quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Descansa em paz Analice

Foto retirada do Facebook "Fãs de Analice Silva"

A notícia chocou-nos a todos. A grande e incomparável Analice faleceu.
Esta senhora foi sempre um símbolo no pelotão, fosse em corridas de estrada fosse em trilhos. E continuará sempre a ser uma inspiração para todos nós. 
Daqui a muitos anos continuará a estar nos nossos corações e nas nossas mentes. Que o seu exemplo, que a sua vida nos inspire a tornar-nos pessoas melhores e a correr sempre felizes.
Descansa em paz querida Analice.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

PARABÉNS CAMPEÕES!

Mais um dia histórico na vida de dois amigos e companheiros dos 4 ao km!
A conquista de mais uma maratona!

MUITOS PARABÉNS CAMPEÕES!!!

4 ao km a brilharem em Sevilha!!! =)

Bem tentei obter uma foto dos dois com as medalhas ;)...para já só consegui uma do João, mas vai uma do Orlando, em Sevilha há 3 anos atrás, numa posse bem vitoriosa :)

GRANDES!



domingo, 12 de fevereiro de 2017

GP Grândola, uma excelente corrida

05.02.2017

Já tínhamos ouvido falar tão bem desta prova quer da parte do João Lima quer da parte da Sandra que desta vez não quisemos faltar. E assim no passado dia 5 fomos até Grândola para conhecer esta simpática prova e provar o famoso cozido à alentejana :)

Tivemos muita sorte com o tempo pois, apesar da chuva que se fez sentir durante os dias anteriores e nesse próprio dia, durante a prova fez sol e até esteve abafado.

O João tinha-nos dito que era uma boa prova para tempos o que por acaso até se veio a confirmar, mas também viemos a verificar não ser uma prova fácil e até com uma subida bem inclinada.

Após um breve aquecimento, foi dada a partida ao som de Grândola Vila Morena.
O Vítor estava a sentir-se bem e isso notou-se na sua passada, a puxar por mim. Por acaso eu também me estava a sentir bem e por isso dei o meu melhor esperançosa num possível recorde ou pelo menos em fazer um bom tempo.




A prova é excelente, pois é muito variada. Damos uma volta dentro de Grândola, vamos para um lado, regressamos, depois vamos para outro e regressamos, não é nada monótona, nem dei pelos km's a passar. Chegados ao 5º km íamos com ritmo mesmo résvés para recorde, foi então que nos deparámos com a dita subida para o viaduto. Bastante inclinada e que nos fez perder alguma velocidade, depois era a descer e vinha uma zona em terra batida no meio do pinhal. Aqui também se perderam alguns segundos pois tinha algum sobe e desce ligeiro e algumas poças de lama, mas adorámos esta "escapadinha" à terra batida :)

Depois foi passar outra vez pelo viaduto e tentar dar o máximo para fazermos o melhor que conseguíssemos. Ia ser muito perto mas já não daria para recorde. Nem fiquei nada chateada pois o tempo que iríamos fazer ia ser excelente e eu nem sequer estava à espera disso tendo em conta o que temos treinado, que nem tem sido grande coisa.


A sequência da nossa chegada.



Cruzámos a meta com 52m37s,  foi o meu 2º melhor tempo de sempre, a 26 segundos do meu recorde pessoal. Foi também a 2ª vez que consegui baixar dos 53 minutos e num percurso nada fácil.

Ficámos super satisfeitos com o nosso resultado, cheirou a recorde e continua a cheirar para uma das próximas provas :)

No final havia balneários com água quente e nós ficámos para almoçar um saboroso cozido à alentejana e um excelente javali assado :)

Em suma foi uma excelente manhã desportiva. Adorámos conhecer esta muito simpática corrida e o percurso é muito variado, nem se dá pelos km's a passar apesar de uma ou outra dificuldade no percurso.

Boas corridas!

domingo, 5 de fevereiro de 2017

Trilhos dos Reis, primeira ultra do ano com um frio de rachar

15.01.2017

Para primeira prova do ano escolhemos uma ultra e escolhemos uma que já conhecíamos e que no ano passado não tínhamos conseguido terminar, pois este ano a história foi ligeiramente diferente =) 

Podem ler os relatos que fizemos do Trail Centro Vicentino da Serra em 2015 (versão 37 km) e em 2016 (versão 42 km) e comprovar que apesar dos diferentes desfechos sempre adorámos a prova, a sua beleza e dureza e sempre elogiámos a organização.
Ora este ano ainda temos mais razões para elogiar a organização.
Este ano, por razões que eles lá sabem, a prova mudou de nome e passou a chamar-se Trilhos dos Reis. E nos meses anteriores eles bem que se fartaram de fazer propaganda dizendo que ali todos seríamos reis :)

Como de costume fomos no dia anterior para Portalegre. Esta foi a 6ª vez que fomos a Portalegre para provas e já sentimos quase como se fosse uma segunda casa.

Campos do Alentejo, a caminho de Portalegre.

Estávamos a meados de Janeiro, se bem se lembram, fazia muito frio por todo o país. Mas mesmo muito frio!!! Antes da prova começar estavam 3ºC...O que vale é que não estava de chuva.

A prova este ano teria 44,5km e não seria nada fácil, com um grande desnível positivo e muito técnica. O tempo limite também não ajudava mas íamos dar o nosso melhor e estávamos preparados para o "pior" com mantas térmicas, luvas, gorros, frontais, etc.

Como de costume a partida foi dada no mercado municipal e o ambiente era de grande festa.
Antes de uma prova de trilhos, principalmente ultras, é sempre mágico viver este ambiente. Mesmo que a prova depois possa não correr tão bem, não há nada que apague estes momentos de alegria/nervosismo/ansiedade/sede de aventura.





Foi dada a partida e o inicio foi igual ao ano passado, sendo que pouco depois começávamos a subir mas desta vez por outra zona diferente. Uma grande dificuldade que tive nesta prova foi a respiração. Na semana anterior estive bastante constipada e no dia da prova ainda estava aflita do nariz. De tal forma que até optei por não levar os bastões (que muito teriam ajudado nesta prova) pois sabia que iria precisar das mãos livres para me assoar dezenas de vezes ao longo da prova. E assim foi...

O frio era muito mas por volta dos 5 km já tinha aquecido e tirei as luvas. Apesar do frio estava sol o que ajudou muito.
Mesmo assim este era o panorama em muitas zonas:

Erva congelada.

Nalguns sítios, sobretudo naqueles a que ainda não tinha chegado a luz do sol, a erva estava branquinha. Lindíssimo! 

Chegámos ao primeiro abastecimento sem dificuldades de maior e, sabe-se lá como, conseguindo não ser os últimos. E assim nos mantivemos sempre até ao final, sem ser os últimos =)

A partir daqui viriam mais dificuldades. Volta e meia aparecia esta sinaléctica =P



Sempre que via uma placa destas rosnava para dentro (e por vezes para fora eheheh).
A certa altura chegámos a uma zona bastante técnica e com riachos e rochas mas o pior de tudo é que depois iríamos subir e não era pouco. O tipo de subida que deixa qualquer um a rosnar. E o pior de tudo é que quando pensamos que a coisa já acalmou, de repente aparece mais outra subida brutal. E é nestas alturas que inevitavelmente me vem à cabeça "Mas porque é que eu me meto nestas coisas?".
Claro que isto vai durar a prova quase toda e claro que no dia seguinte já estamos a pensar na próxima aventura =) É sempre assim.

Sobe-se mas vale a pena!
Marvão ao fundo.


Uma subida é um duplo problema, a subida em si e a descida que se segue.
Quem faz trilhos sabe que por vezes o pior nem são as subidas, são as descidas. 
Subir é difícil, temos que ter força nas pernas, coisa que tenho em falta e temos que ter uma cabeça forte pois por vezes pode-nos fazer querer desistir. Nesta prova em específico eu tinha uma dificuldade extra, a respiração. Mas lá me aguentei. E o Vitor aguenta-se sempre muito melhor que eu.

Depois desta zona de subidas que ao que diziam era a pior da prova, seguia-se uma descida daquelas "arranca-unhas", inclinada comó raio! 
Terminada a descida tínhamos do nosso lado esquerdo o abastecimento onde comemos mais uma vez bastante bem. Ai as boleimas...mhan mhan mhan :)
Logo a seguir ao abastecimento havia a separação da prova mais curta da ultra. Uns sobem, outros descem, claro que nós tínhamos que subir!
Uma coisa que a certa altura nos começou a aborrecer foi o facto de praticamente não haverem zonas nenhumas corríveis. Nós gostamos de sobe e desce e de zonas técnicas mas também gostamos de correr como é óbvio! E praticamente não me lembro de zonas corríveis nesta prova. Mas isto, claro, tem a ver com o nosso gosto pessoal. Mas confesso que a certa altura já não nos estávamos a divertir.
O que vale é que de vez em quando havia uma placa engraçada para nos animar ou uma paisagem linda.


Uma cascata em plena Serra de São Mamede.
Não se vê bem mas ela está lá e ainda é grande.

Estávamos agora numa zona bastante técnica e volta e meia lá tinha a Isa de sacar do seu lencinho de papel. Não gozem! Eu bem tentei utilizar a famosa técnica de tapar uma narina com o dedo e depois deitar tudo cá para fora mas não correu bem...não tenho jeitinho nenhum, prefiro os meus lencinhos branquinhos =P

Vaquinhas felizes.
Isto é que é vida! Deitadas na relva ao sol!
Também queremos!!!

Chegados ao penúltimo abastecimento informam-nos que há um barramento no abastecimento seguinte e que será às 16h. São 15h35...
O Vitor aproveita para beber um café Delta, comemos mais algumas coisas e seguimos caminho um pouco resignados e até chateados por irmos ser barrados. 
E então surge um anjo! Ao longo da prova haviam vários voluntários e este foi um verdadeiro anjo com uma boa nova.
"Vocês estão bem?"
"Sim.", respondemos nós um pouco resignados.
"Não sei se já vos disseram mas no próximo abastecimento serão barrados mas podem continuar se quiserem pois o vassoura ainda vem atrás de vocês com outro atleta e esse atleta já disse que quer continuar apesar de já não ser classificado e o vassoura vai com ele até ao fim. Por isso se vocês quiserem também podem continuar embora seja da vossa responsabilidade."
Parece que renascemos! Conversámos e decidimos continuar. Ok, é chato não sermos classificados. Mas o nosso objectivo não é terminar? O nosso objectivo não é sentirmos que conseguimos? Que somos capazes?
Tínhamos conosco os frontais e começámos a fazer contas e percebemos que não iríamos precisar deles mais de 1h. Siga que o caminho é em frente! =)
Mas não foi fácil, o percurso continuava técnico e nada fácil. 

Chegámos ao último abastecimento onde fomos bem recebidos com sopa quente e tudo! E onde nos informaram oficialmente que ali havia um barramento e que teríamos que entregar os nossos chips. Como já estávamos preparados, entregámos na boa até porque foram super correctos e educados conosco.
O senhor coitado fartou-se de nos pedir desculpa. 
Informámos que iríamos continuar pois tínhamos frontais para a noite e estávamos bem agasalhados.
Entretanto chegou-se outro voluntário ao pé de nós e perguntou ao outro se estava tudo bem, ao que ele responde "Está tudo bem, este casal está a ser super simpático e correcto, nem imaginas o que eu já apanhei aqui hoje!" E contou-nos como alguns atletas não queriam aceitar o barramento chegando a ser mal educados e como muitos seguiram só de t-shirt!!! E outros sem frontal!
Que se fique chateado com um barramento é aceitável, nós ao inicio também ficámos, mas nunca ser mal educado com a pessoa que está  a transmitir-nos a má notícia. Agora ser irresponsável seguindo sem um bom agasalho e sem frontal no meio da serra!!! Acho que é demais.

É inevitável comparar este barramento com o dos 100 de São Mamede, aqui fomos bem tratados apesar da má noticia e até nos disseram várias vezes que podíamos continuar embora já fosse à nossa responsabilidade. A diferença de trato foi notória daí termos aceite este barramento quase na boa.

O homem pediu-nos desculpa sei lá quantas vezes. Vai daqui um grande abraço a este senhor!

Já com o frontal a postos na cabeça, embora ainda desligado, seguimos caminho que nos foi indicado pelo mesmo senhor, pois dentro da aldeia já tinham retirado as fitas. Seguimos até ao local onde havia novamente fitas, a partir daqui estávamos por nossa conta. Mete um pouco de respeito, mas também sabíamos que estávamos bem agasalhados, com água e comida na mochila, luz e até pilhas sobressalentes para os frontais.

Pouco depois apanhámos foi um susto, pois estavam dois voluntários num local e já tinham retirado algumas fitas. Falámos com eles e eles indicaram-nos o caminho. Seja como for ainda foram umas centenas de metros sem fitas, o suficiente para assustar. Sem fitas como saber o caminho?

Estávamos quase com 40 km nas pernas e estava a ficar cada vez mais escuro, usámos os frontais só para aí nos últimos 45 minutos.
Ainda tivemos duas cenas caricatas, uma foi ao entrarmos numa quinta. Uns cães resolveram-nos fazer escolta até sairmos da propriedade deles. Sempre a ladrar...Um deles era mais zeloso do seu espaço e acompanhou-nos sempre a ladrar mesmo até ao portão. Ufa! Adoro cães mas ser escoltada por três grandalhões mete respeito.

A outra cena caricata foi a seguinte:



Em plena serra, no meio de nenhures, uma banda de rock/heavy metal ensaia. Muito bom!
Pouco depois do concerto ligámos os nossos frontais e seguimos com atenção redobrada pois se fazer uma prova à noite na serra já exige muita atenção, seguir o caminho de uma prova onde oficialmente já fomos desclassificados e onde ninguém estará à nossa espera...exige ainda mais cuidado.
Estávamos sempre a ver se víamos fitas e só descansei quando começámos a avistar Portalegre.
Começámos finalmente a descida para a cidade mas chegados à estrada já em Portalegre deixámos de ver fitas. Ainda procurámos mas não víamos nada. Agora também já não interessava, estávamos em Portalegre, só tínhamos que encontrar o caminho para o mercado.
Começámos a descer e um carro com, possivelmente, atletas lá dentro parou e o condutor perguntou-nos se queríamos boleia para o mercado. BOLEIA??? Rapidamente e em unissono dissemos que não e pedimos só indicações para lá chegarmos. Boleia? Depois de termos feito 44 km a pé? É que nem pensar! Se era para terminar, era para o fazer como deve ser! A pé até à meta!

E lá fomos nós :)
Chegámos junto do mercado mesmo com 44,5 km e já com a organização a retirar o pórtico da meta. Já nem entrámos dentro do mercado, estava feita! A nossa 1ª ultra do ano. Pode não ter sido oficial, mas nós concluímo-la =)

Depois disto, tudo o que queríamos era um banho quentinho pois estava cá um gelo! Chegados ao balneário este já estava fechado...lembrámo-nos de irmos à pensão onde ficamos alojados sempre que vamos a Portalegre e a senhora foi super simpática e deixou-nos tomar banho num dos quartos :) Mais outro anjo :)

Ainda bem que tomámos um banho quente, pois na viagem de regresso a Lisboa, ainda no Alentejo e por volta das 20h30 o termómetro do carro marcava 0ºC...

E foi mais uma aventura do casalito. Não foi perfeita, custou muito e nem sequer fomos classificados mas acabámos, conseguimos! Venha a próxima! ;)