se formou dentro dos ténis...

Foi uma coisa impressionante em todos os sentidos aquilo que vivemos.
E claro que tenho pena que não tenhamos terminado mas não ficámos nada chateados. Aceitámos bem o corte, percebemos que foi por questões de segurança. Achamos que foi melhor assim e preferimos voltar lá no próximo ano melhor preparados e de preferência com melhores condições meteorológicas. Para o ano os Abutres não nos escapam ;)

Oh pra eles no pós-prova (e banhinho quente tomado)!
Apesar do sofrimento e frustração por não terem conseguido,
há sempre alegria pela aventura vivida.

Tal como já disse anteriormente não havia banhos quentes, optámos por ir tomar banho ao hotel. E foi dos melhores banhos da minha vida. Finalmente tinha os meus pés e as minhas mãos quentinhos!!! Que maravilha! E para rematar nada como ir almoçar/jantar bem e terminar com um docinho delicioso, uma serradura =P

Ainda fomos ver a chegada de alguns atletas e a entrega dos prémios mas às 21h30 estávamos a adormecer. Fora um dia em cheio!

O pódio dos três primeiros.
Ricardo Silva, Nuno Silva e Vitor Cordeiro

Esta prova marcou-nos muito. Vivemos experiências nunca antes vividas e fizemos parte duma edição dos Abutres que sem dúvida ficou para a história.
Aprendemos muito e essas lições vão ajudar-nos com certeza a superar os próximos obstáculos.
Não sei se consegui exprimir bem o que vivemos. Só posso dizer que fiz o relato o mais fiel possível.
A metade da prova que fizemos, se tirarmos da equação as condições do terreno agravadas pela chuva e as condições meteorológicas, achámos que até nem era demasiado duro. Mas a chuva, a lama (tanta lama minha nossa!!!), o granizo e o frio gélido tornaram estes "meros" 24 km em algo quase épico.
Espero que a organização tenha o bom senso de alargar os tempos-limites intermédios que mesmo com condições mais favoráveis seriam sempre apertados.
Foi uma grande aventura e quase que aposto que iremos fazer muitas e muitas provas até vivermos novamente algo assim.

Mais uma vez não teria sido a mesma coisa sem o meu companheiro, o meu Vitor.
Ainda bem que nos temos um ao outro. E ainda bem que podemos partilhar estas aventuras. Venham as próximas! :)

No dia seguinte deu para descontrair. Houve quem passasse o dia inteiro a falar da prova. É que não se calava! (eu....). 
Já que esta prova foi fraquinha em fotos, fiquem com algumas do interessante Parque Biológico.


Mau mau Maria....
Não estou a gostar desta troca de olhares...



Como eu te percebo...
Aquilo ontem foi mesmo cansativo.
Um dá-me beijinhos no relógio.
O outro cheio de ciúmes aguarda para me poder dar uma marrada...

E à tarde ainda deu para ir conhecer Gondramaz.

Eheheheh :)

Até para o ano Miranda do Corvo!

E para terminar em beleza fomos fazer o reconhecimento à próxima ultra que será no dia 1 de Março.
Vejam se conseguem adivinhar qual é?



Já adivinharam?



E agora?



Pronto..eu dou uma ajudinha :)


23 comentários:

  1. Amiga... vocês são uns heróis e estão de parabéns por todo o empenho e espírito de sacrifício.
    O vosso relato espelha bem o que se transformou essa prova e que no futuro vos irá ser muito útil.
    Apesar de doer, é compreensível o corte (apesar de, como dizes e bem, terem que rever esses limites) mas o que não é aceitável de modo algum é a falta de pessoas nos locais perigosos e os tardios reabastecimentos. Não sei se há algo regulamentado em provas de montanha, em estrada é obrigatório um reabastecimento em cada 5 km no máximo. E se correndo moderadamente 5 km em estrada pode dar à volta de 30 minutos, neste tipo de provas é muito mais. Ora o primeiro ter sido aos 14 km é exageradamente tarde.
    Considero que o mais importante na apreciação de uma organização é a segurança. Activa e passiva e aí essa falhou em ambas as vertentes (activa por falta de pessoas a controlar sítios perigosos, passiva pelos reabastecimentos).

    Muita força para o Sicó onde vão ser muito felizes! Aqui para nós que ninguém nos ouve, acho que vão arrasar :)))

    Beijinhos!

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    1. Nos trilhos normalmente as provas são sempre em regime de semi auto-suficiência mas mesmo assim acho que nunca tive um 1º abastecimento tão tardio.

      Foi sem dúvida uma grande aventura e uma boa preparação para Sicó.

      Aqui para nós...tenho um bom feeling quanto a Sicó :)

      Beijinhos

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  2. Fantástico Isa, fantástico! Eu pessoalmente, pelo que tenho lido, concordo com a barragem das 5h30m, a segurança deve estar sempre, mas sempre em primeiro lugar.

    Alias como já li noutro blog, a prova dos abutres, pelas dificuldades que apresenta, devia ter pré-requisitos. Vê lá que li num blog, que houve pessoas a irem fazer os Abutres com ténis de estrada! Credo!

    Primeiro a segurança, sempre!

    Beijinhos

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    1. Sim, a segurança em primeiro lugar.
      Ténis de estrada parece-me loucura a roçar a inconsciência.
      Eu acho que deviam criar uma escala de avaliação de dureza das provas. E cada prova era classificada de acordo com essa escala, para que os atletas tivessem uma ideia de onde se estavam a meter.

      Venham mas é as próximas!

      Beijinhos

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  3. Muitos parabéns pela vossa superação! Estou de acordo que, nas condições que estavam, e sabendo que tinha passado o tempo de corte, a melhor decisão foi terem ficado por ali, embora acredite que custe...
    Mas para o ano quem come os Abutres são vocês. :D
    E força para o Sicó!
    Beijinhos
    PS: Gostei muito desse parque. Até javalis e veados tinham, lovit! :)

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    1. Obrigada Rute.
      As condições eram mesmo extremas e percebo perfeitamente o corte que fizeram. Para o ano há mais :)

      O Parque é muito giro e está inserido no meio da natureza e os animais são bastante simpáticos, as cabrinhas vinham sempre ter conosco :)

      Beijinhos e boas corridas!

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  4. Bem, que dureza. Ainda bem que tudo acabou em bem e sem problemas.
    Como sabes a corrida para mim é estrada e pouco mais, mas ao ler o teu relato apetece-me dizer e perguntar uma série de coisas. Mas não hoje nem aqui, talvez numa amena conversa de café.
    No entanto admiro-vos a todos os que se metem nestas andanças. E se gostam, é pá, continuem, sempre a sorrir e sempre com consciência dos limites.

    Beijos grandes! ;)

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    1. Pois, nós gostamos de estrada e trilhos :)
      Os trilhos têm coisas que a estrada não nos consegue proporcionar, o contacto com a natureza, a superação de obstáculos colocados pela própria natureza, zonas mais técnicas e que nos fazem utilizar outros músculos que na estrada não utilizamos.
      Há uma magia e um bem estar mais puro nos trilhos, mas claro que também há outro tipo de riscos, se bem que a maioria das provas têm segurança e sabem avaliar bem os percursos.

      O resto fica para a nossa conversa de café :)

      Beijinhos e bons treinos!

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  5. Olá Isa!

    mas que bela aventura!

    Dura, mas que sem duvida e algures por lá teve algo em que deu para aprender.

    Tenham acabado ou sido barrados a verdade é que quem por lá andou merece a minha admiração.

    Já ouvi e li muito bem sobre o Sicó, por isso, parece-me uma bela escolha :)

    Bjs

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    1. Como se costuma dizer, aprendemos mais nas dificuldades do que quando as coisas correm bem, por isso sentimos que foi uma bela aprendizagem.

      O Sicó, pelo que sabemos, não tem nada a ver com os Abutres, mas vai ser uma descoberta pois a distância é maior....Mas não há tempos-limite, só isso já dá outro descanso :)

      Beijinhos e bons treinos!

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  6. Parabéns! Estiveram lá a batalhar contra a Serra mas desta vez ela foi mais forte, há que pensar já na próxima! Força!

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    1. É verdade Sílvio...mas vão haver mais oportunidades!
      Já só pensamos na próxima ;)
      Beijinhos e bons treinos!

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  7. Grande aventura! São uns heróis!
    Para o ano vão e cortam a meta!
    E têm que arranjar luvas que aguentem essas temperaturas.
    Beijinho e abraço.

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    1. Para o ano vai ser outra conversa! :)
      Sinceramente não sei quais...as minhas até eram grossas...o problema é que as minhas mãos já de si costumam andar frias no Inverno...quanto mais naquelas condições.

      Beijinhos e boas corridas!

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  8. Mais uma vez muitos parabéns! Mesmo não tendo acabado foi excelente e com certeza que deu para uma grande aprendizagem, que vos vai ser muito útil em aventuras no futuro. E os Abutres estarão ali novamente para o ano, para serem conquistados.
    Beijinhos e força para Sicó (foi o meu primeiro trail, sabias?)

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    1. Obrigada Carlos.
      Foi, sem dúvida, uma bela aprendizagem.
      E para o ano há mais! :)

      Não sabia mas já foi cuscar entretanto o teu relato.
      Mas depois dos Abutres penso que nada pode ser pior...

      Beijinhos e bons treinos rumo aos 100!

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  9. Isa, que experiência brutal foram os Abutres!
    Nunca tínhamos estado em condições tão adversas, muita muita lama, pés sempre molhados, granizo e especialmente as baixas temperaturas. Com os pés e as mãos a congelarem, não havia condições para continuar em prova. Concordo com o corte da organização, estava em causa a segurança dos atletas. Mas também concordo com a crítica aos abastecimentos muito espaçados.
    Para o ano estamos lá outra vez (mais uma noitada a fazer a inscrição), dessa vez será para terminar!!!
    Foi mais uma grande aventura na companhia da minha Isa, apesar do desfecho não ser o esperado. Como tenho dito, gosto muito desta nossa partilha das dificuldades.
    Agora venha Sicó!

    Beijos ultra gigantes

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    1. Podes crer, foi mesmo brutal! Mas aprendemos muito, até aprendemos a ser barrados :)
      E claro que para o ano há mais!
      São só aventuras com a tua Isa :) E agora, a próxima, Sicó. Esta tenho mesmo um feeling que vai correr tudo bem.

      Beijos ultra gigantes

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  10. Oh, ainda me viram? Fiquei mesmo com pena de não vos ter visto. Só vi o Rui! Realmente foi brutal o que passámos. Tenho muitas dificuldades em explicar às pessoas exactamente o que foi aquilo, mas por outro lado quando "falo" com alguém que lá esteve sinto-me como se fossemos irmãos de armas que travaram a mesma batalha eheh. Também vou ao Sicó! Mas vou arriscar os 111km, vai ser o derradeiro teste para a Madeira :) Se tudo correr bem, já não vos vejo, espero não andar pela Serra no domingo ainda ehehe Beijinhos Isa, e nunca é de mais dizer: parabéns!!

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    1. Vimos antes da provas mas estavas ao longe.
      Foi mesmo uma coisa brutal! E tu estás de parabéns por teres conseguido superar todas as adversidades.

      Tu és mas é maluco! A 1 mês da Madeira vais aos 111 de Sicó??!!?? Ganda maluco!
      Olha, que tudo de corra bem! FORÇA!

      Beijinhos

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  11. Foi exactamente o que pensei, 111 Kms tão perto da Madeira! Que granda maluco :)

    Tens toda a minha admiração!

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  12. Mais um relato impressionante dos Abutres deste ano. Muitos parabéns por terem enfrentado tal prova e tais condições de tempo.

    Eu gosto muito de trail, mas não me vejo a inscrever-me numa prova deste género, claro que nada invalida apanhar muito mau tempo num trail que vá fazer, mas assusta-me ter de passar por um temporal desses e situações de muito frio com inícios de hipotermia como li em alguns sítios.

    Beijinhos e força para o Sicó.

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    1. Obrigada Cravo.
      Foi, de facto, um pouco assustador, daí termos de saber lidar com estas situações. Não foi fácil mas sinto que tirámos lições importantes para as próximas aventuras.

      Beijinhos

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