quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

Ultra Trail de Conímbriga Terras de Sicó, venha ele!



BORA LÁ!!!! VENHA ELE!!!
Ansiosa por andar várias horas a subir e a descer montes, a passar ribeiros e a comer tomate com sal. Pronto...se não tiverem tomate com sal pode ser umas batatinhas fritas e umas laranjinhas sumarentas :)

Bora lá Vitor!!!!
Vamos sujar-nos todos, ficar todos partidos com dores de pernas, costas e afins, vamos ficar rabujentos (mais eu que tu....) e vamos chegar a um ponto em que já estamos tão fartos de correr que só queremos é deitar-nos e dormir.

Sinceramente, não imagino programa melhor para um domingo ;)

SIGA PARA SICÓ!!!

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

GP Atlântico, uma boa manhã de convívio

Desde que comecei a correr já lá vão 3 anos que sempre me falaram no GP do Atlântico. Que é muito plana, que é muito boa para bater recordes. Tanto me falaram que sempre a quis conhecer, mas no primeiro ano não deu para ir e no segundo ano muito menos, pois estava em Sevilha a correr a maratona. 
Este foi o ano :)
Na próxima semana há Sicó mas não serão 10 km feitos na semana anterior e a um ritmo um pouco mais elevado que irão prejudicar a coisa.
E assim, no passado domingo, lá fomos nós até à Costa da Caparica para eu conhecer o sítio onde o Vitor bateu o seu recorde de 10 km, coisa para 46 minutos e uns segundos!
O dia estava bom, não havia sol mas também não chovia, a temperatura estava amena.
Encontrámos os amigos Sandra e Nuno, o colega Eberhard e mais pessoal conhecido destas andanças.
Fizemos um ligeiro aquecimento de cerca de 2 km e depois fomos para a partida.
O Vitor é sempre muito optimista e acha sempre que eu vou bater recordes em todas as provas mas na semana passada andei constipada e no domingo ainda não estava a 100% por isso sabia quer seria difícil puxar demasiado pela máquina. Mesmo assim a máquina surpreendeu-me :)


Antes da prova, sempre bem dispostos.

Como já tínhamos aquecido não tive quaisquer dores e começámos logo a acelerar desde inicio.
O km mais lento foi o inicial, a 5.43, a partir daí fomos sempre na casa dos 5.30, 5.20 e tal, o último km seria feito a 5.01, sempre com o Vitor a puxar por mim.

Mas voltando ao inicio, sentia-me bem e pelo que via a prova era realmente plana (plana de mais para o meu gosto) e dava para bons ritmos. Assim conseguimos imprimir logo um bom ritmo de inicio e permiti-me pensar pelo menos num bom tempo, quiçá recorde.

Sempre a acelerar fomos ultrapassando muita gente, pelo km 9 comecei a perceber que seria difícil bater o meu recorde mas que iria ficar lá muito perto. E então o relógio marcou os 10 km mas a meta ainda estava a cento e tal metros. Já não dava para recorde, instintivamente reduzi um pouco a velocidade mas mesmo assim marcámos 54m52s, média de 5.24 min/km.
Fiquei a menos de 1 minuto do meu recorde e marquei o meu segundo melhor tempo de sempre aos 10 km. Nada mal :) 
Ainda chegou muita gente atrás de nós e fui 39ª no meu escalão de entre 134, e pelos tempos líquidos fui 33ª =) 

Chegados à meta.
Ufa, que ainda lhe demos bem, pensa ela.

Chegados à meta encontrámos o amigo Manuel Sequeira que celebrou neste dia a sua 1000ª corrida! UAU!!!
Fizemos questão de lhe dar os parabéns pelo feito e depois tivemos um convívio entre esta malta porreira das corridas.
Houve moscatel ;) e bolo de cenoura. Mhan mhan mhan bem bom!

Na foto faltam os amigos Sandra e Nuno (a tirarem a foto)
e a afilhada do Sequeira que fez o delicioso bolo.
Nós com o amigo Sequeira no dia da sua 1000ª corrida.

Foi uma manhã muito bem passada entre amigos e com o meu Vitor. Gostei muito de finalmente conhecer esta corrida, gostei do percurso, passamos no paredão junto às praias e depois vimos pelas ruas. É realmente uma prova bastante rápida pelo seu traçado praticamente todo plano, mas continuo a preferir um traçado mais sobe e desce :)

Ai queres traçado sobe e desce?
Toma lá com os 65 km do Sicó e desenrasca-te!
E ainda vais com o teu Vitor, que queres mais?
Cala-te e corre!

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

20 km de Cascais, uma excelente prova ou como bati no muro forte e feio

Sim, agora sim! Após 3 maratonas finalmente tenho a certeza que conheci o famoso muro. E sim...foi numa prova com "apenas" 20 km. Vá-se lá perceber isto.

No passado domingo fomos até Cascais para correr os famosos 20 km de Cascais. Desde que comecei a correr ainda não falhei uma edição. Esta foi a terceira.
Como dizia no artigo anterior, inicialmente não tínhamos planeado ir a esta prova, mas falhar os Abutres mudou a coisa e decidimos fazer 25 km por trilhos num fim-de-semana e 25 km em estrada no outro. E assim foi.

A nossa última prova de estrada tinha sido a São Silvestre da Amadora onde bati o meu recorde pessoal dos 10 km.
Desta vez voltámos à estrada apenas para treinar. A Maratona de Paris já não vem longe e faz-nos falta mais longos em estrada. Mas é assim, quando nos dividimos entre trilhos e estrada não dá para fazer um plano perfeito para qualquer uma das duas. Mas continuaremos sempre a dar o nosso melhor em ambas as vertentes e a prova disso foi a corrida que fizemos em Cascais.

Três elementos dos 4 ao km muito bem dispostos, falta só o Eberhard.
Já tinhamos planeado fazer 5 km antes da prova para totalizar 25 km. Tudo o que desejávamos era apenas conseguir correr os 25 km bem. Não havia qualquer objectivo para a prova em si visto que estávamos a encará-la como parte de um treino maior. Mas a coisa acabou por correr melhor do que o esperado (tirando o muro...).

Com os amigos João e Mafalda encontramos mais amigos das corridas. É bom rever tanta cara conhecida. Apesar do que muitos dizem, eu acho que na estrada há um ambiente fantástico, de amizade e alegria. E foi um prazer ter ido a Cascais rever gente simpática.

Por volta das 9h20 iniciámos o nosso treino. Foram 2,5 km pelo passeio marítimo de Cascais o que deu até pouco depois do Estoril. Depois voltámos para trás para terminar com 5 km feitos e a faltarem 5 minutos para a prova. 
Começámos junto do João mas como ele está imparável e em grande forma cedo seguiu e nunca mais o vimos! 

Seguimos no nosso ritmo, acima do esperado. Como já tinha aquecido não havia receios de dores disto ou daquilo. Era dar o melhor e aguentar os 25 km.

Os km's foram passando e íamos os dois a sentir-nos bem. Sempre a um ritmo bom e a ultrapassar vários atletas.
Cruzámo-nos com várias caras conhecidas a quem fomos acenando e apoiando. A certa altura vejo  uma camisola amarela a aproximar-se. É o João e vai a dar-lhe bem! Grito "Olha o recorde!!!" pois vejo que pelo ritmo dele e com a motivação com que ele tem andado que pode conseguir um tempo brutal! E todos já sabem que ele conseguiu! Grande atleta!!! :)

Nós cá continuamos a correr bem e felizes, já no retorno um atleta mete conversa conosco, é o Manuel Nunes, que ainda não conhecíamos pessoalmente. Conversamos um pouco com ele e depois ele segue caminho.

Lá vou eu toda bem-disposta.

Se para lá íamos a correr contra o vento e até nem custou assim tanto, agora vinhamos a correr a favor do vento. Íamos tão bem que eu até ía a permitir-me sonhar com recorde à distância.

E então, ali pelo km 15 ou 16 (que para nós era 20 ou 21), PIMBA!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
"Esbarrei" no muro com uma pinta!!! Anda para aqui uma pessoa a correr maratonas e nunca conheceu esse famoso muro e tinha que ser agora, numa prova com 20 km, que eu havia de conhecer o Sr. Muro.
O Sr. Muro é impiedoso! Chega de repente, sem ninguém dar por ele e faz com que vamos tão abaixo que pensamos logo que não temos estofo para correr.
De repente diminuímos drasticamente a velocidade, em vez de falarmos, balbuciamos apenas monossílabos. Só pensamos que vamos ter que andar a qualquer momento. A força férrea continua a fazer-nos acreditar que vamos terminar, mas sabemos que vamos levar  um rombo no nosso tempo que até aqui até ia tão bom! É uma pena, penso.

Comi uma marmelada, o Vitor apoiou-me e foi isso que me fez arrebitar de novo, não sem antes ter andado alguns metros. Depois de arrebitar conseguimos retomar um bom ritmo, já não dava para recorde à distância, mas ainda dava para recorde desta prova! BORA LÁ!



E assim, tal como chegou o muro foi-se embora. Ele é assim, aparece quando menos se espera e desaparece quase milagrosamente. Foi um prazer (ou não....) conhecê-lo Sr. Muro.

Acelerámos, ainda dava para um bom tempo.

Na descida para a meta.
Junto ao pessoal do Correr Lisboa.

O meu melhor tempo nesta prova era 1h59m25s. O meu recorde para 20 km é 1h56m e está nos 20km de Almeirim. Já não ia a tempo de bater este mas ainda ia a tempo de bater o outro.
Demos o máximo nos metros finais e acabámos com 1h58m30s. Praticamente menos 1 minuto que o anterior melhor tempo nesta prova. Muito bom!!! Muito satisfeitos com o tempo conseguido!

META!!!!

Se eu esquecer aqueles km's do muro, foi um treino espectacular!
Fizemos 25 km a muito bom ritmo e não corríamos em estrada desde Dezembro.
Foi bastante bom e deu mais confiança para a próxima maratona. Acabou por também servir de treino para Sicó, pois é bom termos resistência e aguentarmos vários km's de seguida a correr.

"Isa, nem imaginas o tempo que fiz!"
"Ai João, esbarrei no muro com toda a força!"
Com a vencedora da prova, Cláudia Pereira.
Muito simpática e uma grande atleta.

Foi mais um dia excelente, uma prova excelente e que desta vez esteve muito bem organizada.
Foi bom rever os amigos das corridas e foi óptimo voltar à estrada. No próximo domingo há mais estrada, finalmente vou conhecer o famoso GP do Atlântico, serão 10 km e mais uns pozinhos para fazermos 12 ou 15.
E na próxima semana trilhos novamente! É assim, andamos sempre divididos entre dois amores :)

Parece que vamos ao Ultra Trail de Conímbriga/Terras de Sicó...não sei...foi o que ouvi dizer...parece também que vai ser a nossa maior distância até à data....boatos com certeza....também parece que vai ser uma prova linda e maravilhosa e que vamos divertir-nos muito em mais uma aventura....mas isto sou eu que digo :)

Até fiquei arrepiada quando vi o filme.
Estamos super entusiasmados com esta aventura! BORA LÁ SICÓ!!!!!!


sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Monsanto, 25 km, bastões e Hélder Ferreira

No passado sábado fomos até Monsanto para fazer 25 km.
O dia amanheceu frio. Numa rotunda a relva estava branquinha com algum gelo que se tinha formado. Ai que íamos passar algum frio em Monsanto! E este ano já tinhamos a nossa quota parte de frio nos Abutres...
Bem equipados com luvas, gola, fita e corta-vento iniciámos o nosso treino por volta das 9h. Fim-de-semana de desportistas é assim, em vez de ficarmos a descansar nos lençóis quentinhos vamos correr ao frio. Bora lá então! :)

A novidades neste treino foram....

Bastões.

Depois do trauma nos Abutres finalmente fiquei convencida que há situações em que uns bastões dariam muito jeito e fui comprar uns (dos mais baratos) à Decathlon durante a semana.
O Vitor ainda não ficou convencido mas também pode ir experimentando os meus de vez em quando para ver se consegue adaptar-se.

Chegados às zonas mais técnicas que descobrimos no anterior treino por Monsanto comecei a dar uso aos bastões.



Foi deveras interessante. Claramente notei que estava a forçar menos as pernas. Tal como alguns atletas já nos tinham dito, as pernas são poupadas e não custa tanto subir. Para descer também experimentei usá-los mas achei que me estavam a estorvar mais do que propriamente a auxiliar, mas provavelmente é uma questão de prática. 
Gostei realmente de usar bastões nas subidas, a sensação de esforço nas pernas é aliviada. Em contrapartida ficaram a doer-me os braços. Penso que isto se deve ao facto de eu ainda não estar muito habituada a usar os bastões e por essa razão ainda não vou levar os bastões a Sicó, mas tenciono continuar a fazer uns treinos com eles para me ir habituando.




Tal como disse, começámos o treino pela tal zona que tanto tínhamos gostado e estava ansiosa por descobrir a cascata que tínhamos visto no outro treino, mas quando lá chegamos era isto...


A cascata tinha secado :(
Fica para a próxima.

Esta zona é frequentada pela malta do BTT e afins. Esta malta é doida!
Vêm a descer a alta velocidade de bicicleta, aquilo até assusta!

Apanhei um a descer.
Reparem que até capacete usa.

Mais à frente reparei numa subida curta mas bastante inclinada.Virei-me para o Vitor e apontei para a parede. Ao que ele respondeu "Eh lá, é um bom desafio." Enquanto estávamos parados a falar, quem é que passa por nós a correr? O grande Hélder Ferreira!
Fico tão pasmada que digo "Olha o grande Hélder Ferreira!" e o Vitor diz "Então é aqui que os campeões treinam!" O grande atleta fica pasmado e só responde que ali é um bom sítio para treinar e depois sobe a parede A SPRINTAR com se nada fosse!!!
Nós subimos aquilo a andar e a custo. Está visto porque ele ganha provas. Sim, porque se não conhecem o Hélder Ferreira tinham obrigação de conhecer. É "SÓ" o vencedor dos 100 km de São Mamede do ano passado, é só um dos melhores ultra-maratonistas portugueses!!!

O Vitor a subir a custo a tal parede que o Hélder Ferreira fez a acelerar...




Ao longo da manhã o dia foi-se pondo bonito e mais quente, fomos tirando algumas camadas pois a correr uma pessoa aquece.
Demos umas voltinhas boas, voltámos a encontrar o Hélder Ferreira que nos reconheceu e desejou um bom treino. Ai ca emoção! :)
A zona onde o reencontrámos era boa, pois era sempre a descer e ele vinha a subir, a correr claro. Então, inspirados por este grande atleta, decidimos depois subir aquilo tudo de forma intervalada. X metros a correr, x metros a andar. E assim foi. Custou mas conseguimos.

Mais para o final já estávamos a ficar um pouco cansados mas já faltava pouco para os 25, por isso demos umas voltinhas junto ao Anfitetatro Keil do Amaral num passo de corrida lento mas certinho, aquilo a que agora chamamos carinhosamente de serratrote.
Ora, penso que nunca falámos aqui do serratrote mas vou-vos contar a história agora. 
Em Arga, quando vínhamos com os atletas vassoura, sempre que dava para correr, eles incentivavam-nos a fazê-lo, nem que fosse num passinho lento. Chamavam aquilo serratrote porque segundo eles a Glória Serrazina corria assim. Ao longo duma prova, fosse a subir, fosse a descer ou fosse plano ela mantinha sempre a mesma passada certinha e é assim que outra grande atleta do trail consegue completar e de forma excelente as suas provas.
E desde aí que sempre que dá para correr nem que seja lentamente dizemos sempre um para o outro "vá, serratrote". E o serratrote é muito bom, quando se encontra ali a mudança certa, deixamo-nos ir e quase que nem se dá pela coisa, é género piloto automático.


E assim acabámos os nossos 25 km por trilhos de Monsanto. Foi um bom treino, muito variado e com algum grau de dificuldade imposto a nós próprios para que nos sintamos minimamente preparados para Sicó.

Caras cansadas no final eheheh :)
(verdade seja dita, dramatizámos um pouco)

A nossa próxima prova é no domingo. Vamos voltar à estrada! E que saudades! Desde a São Silvestre da Amadora, ou seja desde o ano passado, que não corremos em estrada! 
Inicialmente não estava nos nossos planos ir aos 20 km de Cascais porque supostamente estava mesmo entre a Ultra dos Abutres e a Ultra de Sicó e precisávamos era de um longo em trilhos mas como a Ultra dos Abutres foi por água abaixo achámos que seria útil treinar em estrada.

Costuma dizer que há males que vêm por bem mas também há bens que vêm por mal. Foi este o caso. Não conseguimos completar os Abutres mas graças a isso vamos a uma prova que me é muito especial, os 20 km de Cascais onde na primeira edição voei e na segunda fizemos uma meia espectacular pós-maratona de Sevilha :)

BACK TO TE ROAD! OH YEAH!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

1/2 Ultra Trilhos dos Abutres, relato duma aventura

Sou sincera, não sei como raio vou escrever sobre os Abutres. Como colocar em palavras aquilo por que passámos? Como descrever esta edição dos Abutres? 

Como habitual já sabem que têm um livro para ler. E como habitual vou começar pelo dia anterior. Aqui vai.

A viagem foi feita já de noite e no caminho apanhámos alguma chuva e vento. Nada que assustasse o suficiente ou que fizesse prever o que nos esperava no dia seguinte. 
Chegados a Miranda do Corvo fomos logo levantar os nosso dorsais. Números 11 e 12. UAU! Quase que somos elite =P (é elite mas é a contar de trás...). À entrada do pavilhão encontrámos logo o amigo Joaquim Adelino, foi tempo de trocar impressões sobre a prova com quem já anda há muitos mais anos que nós nisto e conhece bem esta serra. Retive uma frase "Pior que esta só a Freita. Nem Arga, nem São Mamede, nem Oh Meu Deus..." O amigo Adelino disse que realmente estávamos perante uma prova bastante técnica e que devido à chuva que estava a cair o terreno iria estar ainda pior mas íriamos conseguir, com calma e gerindo bem o tempo.
Pensei "Isto vai ser bonito vai...".

Depois do levantamento dos dorsais e de termos comprado as senhas para as refeições pós-prova fomos preparar as coisas para o dia seguinte e descansar. Aos poucos o vento foi ficando mais forte e durante a noite esteve uma ventania enorme que até assustava. Mas a gente vai conseguir, pensava eu...

Acordámos às 5h40 para termos tempo de nos equiparmos à vontade sem nos esquecermos de nada. Saímos do quarto e o Vitor recebe uma sms da organização..."Devido às condições meteorológicas a partida da ultra foi adiada para as 10h."
Isto era um mau sinal. Se a partida era adiada duas horas, também iríamos terminar mais tarde, provavelmente íamos correr umas 3 ou 4 h de noite...E tinhamos acordado tão cedo para nada...
Tomámos o pequeno-almoço e voltámos para o quarto para descansarmos mais um pouco. Às 8h incapazes de aguentar mais o suspense fomos até ao pavilhão para observar o ambiente e saber se haviam mais novidades. O tempo até estava bom, o sol até apareceu, nada fazia prever o que nos esperava na serra.
Encontrámos o sempre simpático Luís Mota, conversámos um pouco com ele, deu-nos alguns conselhos e deu-nos força. Um campeão que completou a prova em 7º lugar e foi o 1º do seu escalão.
Encontrámos ainda o Rui Soeiro e apenas vimos o Filipe Torres ao longe.

Tão inocentes...mal sabem eles onde se vão meter...

Fizemos o controlo zero onde a organização confirmou se todos os participantes tinham o material obrigatório:
  • mochila;
  • copo;
  • manta de sobrevivência;
  • apito;
  • telemóvel;
  • corta-vento;
  • frontal.
Seguimos lá para fora onde esperámos que fosse dado um briefing e a partida. Algum nervosismo por parte da Isa, a descontracção habitual por parte do Vitor.



O briefing, se foi dado, foi só para a malta que estava lá à frente.,..E um microfone, não? Nós não ouvimos nada e quando foi dada a partida limitámo-nos a correr.
Toca a dar corda aos sapatos pois temos 5h30 para chegar ao km 29! Piada...
Começo a ter mais esperança conforme os primeiros km's se vão desenrolando. Damos uma boa volta dentro de Miranda do Corvo, fazemos os primeiros 5 km em 35 minutos. Muito bom para um "trail". Por esta altura entramos na zona do Parque Biológico da Serra da Lousã, aqui já começa a haver alguma lama, mas tão pouquinha comparada com o que nos espera uns km's mais à frente...
O Parque Biológico é sempre a subir, mas lá nos aguentamos num passito de corrida. Não resisto a tirar umas fotos, há javalis, cavalos, cabras e setas a indicar ursos. De qualquer maneira no dia seguinte já tínhamos planeado ir visitar o parque. Os ursos ficam para amanhã.

No Parque Biológico.



Com sol e a subir ficamos com calor. Como nós, mais gente teve a mesma ideia e paramos junto a uma mesa de picnic onde mais atletas se encontram a tirar os impermeáveis e a guardá-los na mochila.
Não tardou a sairmos do parque, não tardou a entrarmos em zonas mais técnicas e não tardou a começar a chover para que tivéssemos que voltar a vestir os impermeáveis. E a partir daqui começa realmente a aventura.

Com uns 6 ou 7 km de prova, à saída do Parque Biológico
ainda era só sorrisos.

Fotos...como poderia eu tirar fotos se tinha as mãos constantemente sujas?
Bastões...algo que eu não tinha mas que os Abutres me convenceram a adquirir.

Diverti-me bastante nos primeirs km's, a lama era muita e os riachos também. Zonas lindíssimas onde a água  brotava das rochas em força. Dureza e beleza de mãos dadas. 
A lama dificultava muito a progressão. Volta e meia um pé queria ficar enterrado na lama e tinhamos que fazer uma força extra para o desenterrar. Em várias zonas o lodaçal chegava aos joelhos ou mesmo acima. Mas íamos divertidos. Uma atleta reconheceu-nos de Arga, outra de São Mamede. Gente simpática, ia tudo bem disposto neste período inicial. 

Começámos a ser ultrapassados pelo pessoal da prova mais curta. Não gosto disto, gera stress aos primeiros que estão a competir e gera stress para nós que somos mais lentos e queremos ver bem por onde metemos os pés pois ainda temos muitos km's pela frente e um passo em falso...
Um destes atletas comenta com o outro que em 3 edições dos Abutres que foi, está é a que tem mais lama. Han?!? Que espectáculo....logo na vez em que nós vamos....obrigada São Pedro...
Houve outra situação engraçada, numa descida algo inclinada e com alguns metros vi o Vitor à minha frente literalmente a patinar por ali abaixo. E estaquei. Com o jeitinho que eu tenho, provavelmente caía por ali abaixo, assim optei por descer em modo tartaruga, ou seja agachei-me e deixei-me escorregar mas de pés e mãos no chão e com o rabo apenas a uns centímetros do chão. Não gozem! Resultou! Não caí ;)

Apesar da muita lama os km's fizeram-se bem até à zona da separação. Um pouco antes cruzou-se um atleta conosco que era leitor dos nossos blogues, conversámos um pouco e depois ele seguiu. Logo a seguir vinha a separação das duas provas. Seguimos isolados para os 50 km. Quem estava à nossa frente já não se via, quem estava atrás ainda não se via. Sozinhos no meio da serra e de repente cai uma carga de granizo!!! Mas um granizo forte que doía ao atingir-nos. Lembro-me de pensar duas coisas nesta altura, a primeira foi que se conseguíssemos terminar a ultra nestas condições, seria o nosso maior feito até à data, a segunda foi que se o granizo caísse com mais força tínhamos que nos abrigar debaixo das árvores.
Metemos o capuz na cabeça e baixamos a cabeça para evitar levar com o granizo.
Como se granizo fosse pouco, veio a trovoada. Que espectáculo...
Só pensava que estava a ser uma enorme aventura e ainda nem íamos com 12 km! Pensava em como seria correr naqueles sítios e naquelas condições à noite...não queria imaginar...
Aquilo tudo estava a meter muito respeito. Nunca tinha estado no meio duma prova no meio da serra a levar com granizo e a ouvir a trovoada. Mal sabia eu que isto ainda ia piorar.

O granizo lá parou e eventualmente a trovoada também. Tudo ficou mais calmo e estávamos a chegar ao abastecimento. Nesta altura seguíamos com mais 3 atletas e pode-se dizer que íamos outra vez optimistas. O abastecimento só chegou ao km 14 quando era suposto ser ao km 12 e isto é um problema. O seguinte só chegaria também aos 24 km quando era suposto ser ao km 22. 

Muitos criticam a organização por ter sido inflexível com o tempo-limite das 5h30 ao km 29 (que foi km 31...) mas eu até acho que tendo em conta todos os factores até fizeram bem. Mas, na nossa opinião, houve outras falhas que poderiam ter sido evitadas. Um primeiro abastecimento só ao km 12 já é bastante tarde, quanto mais ao km 14...Durante o percurso não se via ninguém da organização nalgumas das zonas mais críticas apenas por precaução deveria ter estado alguém, eventualmente até bombeiros. Com o caudal dos rios como estava fazia todo o sentido e ainda mais com o frio extremo que esteve. As poucas pessoas por quem passámos da organização estavam em localidades (os sítios menos perigosos) e nem sabiam dar simples informações como onde eram os abastecimentos. São voluntários mas têm que saber estas informações, estão lá para ajudar os atletas e para os esclarecer, não é para estar só por estar. 
Outra enorme falha, esta já no final da prova, foram os banhos. Imaginem que passam por granizo, chuva, lama e um frio daqueles mesmo gelados. O que mais vos apetece depois de passarem por esta provação? Um duche quente claro! Pois...lamento...mas tudo o que a organização tinha para dar eram balneários com duches frios...Muito mau! Muito mau mesmo. Nós, felizmente, tínhamos a opção de tomar banho no hotel. Mas e quem não tinha essa opção? 
Estes são apenas os pontos que eu penso que têm de ser melhorados na próxima edição e que em nada dependeram das condições meteorológicas mas sim de falhas naturais da organização.
O resto é subjectivo, a partida adiada, o tempo-limite das 5h30 para os 29 km. Sim, foi frustrante mas são coisas que a organização não controla e que pelo bem-estar e segurança de todos optou que fosse assim e penso que fizeram muito bem.

Mas retomando o relato.
Ao km 14, quase 15, lá chegou o primeiro abastecimento em Vila Nova.
Tinham as habituais coisas boas, batatas fritas, laranjas e....o meu amado tomate com sal :) Claro que aproveitei para me deliciar com algumas rodelas. Nessa altura ganhei outro alento para seguir caminho. Mas nenhum tomate com sal poderia prepara-nos para o que vinha a seguir. Dos 14 aos 24 km foi praticamente sempre a subir. Subidas muito técnicas. E conforme subíamos mais frio vinha. Estes km's foram praticamente feitos sempre na companhia de outro atleta.
Passámos por levadas, subimos trilhos técnicos, trepámos com o auxílio das mãos. Íamos constantemente a molhar os pés, constantemente a trepar e a sujar as mãos.
Eu adoro provas assim mas já estava a ser demais, principalmente tendo em conta o frio e chuva que se fazia sentir. Foi também por esta altura que caiu nova fornada de granizo. Que diversão! Ou não...
Eu estava tão farta de subir e tão farta de lama que nem resmungava, ia simplesmente calada. O Vitor lá ia sempre a perguntar-me se eu ia bem e se sentia os efeitos do frio, mas por enquanto ia tudo bem dentro dos possíveis. Apesar do cansaço nunca parei, o caminho era em frente até à meta, pensava eu ainda ingenuamente naquela altura.
Com o cansaço posso eu, é normal, numa prova de resistência temos que saber lidar com ele. Mas depois surgiu o problema. O frio.

Aos poucos fui ficando com as mãos cada vez mais frias e quando dei por ela já tinha as mãos geladas. E estava de luvas!
Se até aqui ia calada, nesta altura partilhei da minha preocupação com o Vitor. A partir daqui foi tentar de tudo para aquecer as mãos. Abrir e fechar as mãos, bater palmas. Inclusive dei umas chapaditas na cara e outras nas pernas apenas por precaução, pois o pior era mesmo as mãos. Também ia com os pés bastante frios e por precaução também ia só a mexer os dedos dos pés dentro dos ténis. O Vitor queixava-se mais do frio nos pés, devido aos km's e km's com os pés debaixo de lama e água.  Eu abria e fechava as mãos mas não resultava e comecei a ficar um pouco assustada. E então tive uma ideia. Tirei as luvas e aqueci as mãos com o bafo da boca. O Vitor ainda ficou preocupado por eu estar a tirar as luvas, mas foi a melhor coisa que fiz, pois assim comecei a conseguir aquecer as mãos. Quando senti que as mãos já estavam um pouco melhores (nunca deixaram de estar frias) voltei a vestir as luvas com a ajuda do Vitor.

Isto estava a ser uma grande aventura e nem se pode dizer que a prova em si nos parecesse assim tão dura. Mas o terreno péssimo e o tempo estavam a deixar-nos fartos daquilo. Só queria o abastecimento seguinte para descansar um pouco. Claro que, mais uma vez, o mesmo só apareceu 2 km após o indicado no regulamento, aos 24 km.

Foi muito bom ver pessoas. Tal como já disse achei um pouco desolador, apesar do percurso bem marcado, não encontrar pessoas da organização em mais locais do percurso.
Chegados a este segundo abastecimento um senhor perguntou se alguém queria ficar ali pois havia um autocarro à espera. O nosso companheiro logo se dirigiu para lá. O Vitor virou-se para mim e disse "Isa, e nós?". Nós é para continuar."Mas já passa das 5h30...." Então perguntámos ao senhor se estavam a barrar as pessoas ao km 29 (que seria 31) e ele disse logo que sim. Disse que podíamos continuar mas seríamos barrados nesse km. Então para quê continuar com este sofrimento se não vou poder continuar mais à frente de qualquer maneira? Ao mesmo tempo pressionaram-nos dizendo que o autocarro com os atletas estava mesmo a sair. E assim, tomámos uma decisão rápida mas consciente que não havia mais nada a fazer, o sonho de completar os Abutres tinha acabado. Corremos para o autocarro. O senhor com pena de nós ainda nos ofereceu um pacote de batatas fritas a cada. Foram todinhas no percurso até Miranda do Corvo :)

Esperava ver 2 ou 3 atletas mas fiquei espantada quando vejo o mini-autocarro quase cheio. Umas 15 ou 20 pessoas. A tal rapariga que nos reconheceu de São Mamede comentou logo conosco sobre o frio. Podes crer!
Muitos iam embrulhados nas mantas térmicas, também abri a minha que serviu para nós os dois.
Telefonámos para o João que sabíamos estar colado ao ecran do computador a seguir-nos através da página de Facebook da prova. E então tomámos conhecimento da "limpeza" que estava a ser feita nesta prova. Quase 300 pessoas não tinham passado no controlo!!! Minha nossa! O João começa a dizer alguns nomes nossos bem conhecidos, alguns bem conhecidos pela generalidade do pelotão. Fiquei completamente aparvalhada, não tinha noção do que se estava a passar.
Diz-nos também que a única pessoa nossa conhecida que conseguiu passar foi o Filipe Torres e mesmo assim foi com pouca margem. Ficamos bastante impressionados e a partir daqui torcemos para que o Filipe termine a prova. E terminou :) Grande Filipe, és enorme!!!

Os nossos ténis e meias no final da prova....
Vamos ver um pouco mais de perto.

E depois havia a sola de lama que se formou dentro dos ténis...

Foi uma coisa impressionante em todos os sentidos aquilo que vivemos.
E claro que tenho pena que não tenhamos terminado mas não ficámos nada chateados. Aceitámos bem o corte, percebemos que foi por questões de segurança. Achamos que foi melhor assim e preferimos voltar lá no próximo ano melhor preparados e de preferência com melhores condições meteorológicas. Para o ano os Abutres não nos escapam ;)

Oh pra eles no pós-prova (e banhinho quente tomado)!
Apesar do sofrimento e frustração por não terem conseguido,
há sempre alegria pela aventura vivida.

Tal como já disse anteriormente não havia banhos quentes, optámos por ir tomar banho ao hotel. E foi dos melhores banhos da minha vida. Finalmente tinha os meus pés e as minhas mãos quentinhos!!! Que maravilha! E para rematar nada como ir almoçar/jantar bem e terminar com um docinho delicioso, uma serradura =P

Ainda fomos ver a chegada de alguns atletas e a entrega dos prémios mas às 21h30 estávamos a adormecer. Fora um dia em cheio!

O pódio dos três primeiros.
Ricardo Silva, Nuno Silva e Vitor Cordeiro

Esta prova marcou-nos muito. Vivemos experiências nunca antes vividas e fizemos parte duma edição dos Abutres que sem dúvida ficou para a história.
Aprendemos muito e essas lições vão ajudar-nos com certeza a superar os próximos obstáculos.
Não sei se consegui exprimir bem o que vivemos. Só posso dizer que fiz o relato o mais fiel possível.
A metade da prova que fizemos, se tirarmos da equação as condições do terreno agravadas pela chuva e as condições meteorológicas, achámos que até nem era demasiado duro. Mas a chuva, a lama (tanta lama minha nossa!!!), o granizo e o frio gélido tornaram estes "meros" 24 km em algo quase épico.
Espero que a organização tenha o bom senso de alargar os tempos-limites intermédios que mesmo com condições mais favoráveis seriam sempre apertados.
Foi uma grande aventura e quase que aposto que iremos fazer muitas e muitas provas até vivermos novamente algo assim.

Mais uma vez não teria sido a mesma coisa sem o meu companheiro, o meu Vitor.
Ainda bem que nos temos um ao outro. E ainda bem que podemos partilhar estas aventuras. Venham as próximas! :)

No dia seguinte deu para descontrair. Houve quem passasse o dia inteiro a falar da prova. É que não se calava! (eu....). 
Já que esta prova foi fraquinha em fotos, fiquem com algumas do interessante Parque Biológico.


Mau mau Maria....
Não estou a gostar desta troca de olhares...



Como eu te percebo...
Aquilo ontem foi mesmo cansativo.
Um dá-me beijinhos no relógio.
O outro cheio de ciúmes aguarda para me poder dar uma marrada...

E à tarde ainda deu para ir conhecer Gondramaz.

Eheheheh :)

Até para o ano Miranda do Corvo!

E para terminar em beleza fomos fazer o reconhecimento à próxima ultra que será no dia 1 de Março.
Vejam se conseguem adivinhar qual é?



Já adivinharam?



E agora?



Pronto..eu dou uma ajudinha :)


segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Abutres, não há palavras

Amigos, muitos já sabem, outros ainda não, esta edição dos Trilhos dos Abutres foi uma coisa megalómana. 
Nem sequer sei como hei-de descrever aquilo que a organização descreve como "a mais exigente e difícil de organizar até à data."
Para terem uma noção foram quase 50% dos participantes que ficaram de fora devido aos tempos-limite intermédios. Nós incluídos.
Nunca tinhamos visto uma coisa assim e nunca tinhamos passado por tamanha provação. 
Os Trilhos dos Abutres são conhecidos pela sua dificuldade mas este ano a palavra dificuldade foi levada ao extremo. Isto não foi trail, isto foi extreme trail.

Lama...não dá para explicar a quantidade de lama nesta prova. Esta prova em relação a lama meteu Bucelas do ano passado a um canto. Bucelas era um bebé ao pé disto. Lama e água em quantidades industriais dificultaram imenso a progressão no terreno. Zonas planas e aparentemente fáceis...se não houvessem literalmente rios de lama. Uma brutalidade de lama.
E depois o pior...as condições meteorológicas....Depois disto acho que nunca mais me vou queixar de provas com calor. Chuva, granizo,trovoada e frio, muito frio, DEMASIADO frio. Não sei como poderia ter sido pior. Um frio que me deixou as mãos congeladas mesmo com luvas! Um frio implacável para muitos atletas. Pela primeira vez na minha vida usei a manta térmica. Não há palavras suficientes para descrever o que passámos.  Não pela dificuldade do percurso, mas pelas razões apontadas acima, esta foi a prova mais dura que já fizemos. São Mamede, Arga não assustaram tanto como isto. E "isto" para nós só teve 24 km, pois neste 2º abastecimento íamos com mais de 5h30, o tempo-limite para passarmos aos 29 km...

A decisão da organização de não deixar passar ninguém depois do tempo-limite deu muita polémica.
A minha opinião é que fizeram bem. Estamos a falar de condições meteorológicas e do terreno extremas! A segurança das pessoas estaria em risco. A partida já foi adiada para as 10h, isso significa que muita gente já terminou de noite e se aquilo foi o que foi de dia, nem quero imaginar de noite...

Foi uma experiência brutal e única. Nunca tinhamos vivido nada assim. Não me arrependo em nada de me ter inscrito pois aprendemos imenso nestes "meros" 24 km, mais do que em qualquer outro trail já feito. 
Voltaremos no próximo ano, sem dúvida, porque queremos vencer os Abutres, porque sabemos que esta foi uma edição à parte e porque o gostinho de vencer os Abutres será ainda mais especial depois do que passámos este ano.

Relato completo nos próximos dias, se é que algum dia vou fazer jus ao que foi esta prova.

Agora, venha a próxima! Sobre isso também falaremos no próximo artigo ;)