quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A minha estreia na maratona

Aviso:

  1. Artigo/Post extremamente grande. Não estavam à espera que eu corresse uma maratona e escrevesse só umas linhas, não é? Como tal vou tentar dividir o artigo em km's para ser de mais fácil leitura. Estejam à vontade para lê-lo também por fases.
  2. Artigo com muita emoção à mistura. Alta probabilidade de gerar algumas lágrimas e muitos sorrisos. Como tal aconselho que o leiam quando estiverem na privacidade das vossas casas e com uma caixa de lenços de papel ao lado. Não digam que não avisei...


Nem sei por onde hei-de começar. Foram tantas as emoções vividas, tantos os momentos marcantes que provavelmente não vou consegui escrever tudo o que quero.

Imaginamos como poderá correr, imaginamos o que iremos sentir quando cortamos a meta, imaginamos...Mas depois as coisas nunca são como imaginamos. Lembramo-nos dos conselhos dados, lembramo-nos do que nos disseram e chegamos à conclusão que têm razão em muita coisa mas noutras coisas podem ter razão, mas conosco não foi bem assim que as coisas se passaram.

Vivi tantas emoções, passei por tantas fases, corri com o João, corri sozinha, corri com outra atleta de seu nome Carmen, corri com a companhia da Carla, Jaime, Sandra e Nuno. Ri, chorei, dancei.
Posso contar-vos tudo mas só vivendo se percebe bem a dimensão da coisa. E 42 km e 195 m não são coisa fácil. É que não é mesmo nada fácil. Mas, e este mas é importantíssimo, com muita força psicológica e alguma sorte à mistura a coisa faz-se.

Vou então começar a redigir a aventura.

Noite anterior ao dia da maratona


Deitei-me cedo, dormi bem até acordar algures a meio da noite provavelmente 4 ou 5 da manhã e a partir daí já não consegui dormir mais. Estava em pulgas! Voltei para a cama e fechei os olhos mas não consegui adormecer. Virava-me para um lado, virava-me para o outro e não havia maneira do despertador tocar. Que ansiedade! Acalma-te Isa, acalma-te.

Às 7h finalmente toca o despertador. Soltei um "Aleluia!" e pulei da cama, tomei o pequeno-almoço habitual, fiz tudo o que tinha para fazer na casa de banho, equipei-me, espalhei vaselina onde necessário, espalhei protector solar e às 8h estava a sair de casa com a minha mãe.

Momentos pré-maratona

Às 8h o João estava com a Mafalda e o Ricky à nossa espera à porta do prédio. Eu estava um pouco ansiosa. Acho que a estreia numa maratona é razão suficiente para o estar...
Mostrei-lhes o bolo que fiz no dia anterior e que foi a minha maior obra-prima até hoje e que era suposto estar na meta à nossa espera para todos podermos saboreá-lo. Mas com o stress todo da filha estar a correr uma maratona, a minha mãe esqueceu-se dele no carro da Mafalda. É admissível :)
Portanto pessoal que estava lá na meta à minha espera...olhem...fica a intenção...Mas para se babarem um bocado era bolo de chocolate coberto com glacé de limão ;)
Aqui está ele:

Para vocês companheiros desta aventura.
Caso não consigam ler, eu traduzo:
MARATONA DE LISBOA
06.10.2013
A viagem até Cascais correu bem, eu ia pensativa. Finalmente chegara o dia! Eu ia correr uma maratona! E depois olhava pela janela e via um lindo dia de sol e zero nuvens....Tempo perfeito para correr uma maratona...ou não...
O tempo que todos temíamos foi precisamente o tempo com que o S. Pedro nos brindou. Após ter andado a dar-nos esperança durante a semana com chuva e tempo mais fresco, no dia da maratona tinha que estar um dia radiante de sol e calor. Podia não estar aquele calor horrível, mas estava calor.

Após chegarmos a Cascais fomos logo à casa de banho. Eu acabei por ir 2 vezes e na partida já parecia ter outra vez a bexiga cheia mas era tudo psicológico.
Encontrámos várias pessoas conhecidas, inclusive os companheiros estreantes Vitor e Pedro Murtinhal. A atmosfera vivida era de entusiasmo, calma e ansiedade. Tudo ao mesmo tempo.
A certa altura passaram uma música dos Pearl Jam. Oh I'm still alive...Os safaditos da organização a brincarem um bocadinho conosco, só pode! Claro que na partida todos estamos ainda "still alive", mas quando chegássemos à meta estaríamos nearly dead...Mas no fundo no fundo estaríamos mais vivos do que nunca!
Algumas fotos desses momentos pré-maratona:

Afilhada e padrinho.
De sorrisos na cara mal sabiam o que os esperava...
Aqui também com o companheiro Vitor.
Rúben, Joana e Ricky, minha mãe, eu e João.
Obrigada a todos.
O meu pai também me fez uma surpresa e foi ver-me à meta. Apenas tinhamos combinado que ele iria estar em Oeiras a dar-me geis mas ele fez-me esta surpresa e logo me disse que iria também estar a apoiar-me em Algés, Belém e Cais do Sodré.

Fiz muito ligeiro aquecimento e quando uma pessoa dá por ela, já eram quase 10h...AI CA MEDO! Dirigimo-nos para a zona da partida e logo logo a seguir estavam a dar o tiro da partida. Alguns minutos depois estávamos a atravessar o pórtico da Partida. Tinha começado a aventura.

Maratona


km 0 - km 3



Muitos sorrisos, muita animação. Sigo de sorriso na cara pois finalmente estou a viver aquilo com que tanto sonhei.

Logo nas primeiras centenas de metros o Vitor segue, sei perfeitamente que já não o volto a ver durante a prova por isso grito-lhe um "Força Vitor!". Sigo com o meu companheiro, padrinho e amigo, João Lima. Uma maratona que era para ser feita a dois.

Os primeiros km's correram bem, fomos nas calmas, ambos sentíamos as pernas um pouco presas mas isso é natural e mais à frente já devia passar. Mesmo assim o ritmo não era mau. Nalguns sítios havia pessoal a apoiar, eu ia alegre e agradecia. E estava contente com toda a experiência que estava a viver junto do meu companheiro de aventura.
Por volta do km 2,5, no Estoril, um amigo do João e que já correu algumas maratonas ia a andar...Mau, que se passa? Disse que ia desistir, que para ele não dava, estava muito calor. Tentámos dar-lhe força mas ele parecia ter desistido. Aquilo mexeu comigo durante alguns metros. Vermos alguém que já é maratonista a desistir logo no inicio não é fácil e faz-nos questionar a nossa sanidade mental.

Perto do marco do km 3 estava a Carla que nos deu força. É sempre bom ver caras familiares, é sempre bom receber apoio. É como se atestássemos a gasolina nesse momento.

km 3 - km 5

Na descida do Estoril deu para recuperar um pouco, embora depois houvesse mais uma subida, seguida novamente de descida onde haveriam mais pessoas a apoiar-nos.
Aos poucos as pernas pareciam começar a soltar-se. Ao mesmo tempo o João não me parecia a 100%, mas pensei que passasse mais à frente.

Uma banda a tocar uma música do Elvis Presley ou algo dentro do género animava o pessoal. Até dancei de tão entusiasmada que ia!

A paisagem era bonita, consegui desfrutar da vista do mar e apreciar o momento de ir a correr uma maratona. Ia animada, ia sorridente, ia a viver o sonho.

km 5- km 11,5

Enquanto as minhas pernas acabaram por soltar-se e eu ia a correr em verdadeiro prazer de corrida, o João não ia com boa cara. Já corremos tanto juntos, em tantos treinos, em tantas provas, que já percebemos quando o outro não está bem. Mesmo assim perguntei-lhe se ia bem. Ele não respondeu. O facto de não responder foi para mim a resposta. Se ele estivesse bem diria logo que sim todo animado. Eu conheço-o. Mas não. A cara dele dizia tudo. Entrou então em acção a Isa madrinha. Sim, eu sei que eu é que sou a afilhada e o João é o padrinho mas mais que isso nós somos uma equipa! E temos de estar lá um para o outro quando um de nós precisa. E se o João não ia bem, eu ia tentar animá-lo, puxar por ele e distraí-lo. E foi isso que fiz. Fiz tudo o que consegui para distraí-lo e não me foi muito difícil fazê-lo pois eu ia animada e verdadeiramente feliz por estar finalmente a correr a maratona.

De vez em quando ele esboçava um sorriso, depois lá me disse o que sentia. Tentei animá-lo.

Em Carcavelos estavam a Mafalda e a minha mãe. Perguntaram-nos se íamos bem. Eu ia, o João não.
Mais à frente o João começou a andar. Vê-lo a andar tão cedo assustou-me e comecei a temer o pior. Um senhor da organização que ia numa bicicleta perguntou se estava tudo bem. Eu tentei tranquilizá-lo, o João disse que estava um bocado mal disposto e que precisava de andar. Continuei a correr embora muito devagarinho para não deixá-lo para trás. Cheguei a dar meia volta e a voltar para trás uns metros ao encontro dele. Para tentar animá-lo disse que já estava a fazer uns metros extra e que por isso quando acabasse ia dizer que tinha corrido uma ultra e não uma maratona :)
Perguntei-lhe se queria vomitar ou ir à casa de banho, podia ser que aliviasse. Eu esperava por ele. Ele não quis ir, não precisava.

km 11,5- km 15,5

O João lá retomou a corrida mas não ia bem. Felizmente chegámos a Oeiras, celebrei o facto de estar a mudar de concelho. Ao todo atravessámos 3 concelhos ao longo da prova. Em Oeiras faziamos um desvio para dentro da vila e cruzávamo-nos com pessoal. Vimos o Vitor, vimos o Pedro M. e mais pessoal conhecido. Aquilo manteve-o distraído durante um pouco. Depois entrámos no jardim municipal de Oeiras. Fui sempre a distraí-lo com conversa mas está bem está...Ele não ia bem e conhecendo como conheço o João a correr aquilo não era nada bom sinal.

Apanhámos uma senhora, meti conversa com ela. Era brasileira mas residente há 22 anos em Portugal. Lusa de coração :) Também era a estreia dela.

À saída do jardim estava o João Branco. Grande animação por vê-lo. Mais à frente havia um retorno, passávamos ao pé de mais uma banda. Uma coisa que felizmente consegui fazer ao longo de toda a prova foi bater sempre palmas ou acenar sempre que passava por uma banda.
No retorno voltámos a passar pelo João Branco e por mais umas pessoas que estavam ao pé dele. Acho que ele não as conhecia mas disse-lhes o nosso nome e elas gritaram por nós, "Força João!", "Força Isa!". Obrigada, obrigada, obrigada. Disse esta palavra 1000 vezes ao longo de toda a prova.

Mais à frente estava então o meu pai a dar-nos os geis e com ele estava o Miccoli, um dos cães dele e minha grande paixão. Quando percebeu que era a "dona" começou a choramingar. Ainda lhe fiz uma festa mas tinha de seguir. Agradeci os geis ao meu pai, disse-lhe que ia bem e segui com o João.

Umas centenas de metros à frente o João recomeçou a andar e foi-se abaixo. Que não ia conseguir, que me estava a prejudicar, para eu seguir sem ele. Respondi que não, para ele andar um bocado que eu ia seguindo numa corrida mais lenta mas não o ia deixar para trás. Disse tudo o que consegui para o animar, mas infelizmente o problema do João não era psicológico, era físico e estava a atormentá-lo desde o inicio.

Começámos a subir junto à praia de Santo Amaro. Havia um abastecimento. O pessoal de todos os abastecimentos foi sempre 5*, sempre a apoiar-nos. Soube muito bem. Fiquei ligeiramente para trás e fiz sinal ao pessoal para baterem palmas e darem-nos mais apoio. O objectivo era tentar arrebitar o João. Eles foram 5* e colaboraram. Mas o João não estava bem e disse-me que não ia conseguir fazer toda a corrida assim. A certa altura, novamente a andar disse-me "Isa vai! Segue!" Teimosa como sou disse-lhe "Não!". Muito sério disse-me "É uma ordem!" e encostou ao passeio. Saiu da estrada e foi para o passeio. Eu não queria acreditar que aquilo estava a acontecer. Não queria deixá-lo para trás. Perguntei-lhe se estava mesmo a desistir. Disse que sim. Percebi que a corrida a dois acabava ali. Foi...nem há palavras.
Abracei-me a ele a chorar. Ambos chorámos e eu segui. Foi o momento mais duro de toda a prova. Foi desolador perceber que aquilo para que ambos tanto treinámos terminava ali.

Eu não estaria a correr uma maratona se há 7 meses atrás o João não me tivesse desafiado a fazê-lo. Se não fosse ele eu não seria hoje maratonista. Tal como desejei, com 25 anos e no ano 2013.

km 15,5 - km 18

Aquele momento custou-me mais do que todas as dores que tive depois dos 30 km. Segui sozinha a chorar durante umas boas centenas de metros. Disse o único palavrão em todos os 42,195 km. Ao mesmo tempo pensei "Agora é que isto começou". Até então eu ia quase em passeio com o João, os km's passavam sem eu dar por eles, agora via-me sozinha e sabendo que o João estava ainda mais desolado que eu. Mas cerrei os dentes e pensei para mim "Agora é que tenho mesmo de terminar isto! Pelo João!" E continuei a correr. Não me lembro bem destes km's pois ia num estado emocional ainda fragilizado e ia desejosa de chegar a Caxias pois aí estaria a minha mãe, a Mafalda e o João que entretanto tinha apanhado boleia duma carrinha da organização. Penso que devo ter acelerado um bocado nesta altura, nada de especial mas segui um nadinha mais depressa.

Quando deixei o João, os últimos atletas vinham apenas umas dezenas de metros atrás de nós. Era claro pois eu via a ambulância que significava que ali era o fim do pelotão. Quando cheguei a Caxias tinha conseguido ganhar um espaço considerável entre mim e os últimos atletas.

Em Caxias, km 18
Revi o João. Ainda com um ar desolado mas relativamente bem. Deu-me força. Eu disse-lhe para não se preocupar, era para terminar.

km 18 - km 22

Depois de ver o João já com a Mafalda e a minha mãe fiquei um pouco mais descansada e ganhei novo alento. EU IA TERMINAR CARAÇAS!

Pouco depois entrávamos no paredão infernal junto à linha do comboio. Entrei no paredão e já haviam pessoas a andar. O calor já começava a fazer vítimas e naquele sítio então...aquela hora...
Comecei a ultrapassar pessoas. Não que estivesse a acelerar. Os outros atletas é que estavam a desacelerar ou mesmo a andar.
Felizmente que a organização percebeu que aquela zona era uma zona "morta" e ao longo do paredão haviam vários escuteiros e não só com bandeiras de todas as nacionalidades e mais algumas. Aquilo animava um pouco. E para os estrangeiros devia ser uma festa quando se cruzavam com a sua bandeira. Quando passei pela bandeira portuguesa, a rapariga que a segurava gritou-me um "Força!" e começou a gritar por Portugal. Comecei a gritar com ela, ouviram-se mais vozes mais lá para trás. Ânimo é fundamental!

Nesta altura acabou-se-me a água. Até então tinha conseguido gerir muito bem a água que tinha, aceitando sempre uma garrafa nos abastecimentos e a certa altura chegava ao abastecimento seguinte e ainda tinha muita água. Mas aqui à torreira do sol fartei-me de despejar água na cabeça e de beber muita também. Felizmente que ao sairmos do paredão tinhamos novo abastecimento. Mais hidratada segui caminho desejosa de chegar à meia-maratona. Cruzei-me com um atleta que nas costas tinha uma espécie de dorsal e que dizia "John, California, USA", para além disto dizia também "161 Marathons". Já não tenho a certeza se eram 161 ou 163 mas quer dizer....161 maratonas????? Ganda maluco!!! Perguntei-lhe em inglês se tinha terminado mesmo as 161 maratonas. Disse que sim. Eu muito tímida disse apenas "It's my first."

Seguia agora em fila indiana rumo a Algés, quase a entrar no terceiro e último concelho. E perguntam vocês "porquê em fila indiana?". Este percurso podia ser muito lindo mas sombras...praticamente nem vê-las. Então sempre que havia uma sombra, por mais mínima que fosse, o pessoal aproveitava. Assim, íamos 4 atletas em fila indiana todos encostados à linha dos comboios a aproveitar a sombra nas pernas e já não era mau. À frente ia a tal atleta brasileira, depois seguia se não estou em erro outro americano, depois eu e atrás o John. A certa altura juntei-me à tal atleta e começámos a conversar, chamava-se Carmen, contei-lhe que o meu companheiro tinha sido obrigado a desistir, falámos sobre algumas coisas, comentámos que haviamos de terminar, assim devagar lá chegaríamos. Ela era muito bem-disposta e fez-me bem correr com companhia. Cruzámos um pórtico que indicava meia-maratona cumprida. Só faltava mais uma meia-maratona...

Um pouco à frente sabia que o meu pai estaria na estação de Algés, assim como a Joana, o Rúben e o Ricky. E ele lá estava, expliquei ao meu pai que o João teve de desistir, felizmente a Carmen gritou-lhe que tomava conta de mim. Isso deve tê-lo deixado mais descansado. No abastecimento apeteceu-me umas laranjas. 2 gomos que me souberam muito bem. Estava farta de ir só a geis. De 5 em 5 km tomava um gel mas quando vi os gominhos de laranja tão apetitosos não resisti. E que bem me souberam!

Sorridente aos 22 km.
O John vem mesmo atrás de mim.
Ao meu lado segue a Carmen, minha companheira durante uns bons km's.
km 22 - km 28,5

Uns metros à frente teria uma óptima surpresa. A Carla e o Jaime de bicicleta esperavam-me para me acompanhar. Foi muito bom vê-los e mais uma vez animei. Segui com a Carmen e com eles que muito simpáticos ofereceram-se para me guardar os geis e as águas. Disseram-me que o João estava mais à frente. Falámos da desistência do João, eu disse-lhes que ia terminar. Meti na cabeça e ia fazê-lo!

Cruzámo-nos novamente com o João, minha mãe e Mafalda.

Lá venho eu ao fundo com os meus anjos da guarda sobre rodas.
Seguiram-se km's mais ou menos fáceis. Eu já ia com algum cansaço acumulado, mas a conversa com a Carmen, a Carla e o Jaime distraiu-me. Para além disso eles iam só a tirar fotos e eu lá fui tentando sorrir.
Quando passámos em Belém o meu pai não estava lá. O que se passou? Pois que fui mais rápida que o comboio =) Sou mesmo muita rápida...ahahahah!

Em Alcântara por pouco o João, Mafalda e minha mãe não me viam também. Portanto é oficial, sou mesmo MUITA rápida!
O João voltou a dar-me força, disse que eu ia num bom ritmo. Eu descansei-o, disse-lhe que ia conseguir, para ele não estar preocupado.
A minha mãe correu um pouco ao meu lado de calças de ganga hehe. Pedi-lhe uma banana, disse-lhe que ia cansada mas bem. Comi a banana enquanto corria e a certa altura metade da banana partiu-se e caiu no chão, ficando mesmo no meio da estrada. Receando que alguém escorregasse na banana, dou meia volta e volto para trás para chutar a banana para o canto da estrada. Não é por nada mas já são mais uns metros....Então? Posso ou não dizer que corri uma ultra? ;)

Continuei com os meus 3 companheiros entretidos a tirar fotografias. Já não sei bem precisar mas por volta do km 28,5 ou 29 a Carmen disse para nós seguirmos ao nosso ritmo, que ela ia provavelmente ficar um pouco para trás e desejou-me uma boa prova. Desejei-lhe uma boa prova e segui com a Carla e o Jaime.

km 29 - km 31,5

Vou cansada mas vou andando. O meu objectivo desde o inicio era pelo menos aguentar sem andar até aos 30 km, depois é natural que se ande, praticamente toda a gente anda, é quase impossível não andar.
No km 30, no Cais do Sodré está o meu pai que fica feliz por me ver, percebe que ainda vou relativamente bem e diz que já é excelente ter chegado ali. Verdade. Fazer 30 km é um grande feito. E fazer 30 km após tanta emoção vivida é muito bom. Mas isso não me chega. Eu quero ser maratonista! Eu vou ser maratonista! Siga em frente.

Uns metros à frente os meus companheiros fazer um breve desvio pois na estrada está um carro dos bombeiros com uma mangueira a molhar os concorrentes. Após 30 km sempre ao sol sabe mesmo muito bem passar debaixo daquele chuveiro. Fico toda encharcada mas who cares?

Um pouco à frente mais um pouco de gasolina. O Isaac está lá e assim que me vê dá-me força. Fico muito agradecida.

E eis que chego a um sítio indefinido e para mim o maior erro da organização da prova. Quando chegávamos ao Terreiro do Paço tinhamos de ir para dentro até aos Restauradores e não em frente. O que seria de esperar da organização? Não só a estrada ali bem cortada de modo a que os atletas percebessem claramente que era para virar à esquerda e não para seguir em frente, mas também uma sinalização qualquer. Não. Havia umas grades mas afastadas umas das outras e que dava perfeitamente para passarem dois ou três atletas lado a lado entre elas. E havia um polícia que sabe-se lá porquê só indicava a algumas pessoas o caminho correcto, a muitas delas deixou-as seguir caminho em frente, enganadas e possivelmente e valer-lhes uma desclassificação sem culpa nenhuma.

Eu virei à esquerda, embora sabendo que o percurso passava nos Restauradores, vendo tanta gente a seguir em frente deixou-me naturalmente com dúvidas. A Carla ainda voltou atrás para confirmar com o polícia que o caminho da maratona era aquele e ele confirmou. Então porque carga de água estava desatento e deixou passar tantos atletas enganados? Pessoas que se calhar foram desclassificadas visto que havia um controlo do chip nos Restauradores. E de quem é a culpa? Inteiramente da organização. Grande falha na minha opinião. Segui então no percurso certo.

Já no Terreiro do Paço vejo o Jorge Branco. Felicíssima por o ver. Fico com a certeza que é suposto passar ali e que não vou enganada.

km 31,5 - km 32,5

Umas centenas de metros à frente ando pela primeira vez. Não, não cheguei ao muro. Mas estou cansada e quero aproveitar a sombra para recuperar um pouco. Prefiro ter cabeça e chegar bem ao fim do que armar-me em campeã.
Tiro o boné, refresco novamente a cabeça, no fundo aproveito a primeira sombra a sério em todo o percurso. Passado um pouco volto a correr. Há uma festa da SIC, há montes de gente nas esplanadas. Não consigo deixar de pensar na ironia daquele pessoal estar ali todo reunido na descontracção e eu ali a correr uma maratona. Há com cada maluco/a....

Um pouco à frente, nos Restauradores, há um retorno com controlo de chip. Agora é que tenho a certeza absoluta que estou no percurso certo e que muita gente seguiu enganada lá atrás. Passo novamente junto à festa da SIC e depois avisto mais dois anjos, Sandra e Nuno.

Sorriso quando vi a Sandra e o Nuno.
Mesmo assim já foi um sorriso cansado.
Eu com os dois anjos sobre rodas
km 32,5 - km 40

A Sandra e o Nuno juntam-se a nós. Fico feliz por ter mais dois companheiros a correrem comigo. Telefonam ao João enquanto correm a meu lado. Dizem-lhe que estou bem, deve estar preocupadissimo comigo, falo com ele, descanso-o. Claro que estou cansada mas estou bem. Vou terminar.

Falamos um pouco, vou distraída o que é bom, assim nem dou pelos metros a passarem. O Jorge está novamente a apoiar-me junto ao Terreiro do Paço. Obrigada Jorge.

A Carla e o Jaime já me levavam água, agora também a Sandra e o Nuno se oferecem para me levarem as águas. Não me quero separar de uma água. Agarro-me a ela como uma criança se agarra ao seu peluche preferido. Mas lá acabo por ceder e seguir sem nada nas mãos. Só quando me vejo sem nada nas mãos reparo que tenho uma bolha a formar-se na mão, precisamente por estar há mais de 30 km a aplicar força para abrir as garrafas. Ridiculo! Daqui para a frente o pessoal abre-me as garrafas todas.

Vocês bem me avisaram...a partir dos 30 é que começa a maratona...mas só vivendo a coisa é que se percebe. Qualquer tempo que pareça que ganhámos no inicio da prova, vamos perdê-lo nos últimos km's. Agora é que começa a parecer que os km's nunca mais passam! Cada km demora séculos a passar! A certa altura já não sei em que km vou. Já não me lembro se já tomei o gel.

A partir daqui sempre que necessário passo a alternar corrida com caminhada. Vou no km 34 e ainda não bati no muro. Acho estranho. Tento preparar-me psicologicamente para a qualquer momento dar de caras com o famoso muro. Sim, estou cansada, mas não senti ainda aquilo de que tanta gente fala, uma quebra brusca de energia que parece que batemos num muro. Não, por enquanto ainda não bati no muro. Será bom sinal, será mau sinal? Não sei. Continuo em frente.

Por volta do km 35 tomo o último gel. No km 36 há abastecimento. Quero tudo a que tenho direito! Bebidas energéticas, gomos de laranja, metade de uma banana. Não penso. Só quero comer e repor energias.

Nesta altura vou com dores em todo o lado e mais algum. Doiem-me as plantas dos pés, doiem-me as coxas, até me dói quando viro ligeiramente o pescoço para o lado. Isto é o corpo a chamar-me doida, a dizer que já chega de correr. Convenço-o a continuar, dando-lhe alguns momentos de descanso caminhando de vez em quando.

Para ajudar à festa juntam-se duas belas dores de burro. Uma de cada lado. Que bom...Não esbarro no muro mas vou toda partida e com dores de burro. É na boa...

Entretanto o Nuno e a Sandra entretém-se e entretém-me tirando fotografias.
Nalgumas fazem-me rir genuinamente, noutras percebe-se perfeitamente que estou a tentar sorrir e sai-me uma coisa ridícula.
As fotos falam por si. Vocês vão perceber perfeitamente pelas fotos as diferentes emoções que senti durante estes km's finais desde o sofrimento à alegria.

Com o anjo Nuno. Aqui já vou a sorrir a sério.
Vêem a diferença, não vêem?
Com a anja Sandra :)
Gargalhadas dos 3
38 km feitos.
Vocês dizem "Já está quase."
Eu digo "Ainda falta tanto!"
Jaime, Carla, Sandra e eu já desejosa que chegasse a meta...e ainda faltava tanto...
Eu tinha preparado o João para me aturar nos últimos km's. Agora estes dois casais não estavam preparados para me aturar. Penso que aguentei o melhor que pude a "rabugice", mas sei que naqueles últimos km's não fui grande companhia. O João ligou umas duas vezes e o Nuno na brincadeira disse-lhe que a afilhada (eu) já estava farta que ele ligasse. Quando ele ligava eu só pensava "ESTOU A CAMINHO JOÃO! ESTOU A CAMINHO!!!". Claramente já completamente rabujenta como uma criança cheia de sono. Na última chamada que o João fez para o Nuno, o Nuno encostou o telemóvel ao meu ouvido e o que me saiu assemelhou-se a um grunhido . A partir daí ele não ligou mais...

Mas se querem provas que eu ainda não estava morta vejam as fotos seguintes.

Chuveiro dos bombeiros. AI CA BOM!
A agradecer aos bombeiros. Mais de 38 km percorridos e ainda
tenho forças para agradecer.
Não estou assim tãoooo mal.
Até consegui bater palmas à banda!
Ah pois é!
Dead but alive!!!!
km 40 -km 42

Entramos na zona do Parque das Nações. Já não falta tudo. Sinto-a ali tão pertinho mas ao mesmo tempo ainda falta tanto. Mas sei que lá vou chegar. 

Estou mal disposta. O estômago está cheio de água, geis, laranjas, bananas e até algum Gatorade. É um festim no meu estômago. Não vou com vontade de vomitar, mas sinto o estômago a andar às voltas e apetecia-me arrotar mas o raio do arroto não sai. Dá para aguentar.

km 40!!!!!
Nesta altura ultrapasso umas quantas pessoas. Vai quase tudo a andar e eu naquele momento vou a correr.
A Sandra diz-me que mais à frente há uma subida, tal como eu gosto diz ela...Penso para mim "Gosto mas não é após ter feito 40 km!!!!!" Mas sabe-se lá como até consigo fazer a subida a correr bem devagarinho. Deve ser um milagre!

km 41
Poder-se-ia pensar "Já só falta 1!"
Há quem pense "Nunca mais..."
Aqui despeço-me da Carla e do Jaime. Voltaremos a encontrar-nos na meta.
Não tenho palavras suficientes de agradecimento ao casal maravilha. Estiveram comigo durante cerca de 3h!Uns verdadeiros anjos da guarda.

Mais à frente vejo uma camisola amarela. É a Rute. Fico contente por ver mais uma cara familiar. Junta-se a nós para correr conosco o último km. Vejo também o Vitor já com a medalha ao peito. Que felicidade por ver que ele conseguiu!

Rute e eu no km 41.
Ainda estou viva!!!
Mais à frente mais caras familiares. 
Uma cara particularmente feliz por ver a sua afilhada a chegar bem, embora ainda falte uns 800 m.

Nuno, João, eu e Rute.
Nem me lembro o que o João me estava a dizer.
Acho que nem ouvi...
Pensei que era só virar já ali à direita, mas era uma direita mais à frente...Ai o caraças! Cada metro a mais já me estava a irritar! 
Depois vi a minha mãe e o Sequeira. Sabia que ele vinha, mas fiquei feliz por ver mais uma cara familiar a juntar-se à festa.
Mais à frente FINALMENTE virei à direita. Estava tão perto, mas juro-vos que cada passada já me custava.

E depois vejo-a! A META!!! 
A Rute e o Nuno logo me dizem que ainda não é ali... Sim...há ali um pórtico! Mas é para enganar-nos a todos! O pórtico da meta ainda não se vê, está escondido, mas é já ali ligeiramente à esquerda aponta o Nuno. É 20 m depois diz a Rute. Penso que 20 m é MUITO longe. Mas lá continuo a correr. 

É já ali...
Mas ali ainda é tãooooo longe.
Os meus companheiros Sandra, Nuno e Rute não podem seguir.
Os últimos 195 m são apenas meus.
km 42 - km 42,195 (META!!!!!)

Sigo sozinha. Não consigo pensar em nada, apenas corro. Depois lembro-me do que todos me disseram para levantar bem os braços e sorrir. Curiosamente levantar os braços nem me custa muito, agora...sorrir??? Não sei se consigo sorrir. 

Isa, o que sentiste quando viste a meta? O que sentiste quando percebeste que já estava? Que eras maratonista?
Gente, não sei responder-vos. É tanta emoção ao mesmo tempo que ficamos quase sem reacção. É algo muito forte. Por um lado estamos muito cansados, fartos de correr, desejosos de parar, por outro sentimos uma grande alívio. Alívio por termos conseguido. Alívio por finalmente irmos parar.
Depois há uma grande alegria, um grande orgulho, mas não conseguimos exteriorizá-lo. Por um lado estamos em negação e não interiorizámos ainda que conseguimos correr uma maratona. Ainda hoje, alguns dias depois, ainda não interiorizei bem a coisa. Parece um sonho. Terá sido real? É muita coisa ao mesmo tempo, mas lembro-me de todos vocês e levanto os braços, sorrio, apenas para vocês.


CARAÇAS, SOU MARATONISTA! 5h30m11s para o conseguir! Uma eternidade de emoções. Não há nada que pague duas simples palavras "Sou maratonista.".

Vídeo da minha chegada:


Depois da meta

Seguem-se abraços, beijinhos, palavras de agradecimento. Vêm-me as lágrimas aos olhos quando vejo o que o Nuno e a Sandra fizeram para mim. Rapidamente controlo-me. Não quero chorar mais.
Tiramos fotos, falamos um bocado. Estou bem. Consigo falar, consigo estar de pé, consigo andar, já não estou mal disposta. Não fui ao limite. Consegui chegar bem. E isso é o mais importante.

Fico imensamente feliz pelos companheiros Vitor e Pedro Murtinhal também terem conseguido terminar a sua primeira maratona. Muitos parabéns rapazes!

Aconselho vivamente quem nunca tenha feito uma maratona a fazê-lo. Mas com muito treininho, muito muito treininho. A maratona não são apenas os 42 km e mais 195 m, são meses e meses de duração. Desde o momento em que decidimos que vamos correr uma, passando pelos treinos, pelo convívio durante e fora dos treinos, pela inscrição na prova, o levantamento dos dorsais. Tudo mas mesmo tudo faz parte da experiência maratona. As emoções vividas são muito fortes ao longo de todos estes meses e no dia em que finalmente vivemos a aventura as emoções duplicam, triplicam, quadriplicam!
No inicio da prova, quando estava com o João e com o Vitor, encontrámos o Luís Mota. Sim, o ultra-maratonista....vencedor por duas vezes do Ultra Trail de São Mamede (que são "só"....100 km). Sabem o que ele nos disse? Que não há nada como uma maratona de estrada. As emoções são outras. E falou-nos particularmente da Maratona de Londres, percebia-se o seu entusiasmo em relação a essa prova. Um dia lá hei-de ir :)

Agora, seguem-se as fotos finais, já tiradas após a maratona.
E porque uma maratona não se esgota após 42,195m, noutro artigo virei aqui fazer mais algumas considerações sobre a maratona e virei aqui falar sobre os meus próximos projectos. Sendo o projecto maior o...não...ainda não vou dizer =P

O meu pequeno momento de fama.
Poso para os fotógrafos da organização.
Sabe-se lá como ESTOU VIVA.
O padrinho João segura na medalha como que a confirmar
que a sua afilhada conseguiu.
Apenas alguns dos grandes companheiros desta viagem:
Vitor, Sandra, Nuno, mãe, eu, Ricky, João, Rute, Carla e Jaime.
Na foto faltam a Mafalda e o Sequeira que estavam a tirar a foto.
Mostro a minha baby t-shirt feita pelos meus amores, Sandra e Nuno.
A bela medalha.
E pesada como ó raio!
Não é a coisa mais fofa?
Obrigada Sandra e Nuno!

E se leram com atenção, se calhar estão a pensar "Então e o muro Isa?"
Pois...o muro passou ao lado. Não dei por ele, senti-me cansada sim, tive dores em todo o lado e mais algum mas nunca senti "Epá, que esbarrei no muro." Segundo o que sempre me descreveram eu não senti nada disso, vou assim partir do principio que pelo menos desta vez eu e o muro não nos encontrámos. Mais depressa encontrei o muro no Destak...(sim..que aí é que não tinha energia nenhuma...) do que na maratona.
Mas para mim houve um muro na maratona...e esse muro aconteceu por volta do km 15,5 quando o João foi forçado a desistir. Esse foi o meu muro. Um muro emocional. Calculo que seja bem pior do que o "verdadeiro" muro. 

Agradecimentos

Não poderia terminar sem agradecer a todos os que estiveram presentes neste dia tão especial.
Espero não me esquecer de ninguém, mas se isso acontecer as minhas sinceras desculpas. Se estiveram lá, se gritaram por mim, se torceram por mim eu fiquei extremamente agradecida na altura. 
A todos os leitores deste blogue que me apoiaram, enviaram mails ou sms agradeço-vos imenso. Olhem que os braços no ar e o sorriso na meta foram a pensar em vocês! MESMO!

Então...sem qualquer ordem quero agradecer ao Jorge Branco e ao Manuel Sequeira por todos os conselhos que me deram e por terem vindo a Lisboa de propósito para me apoiarem a mim e ao João. Muito feliz por os ver, ao Jorge no Terreiro do Paço, ao Sequeira na meta. Obrigada amigos.

Obrigada à Carla que apesar de estar a torcer pelo seu Pedro, também torceu por todos os outros atletas e gritou por mim e pelo João quando passámos por ela no Estoril.

Obrigada ao Isaac que é uma pessoa que sempre que me vê me cumprimenta e me dá força. Não estava à espera de vê-lo no Terreiro do Paço mas fiquei feliz pelo seu apoio.

Obrigada ao João Branco por ter estado em Oeiras a apoiar-me a mim e ao João. Íamos em Carcavelos e eu já ia a falar nele, desejosa de ver uma cara amiga e de ver este grande companheiro das corridas.

Obrigada ao Vitor por ter esperado mais de 1h pela minha chegada. Obrigada pela companhia nos treinos, obrigada pela força. Foste grande na tua estreia! Parabéns maratonista :)

Obrigada a todo o pessoal da organização. Nos abastecimentos estavam sempre bem-dispostos, sempre prontos a sorrir e a darem uma palavra de apoio.

Obrigada a todas as pessoas que me tenham cumprimentado na partida ou ao longo do percurso mas que não reconheci ou simplesmente não sei os seus nomes. Obrigada pela força.

Obrigada à Carmen, companheira durante uns bons km's, fez-me bem correr com outra estreante ao meu lado. Eu disse-lhe o nome do meu blogue mas é possível que se tenha esquecido. Havemos de voltar a encontrar-nos. Obrigada pela excelente companhia. E se bem vi nos resultados, PARABÉNS MARATONISTA! =)

Obrigada à Rute por ter ido ver a minha chegada e por ter corrido comigo o km final. Ia já muito cansada mas fiquei muito feliz por te ver. E então com a camisola amarela :) Até me deu outro ânimo. Obrigada por essa força extra. 

Muito, muito, muito obrigada à Carla e ao Jaime! Vocês foram uns anjos. Estiveram comigo durante 3h! Após terem pedalado 40 km! Vocês é que deviam receber duas medalhas de resistência por me aturarem naqueles momentos mais complicados. Obrigada por tudo, foram uma excelente companhia e deram-me muita força. Grandes companheiros!

Muito, muito, muito obrigada à Sandra e ao Nuno. Após terem feito a Meia apanharam o metro e foram ter comigo à Baixa. Dois anjos caídos do céu! Correram comigo os 10 km finais. Até garrafas me abriram. E também tiveram de me aturar quando eu ia cheia de dores. Medalhas para vocês também! E que dizer da surpresa que me prepararam? ADOREI! Coisa mais fofa!!! Obrigada por tudo amigos.

Obrigada ao pai e à mãe, que apesar de não lerem o blogue (acho eu...), estiveram presentes em diferentes locais do percurso a dar-me força.  Que me acharam maluca e tinham os seus receios por eu me aventurar numa maratona mas depois no final ambos disseram "Eu sabia que conseguias."

Obrigada à Mafalda, Ricky e Joana Lima e ao Rúben pela força e por tantas fotografias e vídeos. Obrigada pelos abastecimentos. Obrigada por terem gritado por mim. Enfim, obrigada por tudo. Família 5*!
E, óbvio, obrigada João!!! Achas que eu não te ia agradecer? Depois de tudo o que fizeste por mim? Quando foste tu que me "empurraste" para a maratona este ano? Quando foste tu que elaboraste o plano de treinos? Quando foste tu quem mais me acompanhou em treinos? Quando foste tu que me deste milhares de palavras de encorajamento? 
A tua desistência foi muito dura para ambos, mas não penses nem por um segundo que estou chateada contigo. Como? Se a culpa não foi tua! Podia ter acontecido a qualquer um. És padrinho já desde a minha primeira meia-maratona, foste padrinho durante toda esta aventura que começou a 6 de Março e foste padrinho durante toda a maratona! Pois tomaste a decisão de desistir também porque viste que o tempo começava a ficar apertado para eu conseguir terminar dentro do tempo limite. Foste padrinho durante toda a prova pois estiveste em vários pontos do percurso à espera da minha passagem e até quando não estavas lá telefonavas para a Sandra ou para o Nuno. Até ao momento em que eu te respondi com um grunhido...hehehe...a partir daí já não ligaste mais =P
Padrinho, amigo João, há mais maratonas. Vamos ter mais oportunidades de corrermos juntos uma maratona. E como a aventura não termina em Sevilha....
OBRIGADA POR TUDO MEU GRANDE AMIGO JOÃO!

Vou terminar por aqui que isto não está longo...isto está longo elevado ao infinito.
Só tenho mais uma coisa a dizer:



SOU MARATONISTA!!!!!!


Fotos by: Mafalda Lima, Joana Lima, Ricardo Lima, Rúben, Nuno, Sandra

47 comentários:

  1. O que posso comentar? O que posso acrescentar a tudo que já te disse?
    Olha... não consigo dizer mais nada mas sei que vais entender perfeitamente o bloqueio!

    És grande!

    PARABÉNS! És um grande orgulho!

    Beijinhos e obrigado eu por tudo

    ps - Até posso acrescentar uma coisa. Foste a 2ª portuguesa mais jovem a cortar a meta :)

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    1. João, parabéns foste o primeiro corajoso a ler este artigo gigantesco! :)

      Obrigada por tudo!

      Beijinhos grandes.

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    2. Corajoso? Eu estava era mortinho para "devorar" o artigo! :)))

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  2. Parabéns ISA :)

    Escreveste um texto que me fez "deslocar" do local de trabalho, para a tua maratona (espero que o meu chefe não tenha dado conta da "ausência", e espero que os colegas não tenham visto as lágrimas a rolar por de trás dos óculos...).

    ADOREI O TEU RELATO... E O NOME DO TEU BLOG, DIZ TUDO :)

    Muitas felicidades companheira, amiga e extraordinária pessoa :)

    Foi um prazer enorme ter conseguido fazer contigo os últimos Kms (estou a tornar-me repetitiva = P )

    (Sininho)

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    1. Eu avisei... ;)
      Obrigada amiga. Foi um prazer foi para mim ter-vos tido como companhia (também me estou a tornar repetitiva...)

      Uma grande aventura foi o que foi. E já estou desejosa de partir para outra :)

      Beijinhos grandes

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  3. Muitos parabéns Isa! Como disse no meu cantinho, não quero ainda fazer uma Maratona de estrada, mas gostei de fazer a tua e não me importava de fazer 42 kms finais contigo! lol :) Não queres fazer um desafio 42 Maratonas em 42 meses ou algo do género? :P
    Beijinhos grandes, Maratonista!

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    1. Mais uma vez obrigada menina :)

      Epá, 1 maratona por mês? Vê lá o que dizes que eu sou uma pessoa que gosta de desafios e normalmente aceito-os ;) Mas agora a sério, uma dia...sabe-se lá...nunca digas nunca...Mas por enquanto contento-me com uma maratona no currículo e outras a caminho. Para já segue-se Sevilha :)

      Beijocas e obrigada pela companhia naquele km final, acredita que me deu um boost extra :)

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  4. Só consigo dizer-te PARABÉNS MARATONISTA.
    Excelente texto e que me transportou para os 42,195km que brilhantemente percorreste.
    Beijinhos.

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    1. Obrigada Tigas.
      Eu não te disse que o meu texto estava gigante? ;) Eu bem avisei...
      Ainda bem que gostaste de ler.
      Beijinhos

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  5. Emocionei-me muito com o vídeo, o abraço sentido que o João te deu!
    Sorte a tua em teres um padrinho assim! Mas ele também tem sorte em ter uma afilhada assim: lutadora, dedicada e apaixonada pela corrida!
    Para mim estão os dois de parabéns, porque como dizes, a maratona não é aquele dia, aqueles 42km e uns metros. A maratona é toda a preparação até ao dia D. E nisso foram os dois brilhantes!
    Parabéns, Maratonista Isa!

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    1. Foram momentos muito emocionantes.
      É um privilégio ter conhecido o João e toda a sua simpática família.
      Obrigada Anabela.
      Beijinhos

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  6. Parabéns Isa. Relato espectacular. Vibrei a cada paragrafo. És MARATONISTA sim Sra. :) Beijinhos

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  7. Sou leitor assíduo do teu blog, nunca antes tendo comentado nenhuma publicação. Tal como tu, tenho o desejo de correr uma maratona e, ao ler o teu relato, senti mesmo que estava a teu lado a correr! Não consigo passar este post sem umas curtas palavras.

    Não sei se falavas a sério no início mas emocionei-me ao ler as tuas palavras. Senti algumas das tuas emoções e ainda mais vontade fiquei de correr uma maratona!

    Parabéns! Muitos parabéns mesmo por esse objetivo conseguido!

    ÉS MARATONISTA :D

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    1. Falava a sério sim.
      Obrigada pelas tuas palavras Ricardo.
      Então se tens vontade, o conselho que te dou é : Força! Com treino, vontade e persistência é possível. Luta pelo sonho!
      Beijinhos e obrigada pelo comentário :)

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  8. Relato emocionante, está aqui tudo. Foi o culminar de meses de sacrifício.
    Gostei de ter acompanhado parte desse percurso. E gostei de esperar para assistir à tua grande vitória.

    Beijinhos, colega Maratonista ;)

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    1. Obrigada Vitor. Relato emocionante porque a corrida também foi emocionante, tentei relatar tudo tal e qual me senti.
      Beijinhos colega maratonista =)

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  9. Oh Isa, mas que texto tão emotivo e que eu adorei ler. Muitos parabéns por esta conquista absolutamente fantástica! Venha a próxima em Sevilha ;)

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    1. Obrigada Fiona.
      Foi duro mas está feita! E mais virão :)
      Beijinhos

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  10. :')

    O melhor relato de uma maratona que eu já li até hoje. Enorme.Foi de uma garra tremenda teres conseguido continuar após os 15km. Há fases no teu relato que se nota o efeito do treino, a maturidade, o sentido de humor, o companheirismo. Muitos parabéns!

    Bjs e boa recuperação

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    1. O melhor ou o maior? hehehe ;)
      Obrigada José.
      Beijinhos

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  11. Belo relato :)
    É bonito o ânimo que isto dá, por tudo o que significa, pela amizade e companheirismo. Tivemos pena de não ter estado na meta mas estavamos a pensar em ti!!

    Beijinho muito grande e não tens de agradecer a ninguém, nós é que temos de te agradecer pelo orgulho que nos fazes sentir com essa força e determinação

    Muitos PARABÉNS venha a próxima!!!! :P

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    1. Obrigada Joana.
      Vocês foram 5*, muito bem me soube quando vos vi em Algés.
      Beijinhos

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  12. Muitos parabéns Maratonista, venha Sevilha.
    Saboreia a felicidade que sentes por estes dias, totalmente merecida.
    Abraço,
    António Almeida

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    1. Obrigada António.
      Por estes dias ainda me custa a acreditar que consegui correr uma maratona.

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  13. Isa,

    Deliciosa esta tua crónica sobre esta experiência única!
    És uma mulheraça!

    Bjinho cheio de orgulho

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  14. Obrigada Ana.
    Ainda bem que gostaste de ler :)
    Beijinhos

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  15. Parabéns MARATONISTA!Muito bem !excelente descrição ...provavelmente o maior artigo de blog que alguma vez vi, acredito que muito do texto foi escrito em plena prova...depois foi só deitar aqui ...no blog. bj e continuação de boas corridas e parabéns pelo o exemplo para a juventude.

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    1. Obrigada Joaquim.
      Eu queria escrever tudo o que me lembrasse pois jamais quero esquecer as sensações vividas.
      Um beijinho.

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  16. Madrinha, o que dizer depois de ler ?! Fiquei sem palavras!
    O que eu chorei ao ver o vídeo!!! Ele mostra bem em segundos o que foi a maratona!! :)
    É uma alegria muito grande ver-te Maratonista. Que orgulho de ter uma madrinha MARATONISTA!!!! :D

    Foste brilhante :)

    Venha Sevilha!! :)

    Um beijinho gigante!!!

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    1. Obrigada Marta.
      O vídeo resume bem as emoções à flor da pele.
      Agora já tens madrinha e padrinho maratonistas. E um dia....serás maratonista :)
      Beijinhos

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  17. Isa,
    Já pareces o Murakami em versão feminina, (estou a brincar) :)
    Excelente relato, fiquei bastante impressionado quando vi as fotos e vi que em grande parte do percurso ias "sozinha", que força que tiveste que ter nos momentos menos bons, mesmo tendo muita gente fantástica a apoiar, mas foste tu que fizeste todo o trabalho, não foi?
    Felizmente também tiveste a companhia da malta "das bicicletas", essa malta fantastica que não deixa ninguém para trás.
    Mesmo sabendo que estavam todos a torcer por ti, tiveste que ir buscar forças lá bem ao fundo para levar o adamastor de vencida, mais uma vez parabéns.
    Ao ler os relatos dos maratonistas que escrevem por essa web por vezes até me esqueço que também eu já sou maratonista.
    Agora força nesse novo objectivo, depois de um breve descanso para ganhar balanço.
    bons treinos
    Manuel Nunes

    PS: uma das coisas que me vai ficar marcado na memória foi ouvir a banda que se encontrava na rotunda antes do Parque das Nações que no momento que lá passei estavam a tocar o "Highway to Hell", mesmo a propósito. Mas no final a sensação foi mesmo boa, se calhar o inferno não é assim tão mau :)

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    1. Obrigada Manuel.
      Ahahah, eu queria escrever tudinho que é para daqui a um ano ou mais reler tudo e relembrar tudo aquilo que vivi.
      Somos maratonistas! Foi difícil mas conseguimos!

      Já não me lembro que música eles estavam a tocar quando lá passei mas levantei os braços e bati palmas como se vê numa das fotos.

      Beijinhos e boa recuperação

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  18. Muitos muitos Parabéns Isa! És Maratonista! E...conseguiste agora "levar-me" contigo nessa Maratona! Bem vivida e bem sentida a Maratona, em detalhe...gostei bastante e revi muitas coisas...e fez-me reflectir...

    Beijinho, e esta foi a 1ª de muitas, que eu sei! E lamento mas não...esses metrinhos extra para apanhar a banana, não contam para seres Ultra. Mas também vais lá chegar, que eu sei! ;)

    Boa recuperação e um beijinho

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    1. Obrigada Ana.
      Foram sensações únicas. Percebo perfeitamente a tua "carta" à maratona :)

      Uma ultra já está nos planos futuros....mais detalhes nos próximos dias ;)

      Beijinhos

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  19. Estou a ficar muito preocupado.
    Seriamente preocupado!
    Deveras preocupado!
    Afilhada Isa quando correres uma ultra maratona vais ter de escrever um livro em três volumes no mínimo! :) :) :)
    Adorei o teu relato eu nunca tive tempo de sentir tanta coisa na maratona mas se um dia voltar a conseguir correr os 42,195 km (coisa que julgo não vir a acontecer) penso que vou ter esse tempo todo que me faltou antigamente :)
    Beijinho e se me sair o euromilhões vou a Sevilha ver a vossa maratona :)

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    1. Hehehehe :)
      Este artigo só saiu tão gigante porque foi a minha primeira maratona e eu queria colocar tudinho no "papel". Mas vou tentar que os próximos relatos de maratonas sejam um pouco mais curtos...uma ou duas linhas...estou a brincar :)

      Nunca se sabe Jorge, nunca se sabe.

      Beijinhos grandes

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  20. Só agora arranjei um tempinho para ler este teu post com a calma que ele merece...muito, muito bom, muito emotivo e realista a transportar-me para dentro da tua prova e a fazer relembrar-me muitas das emoções que vivi na minha primeira Maratona. Grande Isa, a escrever e a correr....e tantos amigos que te acompanharam nesta aventura...que mais se pode querer? Muitos parabéns colega Maratonista.
    Beijinhos e boa recuperação

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    1. Obrigada Carlos.
      Percebo perfeitamente papá :)
      Beijinhos

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  21. Muitos parabéns Isa!
    E agora vá de fazer JÁ novos objectivos, para não deixar a máquina arrefecer. ;)

    Beijos!!!

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    1. Obrigada Pedro! E parabéns pela tua segunda e em grande!!! =)
      Oh isto são só planos. Tantos que tenho que me controlar porque tem de ser uma coisa de cada vez.
      Beijinhos

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  22. Já tinha lido este teu post e pensava que tinha deixado aqui o meu comentário, mas pelos vistos não o fiz. MEA CULPA!!!

    Ainda que atrasados aqui ficam os meus parabéns a esta GRANDE MARATONISTA, que aguentou estoicamente depois da contrariedade que o seu "anjo da guarda" sofreu.

    MUITOS PARABÉNS !!!

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    1. No worries :)
      Obrigada. Felizmente consegui.
      Beijinhos

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  23. Isa , pensei que já tinha comentado mas pelos vistos , não apareceu o que escrevi :(

    Seja como for , muitos parabéns pela conquista e pelo relato , super emocionante !!

    És maratonista , e o meu respeito é brutal :)


    Espero tambem conseguir ser daqui a 18 dias no Porto ;)

    Muitos parabens e força para esses novos desafios...


    Ajb

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    1. Não tinha cá nada...o que interessa é que agora já apareceu :)
      Obrigada. Foi uma verdadeira aventura.
      Vais ver que consegues! Na boa!
      Beijinhos e força!

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  24. Olá, minha querida Isa!
    Só hoje consegui ir ao encontro do teu blog; como eu sempre digo: "sou muito lenta"! :-D
    Adorei ler este teu magnífico relato da tua 1ª Maratona! Espetacular!
    Tantas emoções vividas e partilhadas com tantas pessoas amigas, que ao longo destes kms todos te foram dando apoio e te distraindo para não veres os kms a passar.
    Passamos bons kms juntas e também eu tenho muito a vos agradecer, pelo teu apoio e o dos teus companheiros ciclistas que iam a teu lado.
    Lá pelo Km 38 (penso eu), o casal de ciclistas teus amigos ainda foram ter comigo, me encorajar e dizer que faltava muito pouco, que eu iria conseguir! Fantásticos, os dois! Mais uma vez, obrigada pelo apoio, foram espetaculares!
    Quando passei pela Praça do comércio também não estava bem sinalizado e já ia ir em frente (em direção à Santa Apolónia), quando
    lembrei do percurso e que tinha que entrar para os Restauradores; ainda fui a tempo de avisar várias pessoas que iam cometer o mesmo engano.
    Como viste, o meu ritmo era baixo e por isso, ainda consegui dançar em cada ponto onde havia bandas a tocar e "meti papo" com mais uma senhora inglesa e uma miúda australiana, quando já só faltavam 2 kms para a meta de chegada.
    E também me cruzei com o "John - USA" em vários momentos da corrida; algumas vezes ele passou por mim e noutras, eu passei por ele,
    sempre a trocarmos palavras de apoio... Muito bom!!!
    Sabes que "a dor é inevitável, mas o sofrimento é opcional".
    Na meta de chegada me esperavam o meu marido (também a se estrear na Maratona) e vários amigos, com docinhos para repor as energias.
    E, já agora... PARABÉNS, MARATONISTA!!!! ;-)
    Boa Maratona de Sevilha, que já está mesmo ai, a bater à porta!!!
    Sempre que vejo uma camisola amarela escrito "Corro 4 ao Km", olho bem, para ver se não és tu...hehehe
    Beijinhos grandes e nos vemos por ai, numa corrida/treino pelas ruas de Portugal... ou nalgum outro país...

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    1. Carmen!!! Olá :)

      Que contente que fiquei ao ler o teu comentário!
      Ainda bem que correu tudo bem contigo e que te divertiste. PARABÉNS!!! ÉS MARATONISTA!
      CONSEGUIMOS!
      Foi um prazer correr ao teu lado. Vemo-nos um dia destes numa corrida por aí.
      Obrigada pela força para Sevilha.
      Beijinhos grandes e bons treinos!

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