quarta-feira, 27 de maio de 2015

Estrada vs Trilhos, balanço

Estava para aqui a ver as provas que já fizemos este ano e as que ainda temos planeadas.
Até agora tem sido um equilíbrio entre provas de estrada e de trilhos. 

Até este dia fizemos 6 provas de trilhos e 5 de estrada. Mas só concluímos 5 de trilhos, os Abutres ficaram a meio...

Mas se formos analisar a coisa em termos de quilometragem a coisa já é bastante diferente. Totalizámos 104 km em provas de estrada mas em provas de trilhos totalizámos 213 km!!! Mais do dobro.

A prova mais curta do ano foi o GP do Atlântico com 10 km e única de 10 km até ao próximo dia 7 de Junho :)
A mais longa foi o Ultra Trail de Conímbriga Terras de Sicó com 65 km mas onde totalizámos 67 km, a mais longa distância por nós percorrida até hoje.

Concluídas três provas com 42 km ou mais (UT Terras de Sicó, Maratona de Paris e TL São Mamede) totalizamos neste momento 8 provas com 42 km ou mais, sendo que 4 são maratonas de estrada.

Se pensar em todas as provas que fizemos este ano,

  • Trail Centro Vicentino da Serra
  • Trilhos dos Abutres
  • 20 km Cascais
  • GP Atlântico
  • UT Conímbriga Terras de Sicó
  • Meia-Maratona 25 de Abril
  • Maratona de Paris
  • Corrida da Liberdade
  • Trail de Sesimbra
  • Trilhos das Lampas
  • Trail Longo de São Mamede
chego à conclusão que a prova mais brutal de todas foi claramente e de longe os Trilhos dos Abutres e nem sequer a concluímos! A lama, a chuva, a trovoada e principalmente o frio contribuíram para que esta prova ficasse na história. Foi graças a esta prova que já não vejo o calor da mesma maneira. Antes o calor era o pior dos bichos papões, hoje em dia continuo a não gostar de muito calor e continua a custar imenso correr com calor mas aquele frio...quando penso ao extremo que chegámos até assusta. Já falámos várias vezes e queremos voltar lá no próximo ano, mas se estiver novamente um tempo assim extremo e se continuarem a apertar com os tempos-limites intermédios será complicado. Mas não é isso que nos irá impedir de voltar a tentar. E continuaremos a tentar, ano após ano, se assim for necessário.

Tirando os Abutres da equação e porque nem sequer a concluímos, a prova que mais me custou a fazer este ano até à data foi a Maratona de Paris. Mas o esforço valeu bem a pena.

A prova que mais gozo me deu e ao mesmo tempo também exigiu grande esforço e grande força de vontade foi o UT de Sicó. Foi um dia, 13 horas, de grandes aventuras, muitas conversas, gargalhadas e no final desabafos de cansaço mas conseguimos e passámos por sítios lindíssimos e algumas subidas bem duras. Inesquecível!

Agora seguem-se mais provas de trilhos do que de estrada. 
Nos 3 meses de Verão possivelmente vamos fazer mais ultras que fizemos nestes 5 meses. Serão todas completamente diferentes e será bom diversificar, quanto mais diversidade melhor! :)
Ainda vem longe mas já estamos a pensar nos 100 de São Mamede e quantas mais ultras nas pernas melhor :)

Boas corridas!

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Trail Longo de São Mamede, a "minha" prova, mais um dia inesquecível

Calor, novamente calor. Pela segunda vez alinhamos à partida dos 42 km + uns pozinhos e pela segunda vez a temperatura prevista é alta. Demasiado alta para quem vai andar pelos montes e planícies alentejanas a correr na hora de maior calor. Mas pela segunda vez cortamos a meta. 
No próximo ano o sonho. O sonho dos 100. Já estamos na contagem decrescente. Já faltam menos de 365 dias para alinharmos na partida de São Mamede, mas, e se tudo correr bem, no próximo ano vamos à prova rainha, aos 100 km de São Mamede. O sonho.

Tenho um fascínio por esta prova. Não me perguntem como nem porquê mas tenho. Penso que é uma mistura de vários factores. Desde que descobri os trilhos e descobri que existia em Portugal uma prova com 100 km que pensei "Um dia hei-de fazê-la!". Entretanto há cada vez mais provas com 100 km ou mais, mas esta será sempre, pelo menos para mim, "A" prova de 100 km.
Há um ano atrás fomos até Portalegre cheios de receios, era a primeira vez que íamos fazer uma distância de 42 km em trilhos. Estava um dia muito quente mas conseguimos superar todas as dificuldades e divertimo-nos muito. Após 8h04m cortámos a meta com 44,5 km percorridos. 
Para este ano e já com muitos mais km's em trilhos tínhamos como objectivo melhorar o tempo do ano passado e terminar abaixo das 8h de prova. 

A viagem de ida foi tranquilda, conosco foi o amigo Pedro Burguette. Chegados a Portalegre já se viam estrelas no céu. O céu do Alentejo. Levantámos os dorsais, conversámos com alguma malta conhecida que ia partir à meia noite para os 100. E depois fomos preparar as nossas coisas e dormir.

Na fila para levantar os dorsais.
Foto do André Noronha
5h30 de sábado, acordo e a primeira coisa que penso é "neste momento há centenas de pessoas que estão a correr há 5h30  no meio da Serra de São Mamede". É impressionante!

Vamos buscar o amigo Pedro e seguimos para o Estádio onde estacionamos o carro e apanhamos os autocarros da organização para Marvão. Está um vento forte e frio mas sabemos que daí a umas horas estará muito calor.

A caminho de Marvão.

Chegados a Marvão começamos a ver os primeiros atletas dos 100, chegam aqui já com cerca de 60 km nas pernas!

Na fila para beberem cafés.
Oferecido pela organização :)
Com o amigo Burguette e o meu Vitor.

Às 9h chega a nossa vez. É a nossa vez de sofrer, ou antes, de viver!

Já conhecemos a prova, desta vez será diferente. 
Partimos os três mas o amigo Pedro, que só veio aos 42 km porque estava lesionado e umas semanas antes teve que desistir dos 100 km para os quais estava inscrito, está a sentir-se bem e cedo segue.
Ficamos os dois.

A prova começa a descer. Muita pedra mas já descemos melhor do que há um ano atrás. Claro que tudo o que desce....E lá começamos a subir. Os meus gémeos até chiam, parecem calhaus! Ainda é muito cedo para começar a subir, queixam-se eles mas a coisa lá lhes passa uns km's à frente.
Subimos até ao castelo de Marvão, corremos pelas bonitas ruas e depois é sempre a descer em calçada romana. Muita pedra, joelhos e costas massacrados. Ora passamos, ora passam por nós alguns atletas dos 100 km, vamos-lhes dando força. Alguns vê-se que ainda vão bem, outros vê-se que já não vão bem mas lá se continuam a aguentar.

Sobe rapaz!
À conquista do castelo...

A vista lá de cima.



Acabou a descida, vamos a correr, passamos junto a um ribeiro, não me lembro desta parte, penso que houve aqui 1 km ou 2 que estão ligeiramente diferentes do ano passado. Mas não tarda muito a entrarmos em zona familiar. Sinto que já conheço isto melhor do que as palmas das minhas mãos.

Segue-se mais uma subida. Tinha outra ideia desta subida mas à medida que vamos avançando vou lembrando-me de tudo, até me lembro de ir ali a comer frutos secos :)
Falamos um pouco com outra atleta que já conhecemos doutras provas. Também ela esteve nos Abutres...diz que não se dá bem com o calor. Digo que também não gosto mas que depois do que sofremos com o frio nos Abutres, o calor até me parece aceitável. 






Acaba a subida mas com a minha memória de elefante vou descrevendo ao Vitor o que se segue. "Agora é plano mas não durante muito tempo, voltamos a subir e será mais inclinado." E assim foi, após essa subida, era plano, depois a descer até ao 1º abastecimento. Lembrava-me de tudo! 
Um atleta dos 100 dá um grito de alegria na descida, também o ouvimos a falar sozinho...comentamos que já não deve ir muito bem da cabeça o que é perfeitamente compreensível, nesta altura deveria ir com mais de 70 km!




Pouco depois vemos um atleta deitado no chão, coberto com a manta térmica. Perguntámos aos dois atletas que se encontravam com ele, se estava tudo bem, se precisavam de alguma coisa. Não era necessário, a ambulância já vinha a caminho... O calor começava a fazer estragos e a meter respeito. Ainda eram 11h da manhã...
Logo a seguir vinha a ambulância. Que tudo tenha acabado em bem é o que se quer.

Chegados ao abastecimento encontrámos o Nuno Sabino da Açoreana, colega do Pedro. Comentámos que ele ia bem, e de facto estava com muito bom ar. O Pedro já tinha seguido à algum tempo, segundo o Nuno Sabino ia cheio da pica. 
No abastecimento já sabem a história, tomate com sal :) e afins. Laranjas muito boas.
Siga em frente. A fase seguinte não me lembrava bem mas fui recordando tudo conforme íamos passando pelos sítios. Planície alentejana, bois, ovelhas, cabras. Sol. Calor. Muita água, isotónico, frutos secos, marmeladas.

Lá estão os nossos amigos.
Muuuhhhhh!
Muita flor, muita cor havia nesta serra.

Nova subida, não custou muito. Corrida. Avistar Castelo de Vide. "Já falta pouco para o 2º abastecimento, agora temos zona plana boa para correr, depois subida algo técnica no meio das árvores e depois abastecimento". E assim foi. Agora aqui houve uma diferença em relação ao ano passado. Chegados ao abastecimento subíamos uns degraus rumo a uma capela com vista para Castelo de Vide e depois descíamos pelo meio das rochas com ajuda dumas cordas. Este ano não havia nada disso o que foi pena. O abastecimento foi-nos entregue de mão beijada. Novamente encontramos o Nuno Sabino. "Vais com boa cara" digo eu. Levanta os olhos para mim e diz-me que não vai bem e assim que vemos os olhos dele percebemos que realmente já não vai bem. É incrível a diferença para uns km's atrás. Mas tentamos animá-lo, vai a bom ritmo, ainda tem muito tempo, há quem vá bem pior que ele.
Queixa-se da falta de alimentos mais consistentes e percebo o que diz. Para quem vai com quase 100 km em cima faz sentido que os abastecimentos fossem um pouco mais consistentes.  A pizza só chegaria daí a cerca de 13 km...é muito tempo e serão 13 km à hora de maior calor...

A avistar Castelo de Vide.
2º abastecimento quase quase a chegar.
Também nós vamos com bom ritmo, melhor que o ano passado. Sabemos que em principio conseguimos baixar das 8h mesmo que tenha os 44 km, chegamos mesmo a pensar que talvez dê para baixar das 7h30 mas o calor começava a apertar...

Saímos do abastecimento, vamos muito bem, o Vitor vai impressionado com as vistas lá de cima. Vamos a correr e a planície alentejana estende-se lá em baixo. Ao longe avistam-se outras serras. Outro atleta também pára para tirar fotos e comenta conosco "Só por isto já vale a pena".




Descemos, sei que agora teremos muitos km's planos em terreno aberto. O ar está quente e muito seco. Mas conseguimos correr bem aqui. É meio-dia e tal mas ainda vamos bem apesar do calor.


Mais bois.
Burrinhos




Mas os km's vão passando e tantos km's a correr em campo aberto aquela hora vão fazendo mossa.
Entramos numa zona com algumas sombras, não me recordava bem mas ainda faltava bastante para o abastecimento. Por esta altura fazemos 30 km em 5h. Um ritmo muito bom para o calor que estava. Mas a coisa começava a custar. Agora íamos a subir, o abastecimento nunca mais aparecia, depois descíamos, já ia a maldizer o raio do abastecimento que nunca mais aparecia. Precisava de piza!!!

E então ei-lo! O 3º abastecimento (demasiado afastado do 2º!) no Convento da Provença.
Foi agarrar na primeira fatia de piza que me apareceu à frente :)
Havia muita gente sentada, muita gente a descansar à sombra. Uma voluntária perguntou-se se eu queria sentar-me, respondi que se me sentasse já não me levantava mais. Mas passados uns segundos reconsiderei e aceitei sentar-me. Estava muito calor e sentia-me um pouco tonta. Estava a precisar de recuperar energias com comida e descanso. E assim sentada fui comendo fatias de piza (3), batatas fritas, laranjas e tomate com sal. A tal senhora que me ofereceu a cadeira, também me ajudou a encher a garrafa de água. Pessoas fantásticas prontas a ajudar os atletas!
Entretanto o Vitor andava por ali a comer e até foi lavar as mãos e a cara à casa de banho que havia no convento. Olhei para a piscina que havia ali...Mais tarde viríamos a saber que o Pedro tinha perguntado se podia ir para a piscina e que lhe tinham dito que sim, ele tirou a roupa, ficou em fato de banho e meteu-se dentro da piscina....ahahahah :) Ganda Pedro! Diz que ainda teve lá uns 15 minutos.

Como vos disse no inicio o Pedro tinha-se preparado afincadamente para os 100 km de São Mamede e nós testemunhámos alguns desses treinos. Devido a lesão teve que desistir da ideia dos 100, mas para minimizar o desgosto quis ir aos 42 km. Mas claro que o pé deu sinal e se nos km's iniciais ele ia a sentir-se muito bem, mais para o fim sofreu imenso, daí estar desesperado por meter o pé dentro de água.

Mas prosseguindo. Após termos abastecido e descansado no abastecimento senti-me melhor e lá seguimos caminho. Já só faltava um abastecimento e depois era a escadaria da Penha e depois sempre plano até à meta.
Sempre que apanhávamos zonas planas tentávamos correr mas já custava, estava imenso calor. Por esta altura já avistávamos a cruz do cimo do monte da Penha, o que só serviu para nos assustar mais...Ainda tínhamos que subir aquilo tudo....

Curiosamente desta vez o Vitor ia pior que eu. Eu é que ia quase sempre à frente dele, ele nem dizia nada. Já sei que quando ele vai assim é porque não vai mesmo nada bem, por isso fui animando-o, já não faltava muito, depois teríamos o João e a Mafalda, com sorte podia ser que eles tivessem croquetes com eles :)
E assim começámos a última subida. Não era das piores. Era uma subida mais por etapas e não era particularmente inclinada. Fez-se.

O problema é que depois disto faltava a descida até ao abastecimento. É uma descida que se vai tornando progressivamente mais inclinada, os travões até chiam...
Mais uma vez notava como o Vitor não ia bem, ia atrás de mim...numa descida. Quando avistei a capela da Nossa Senhora da Penha gritei para ele que já se via o abastecimento. Umas senhoras estavam lá a tirar fotos e uma comentou "Assim é que é! O "marido" espera pela mulher." ao que o Vitor respondeu "Ou neste caso, a mulher espera pelo homem..."

Neste último abastecimento fomos informados que faltavam cerca de 5,5 km para a meta. Olhámos para o relógio e percebemos que, mais uma vez, a prova teria mais que os 42 km. Previsível.

Portalegre é já aqui! Mas ainda faltam 5,5km para a meta...
Última etapa, escadaria da Penha. 270 degraus. A descer. Não nos custou tanto como o ano passado. Depois das escadas era quase sempre plano mas já nem em plano conseguíamos ir sempre a correr. O Vitor teve uma ameaça da caimbra e tivemos que parar um pouco.
Lá seguimos entre caminhada e passitos de corrida. 1 km e pouco antes da meta alguns voluntários tinham garrafões de água e perguntavam aos atletas se queriam refrescar-se. Eu não quis, mas o Vitor aproveitou para lhe despejarem água em cima. Que bela banhoca! :)

E assim estávamos a 1 km da meta.



E a umas centenas de metros estava o João que ficou em polvorosa quando nos viu a chegar, que íamos muito bem, que íamos melhorar o nosso tempo do ano passado. Acompanhou-nos na última subidita. E depois estava a Mafalda. É muito bom ver caras conhecidas depois de 42 km e 7h e tal no meio dos montes ao calor, principalmente dois amigos como o João e a Mafalda. Mas nem tínhamos energia para agradecer o suficiente.

A entrar no estádio. O João vai a correr ao nosso lado.

Seguimos para a pista. Faltavam para aí uns 300 m. Eu pensei "Já está! Conseguimos!", o Vitor disse "Isto era dispensável....ver a meta e ainda termos que dar uma volta à pista..." Como o meu homem ia!!!! Lá lhe dei força, somos bons, conseguimos!!!



3 crianças brincavam junto a uma baliza, quando nos viram a passar gritaram força e uma pequenina gritou "Boa!", com isto até o Vitor se derreteu e animou para os 100 m que faltavam. Seriam 43 km e 900 m, mais uma ultra não oficial. A nossa 8ª prova com 42 km ou mais! :)

Lembrei-me da minha chegada do ano passado, a dançar. E achei que seria bom terminar novamente a dançar e lá dancei um pouco enquanto ria. Veremos se quando forem os 100 km também consigo terminar a dançar.... ;)

A Mafalda, o João e o Pedro esperavam por nós, o Pedro juntou-se a nós na festa da meta.

FEITA!
Em 7h46m, menos 18 minutos que no ano passado!

Venham de lá esses croquetes! :)

A chegarmos à meta com o Pedro a juntar-se a nós do lado direito.
E JÁ ESTÁ!!!
Com o amigo Pedro Burguette.
Com o meu companheiro.
Com o amigo João.
O descanso da guerreira.

Ainda encontrámos algum pessoal conhecido, o Marcelo, o Nuno Sabino e o amigo Joaquim Adelino que contará a sua história no seu blogue.

Depois foi hora do banho e depois almoço/jantar. Sim, foi um grande lombo de porco com molho de ervas e alho a acompanhar com batata frita e migas de feijão e ervas. Sim, foi tudo acompanhado por azeitonas e queijo :) E sim, depois ainda comi uma serradura! Não....não tinha fome nenhuma... ;)

E finalmente o merecido descanso.

No dia seguinte houve passeio e houve mais aventura. Este fim-de-semana ficou marcado por duas grandes aventuras. Uma no sábado em Portalegre, a outra no domingo em Chão de Lopes...Só nos resta agradecer à população de Chão de Lopes por toda a ajuda prestada. Gente 5*!

Foi mais um grande fim-de-semana na companhia do meu Vitor!
Obrigada por tudo! E sim, não te escapas de correr os 100 km comigo no próximo ano! =P

Com as nossas camisolas da prova. Bem bonitas!

Mais uma vez obrigada ao João e a Mafalda. O ano passado o João já lá tinha ido com a Marta para uma grande surpresa a estes dois atletas. Este ano sabíamos que ele estaria lá com a Mafalda à espera de ver chegar vários amigos, nós entre eles e por isso novamente só temos a agradecer todo o apoio e fotografias :)

Obrigada ao amigo Pedro pelos bons momentos e por nos fazer rir com as suas aventuras e desventuras.

Muito obrigada a toda a organização do UTSM, tudo malta simpática e pronta a ajudar. Uma prova, mais uma vez, bem organizada e a merecer que voltemos....para os 100 :)

A meta dos 100 km que quero cortar daqui a 1 ano.

terça-feira, 12 de maio de 2015

Trilhos das Lampas, um agradável passeio ao entardecer

Já tínhamos esta prova debaixo de olho mas quando o Fernando Andrade nos informou que o prazo das inscrições estava a acabar, apressá-mo-nos a inscrever-nos. O Vitor já conhecia a prova mas eu nunca a tinha feito, mas nas Lampas só se pode esperar uma boa organização. A Meia Maratona das Lampas, também organizada pelo Fernando Andrade, é uma das meias maratonas imperdíveis em Portugal, portanto os trilhos, embora em zona de poucas serras, só poderiam ser bons.

E assim no passado sábado às 19h30 estávamos a alinhar para 20 km com o colega de equipa João Cravo.


Sabíamos que a prova era relativamente corrível o que é sempre um bom treino e é óptimo para último treino em trilhos antes de São Mamede.
Começámos a prova, rapidamente metemos por trilhos relativamente corríveis mas com alguma pedra. Os meus gémeos iam um pouco pesados mas foi só no inicio, depois soltaram-se.




Uma prova "pequena" mas com quase 1000 participantes. Apesar de não ser uma prova muito técnica, tem a sua dose de dificuldades e ao mesmo tempo pormenores deliciosos como um rancho folclórico em pleno campo.
Lá está o rancho e os dois amarelinhos a correr.

O casalito.

Corríamos nesta altura numa zona muito verde e plana. O sol estava a pôr-se. Muito bonito.


Lá vem o casalito outra vez.

Nesta altura eu já ia bem mais solta mas com o Cravo e o Vitor a puxarem por mim eu já ia quase com os bofes de fora. Mas foi bom, conseguimos imprimir um bom ritmo. 
Passámos no primeiro abastecimento e seguimos para a primeira grande subida da prova, não sem antes atravessarmos um pequeno riacho.

Na primeira subida digna de nome.
O pôr do sol :)

Para mim o grande ex-libris desta prova não é propriamente o percurso, mas sim a hora a que é feita a prova. Nós os lentos começamos de dia, temos o privilégio de ver o pôr do sol junto à praia e acabamos de noite. E isso dá um gostinho especial à prova.

Aqui na descida para a Praia da Samarra onde nos tiraram uma foto que deve estar toda gira.
Cadê essa foto?

Depois da descida para a praia, que teve que ser feita já com algum cuidado, seguia-se uma subida pela encosta. Aqui já levávamos os frontais acesos pois a claridade já não era muita.
A partir daqui os rapazes começaram a dizer que o percurso estava ligeiramente diferente da 1ª edição. É natural a primeira edição tinha 18 km, esta tinha 20, tinham que "inventar" mais 2 km. Como estamos a falar de trilhos...claro que esses 2 km tinham que ser mais difíceis. E foi assim que após alguma corrida nas falésias junto ao mar, descemos mais um pouco para voltar a subir, para novamente mais à frente voltarmos a descer e depois subir até ao último abastecimento. Aqui houve tempo para recuperar energias com algumas batatas fritas e laranjas suculentas. Quase tão boas como as de Sesimbra :) Os rapazes comentavam que a prova estava um pouco mais difícil mas mesmo assim, no geral, continuava a ser uma prova bastante corrível. 

Seguimos então caminho para a última parte da prova, agora já totalmente de noite.
Gosto de correr à noite, obriga a uma maior concentração e atenção mas é bastante desafiante.
Íamos agora novamente em terreno conhecido para eles e o Cravo lembrou-se que ainda faltava uma subida ladeada por uns candeeiros.
E assim foi, eram um género de archotes a iluminar o caminho. São estes pormenores que transformam uma prova. Nesta subida lembrei-me de olhar para o céu. Tive que desligar o frontal para ver um céu estrelado espectacular! A noite estava linda, ali não havia claridade pois os archotes haviam ficado para trás e por cima de nós estendia-se um céu salpicado de estrelas. Líndissimo! 
Disse logo aos rapazes, que iam um pouco mais à frente, para apagaram os frontais uns segundos e olharem para o céu, mas tenho a impressão que eles não apreciaram aquele espectáculo como deve ser. Voltei a desligar o frontal mais duas ou três vezes para apreciar novamente aquela pintura natural.

Pouco depois disto já não faltava tudo, embora já tivéssemos reparado pela marcação dos km's que a prova ia ter mais umas centenas de metros.
Faltava agora pouco mais de 1 km para a meta e íamos numa zona plana a correr, reparámos num grupo de atletas que ia a andar. Pensamento dos rapazes (partilhado comigo) "bora lá ultrapassar esta malta, ainda vamos chegar à frente deles". Mais à frente, mais uns atletas a andar....Mas o que se passa com este pessoal? A meta é já ali e vai tudo a andar!?! E foi assim que no último km ultrapassámos 13 atletas porque nós somos muita rápidos....=P

O nosso objectivo inicial para os 20 km tinha sido o de chegar antes das 3h (na altura ainda não sabíamos das subidas surpresa), mesmo assim conseguimos o nosso objectivo! Quando o nosso relógio marcou os 20 km íamos com 2h59m! Mesmo ao milimetro ;)
Já íamos em São João das Lampas, estávamos a chegar à praça principal e ei-la, a meta!

3h3m depois cortámos a meta os 3 bem-dispostos.



Depois foi tempo de comer uma sopinha oferecida pela organização. E ainda tivemos direito a água, laranjas e uns biscoitos.

Foi uma boa prova, bem organizada e com o ex-libris do pôr do sol. 
Obrigada aos meus companheiros nesta aventura, o João Cravo que apesar de não correr em trilhos desde Janeiro ia num excelente andamento, e ao meu Vitor que me acompanha em todas estas aventuras.

Agora segue-se a "minha" prova! SÃO MAMEDE!!!!!!!!!!!!!! YUPIIIIIIIII!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
É já no próximo sábado!!!
E teremos companhia :) Infelizmente por más razões :( 
O amigo Pedro Burguette que treinou afincadamente para se estrear nos 100 km está lesionado. Está fora de questão ir aos 100 km mas para minimizar a desilusão quer ir aos 42 km. 
E é assim que o trio de Sicó se irá voltar a reunir :)

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Trail de Sesimbra, o nosso excelente regresso aos trilhos

O ano passado foi assim, este ano resolvemos voltar para apreciar convenientemente esta prova como ela bem merece. E que bela surpresa tivemos, a prova está ainda mais bonita e mais dura, devido a alterações feitas nos 5 km finais.

Para nós era o regresso oficial aos trilhos. Um teste, pois 2 meses sem correr em trilhos e apenas 3 semanas após a maratona não sabíamos ao certo como a coisa iria correr. Gostávamos de melhorar o tempo do ano passado e tentar fazer abaixo das 4h mas tudo dependeria de como o corpo reagia neste regresso aos trilhos.

Chegados a Sesimbra demos logo de caras com o pessoal da ultra a subir por uma rampa acima. Tinham acabado de partir. Estacionámos o carro, fomos levantar os dorsais e de repente começam a chegar atletas à meta....Não era um, não eram dois, eram todos os atletas da ultra!!! Logo encontrámos algum pessoal conhecido e perguntámos o que tinha acontecido. Uma grande confusão, tinham todos ido em sentido contrário. Entretanto da parte da organização apressaram-se a pedir desculpas, falhou um polícia num cruzamento e isso bastou para que todo um pelotão tivesse seguido em sentido contrário ao percurso, ou seja, seguiram pelas ruas que haveriam horas mais tarde de percorrer na chegada à meta. Passada cerca de meia hora de terem partido, os atletas da ultra estavam, desta vez, a partir no sentido correcto. E nós a preparar-nos para também partirmos às 9h.


Estávamos bem cá para trás no pelotão e o amigo Pedro Murtinhal, da Associação O Mundo da Corrida (que é quem organiza esta prova) até comentou que éramos os últimos a partir.
Pois bem, podemos ter sido os últimos a partir mas ao longo da prova haveríamos de passar uma série de gente. Nada mal para quem está de regresso aos trilhos :)
O inicio do percurso é bastante rápido pois é plano, sempre em estrada, sempre junto às praias e passando pela lota. Só depois entramos em terra batida e aí sim começamos a subir ligeiramente. 
Lembrava-me bem desta parte e sabia que logo à frente íamos começar a descer e depois subir subir subir.
E entretanto uma chuva miudinha não nos deixava em paz apesar de até ter sabido bem

Sim, é uma longa subida até lá acima...

E nós na fila de trânsito que se forma para...descer...
O que vale é que a vista era esta.
Aconselho-vos a irem ao meu artigo do ano passado (link logo no inicio deste artigo) só para verem as fotos que tirámos. É incrível como de um ano para o outro uma prova pode tornar-se diferente. As cores do mar eram bem diferentes, o piso agarrava melhor e a paisagem bem mais bonita nalguns sítios, este ano apanhámos nevoeiro e nalguns locais não víamos paisagem nenhuma. Mas nós adorámos esta nova versão do Trail de Sesimbra. Se fosse tudo exactamente igual não tinha tanta piada.

Gaivota tem boa vida :)
Lá vai o carreirinho colorido pela encosta acima.

Era preciso um cuidado extra em relação ao ano passado pois o piso encontrava-se mais escorregadio devido à chuva. 
Quando chegámos à subida....custou-me mas fui sempre a lembrar-me de outras subidas mais penosas e da própria maratona de Paris e assim lá fui avançando a tentar pensar que aquilo nem era assim tão difícil... Mas assim que chegámos lá acima foi um enorme alívio :)
Depois desta subida mais complicada, tínhamos um bom troço para correr no meio de arbustos, depois nova descida e esta vista.


E depois entrávamos numa zona que dava para intercalar corrida com caminhada e depois...surpresa...já não nos lembrava-mos que havia nova subida algo complicada. Que raio! Afinal esta prova não era assim tão corrível como nos lembrávamos...A boa notícia é que após esta segunda grande subida estava o segundo abastecimento, o primeiro com comida. Comemos umas laranjas tão boas! Bem doces e sumarentas, uma delícia! Laranjas tão boas como estas só me lembro de comer no Trail do Zêzere.

Seguimos então caminho numa zona mais alta e com bastante nevoeiro.


Vejam-me bem estas cores.
Lindo!

Íamos, agora sim, numa zona mais corrível. Fartámo-nos de correr e íamos os dois a sentir-nos bem. 
O Vitor comentou comigo que achava que eu até ia a descer bem. E por acaso, não sei o que se passou mas até desci relativamente bem e sem grandes medos. Acho que era das saudades, entusiasmei-me com o regresso aos trilhos :)

E foi num espírito de boa disposição que chegámos a mais um abastecimento. E aqui só tenho isto para mostrar... ;)

Sim, é tomate com sal!

Tínhamos entrado na zona da pedreira, o nevoeiro era de tal maneira cerrado que não se via quase nada da pedreira.

A pedreira...

Saímos da pedreira e foi aqui que o percurso se alterou. Começámos a descer em estradão. A descer, a descer, não nos lembrávamos de nada daquilo, aliás eu tinha quase a certeza que o ano passado não tínhamos descido por aquele estradão. E tinha razão.

Num instante chegámos à vila de Sesimbra mas ainda faltavam cerca de 5 km. 



Eles tinham que inventar alguma coisa até à meta que em linha recta devia estar só a uns 2 km. Só podia ser a subida ao castelo....Se o ano passado a subida fazia-se em alcatrão, este ano subimos pelo lado contrário e por trilhos bem técnicos. E foi aqui a grande novidade deste ano, a prova ficou bem mais bonita e técnica mas igualmente mais dura. Subíamos sem ver o castelo por causa do nevoeiro, subíamos aos zigue-zagues por entre os trilhos mais técnicos da prova toda. O ano passado não havia nada disto. Se antes tínhamos achado que íamos com bom ritmo para baixar das 4h, com esta novidade já não acreditávamos muito nisso. Seguíamos em fila indiana juntamente com duas atletas e ninguém queria ultrapassar ninguém, só queríamos chegar rapidamente lá acima. Mas o raio do castelo nunca mais aparecia, nem sequer o víamos e já tínhamos subido tanto!
Já estávamos todos fartos daquela subida aos zigue zagues por entre árvores e troncos tombados quando finalmente o Vitor exclama "Olha ele ali!". Claro que ele estava ali, a muralha....só faltava contornar a muralha para finalmente entrarmos dentro do castelo. No último abastecimento uma pequena traição...Troquei o tomate pelas laranjas...eram mesmo boas!

Saímos do castelo rumo à meta, novamente por alguns trilhos mais técnicos mas já não tão dificeis como na subida. E depois foi chegar à estrada e correr novamente sempre junto à praia até à ponta contrária de Sesimbra onde estava instalada a meta dos 21 km que cortámos com 3h57m.

Missão cumprida! Apesar da prova estar mais difícil e o piso mais escorregadio mesmo assim conseguimos melhorar o tempo do ano passado e baixar das 4h. Isto com 2 meses de pausa nos trilhos, agora com o regresso a coisa vai começar a compor-se :)

Fomos muito felizes na terra dos gatos :) 
Foi uma prova fantástica em que me senti sempre bem e cheia de entusiasmo por estar a correr de novo em trilhos com o meu Vitor. Adorámos este regresso, não podia ter corrido melhor!

Há gatos por todo o lado em Sesimbra.

Agora venham as próximas aventuras! Lampas e depois a "minha" prova!!!!!! São Mamede!!!! 
AI CA ENTUSIASMO!

Visivelmente felizes após o Trail de Sesimbra.