sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Histórias engraçadas/irónicas

Independentemente de dores ou não dores (já lá vamos), hoje é um dia especial. Há 1 ano comecei a correr para nunca mais parar =).
Dia 8 de Novembro foi o dia em que descobri que adoro correr mas, sabe-se lá porquê, andei ali meio perdida durante 3 meses, até que no belo dia de 8 de Fevereiro de 2012 fui correr, mas já com outra determinação. A partir daí passei a correr regularmente.

As histórias que aqui vou contar, ou a maioria delas, não ocorreram durante este ano de corridas, mas têm tudo a ver com corrida.

Mas antes posso dizer que hoje de manhã fui correr no ginásio. Achei mais seguro para as minhas canelas correr na passadeira. Acordei a sentir-me melhor que ontem. Decidi correr 15 minutos e foi o que aconteceu. Corri bem devagar e não senti nenhuma dor até ao minuto 14. Foi apenas na canela esquerda e foi uma dor muito ligeira, mas ainda assim foi qualquer coisa. Parei e não corri mais. A dor desapareceu. Isto ainda não está bom, mas vai ficar. A minha dúvida é o que irá acontecer no domingo. Não treinei nada de jeito para uma prova de 20 km e, vendo bem as coisas, 20 km é quase uma meia maratona, mas eu vou devagarinho, vou correr num sítio lindo e rodeada de outros atletas por isso, se alguma coisa correr mal, não hesitarei em parar. Forçar e arranjar para aqui alguma coisa grave é que não!

Vamos então às histórias.

Hoje até estou mais bem-disposta e espero que vocês também estejam. Se não estão, vão ficar depois de lerem algumas destas histórias reais. Algumas são mesmo cómicas.

História número 1:

Há muito muito tempo, era eu uma criança =P fui perseguida por um cocó. Não sei se já todos ouviram falar, mas há um tipo de galinhas vulgarmente conhecidas por cocós. Há muitos anos atrás, era eu ainda pequenina, fui à terra dos meus bisavós. Eles tinham vários animais, mas havia uma galinha que, sabe-se lá porquê, um dia começou a perseguir-me. Eu corria apavorada a fugir da cocó. Sabe-se lá se não foi aqui que ficou o "bichinho da corrida". Perceberam o trocadilho? Hihihi :)
De vez em quando a minha mãe lembra-se desta história e desata-se a rir. Ao que parece teve muita piada para quem estava a assistir ver uma galinha a correr atrás de uma pobre criança apavorada.

História número 2:

Tinha eu... (não vou dizer a idade que é uma vergonha, mas digamos apenas que eu já andava na escola secundária...) e todas as sextas a seguir ao jantar ia com um grupo de amigos beber um café e depois íamos para um jardim que há aqui perto e ou falávamos um pouco, ou jogávamos futebol, vólei, basket, entre muitos outros jogos, incluindo alguns inventados por nós. Um dia alguém se lembrou de jogarmos ao "macaquinho do chinês". Eu como boa "sprinter" ia à frente e já estava quase a ganhar quando num "1, 2, 3 macaquinho do chinês", ia tão depressa que ao travar torci o pé e caí. Ao inicio o pessoal riu-se porque, segundo o que disseram, a minha queda foi muito cómica, parece que caí em câmara lenta. Depois perceberam que eu não conseguia sequer pousar o pé no chão e tiveram de me levar ao colo até casa.
Isto é tudo verídico. Os filmes em que eu me meto... Passei a noite cheia de dores e na manhã seguinte tive de ir às urgências. Durante 1 semana tive de andar de canadianas, porque não conseguia mesmo pousar o pé. Durante 3 semanas não pude fazer Educação Física, o que era horrível, porque eu gostava bastante de educação física e estar parada a ver os outros na aula não é nada fixe.

História número 3:

Esta é uma grande ironia da vida e não foi assim tão engraçada como isso. Mas tendo em conta que hoje corro, eu chamo-lhe uma grande ironia.
Finais de Novembro de 2009. Estava a tirar a carta de condução desde Agosto se bem me lembro. As aulas correram bem, eu adorava conduzir. O meu instrutor era divertido e ensinou-me bem as coisas. A minha especialidade eram as manobras. Oh, o que eu adorava fazer inversões de marcha e estacionar o carro de diferentes maneiras. No final de Novembro tinha o meu exame de condução. O de código já estava feito e passei exemplarmente, faltava o mais importante, o de condução. Chumbei! O erro foi meu, a culpa foi minha, mas querem saber o erro que cometi para chumbar?
Ia eu muito bem a aproximar-me de uma passadeira e vi que havia uma senhora a correr no passeio. Ela não parecia ir para a passadeira, mas de repente virou à esquerda e meteu-se pela passadeira adentro sem sequer olhar. Apesar de não estar à espera, eu ia atenta e travei (coisa que a maioria dos portugueses não faz...). Só que travei já em cima da passadeira, ou seja, a parte da frente do carro já ficou em cima da passadeira, e não antes, como deveria ser. Chumbei. Não fiquei nada contente. E sim, na altura "amaldiçoei" a mulher por se meter pela passadeira adentro a correr. Gente parva esta gente que corre, pensei eu =P Perdoem-me, mas estava mesmo lixada. Tive de repetir o exame umas semanas mais tarde, a 14 de Dezembro, desta vez com uma examinadora com má fama. Mas passei. À segunda foi de vez!
Ao longo do tempo tenho agradecido por ter chumbado no primeiro exame. Eu não acho que não estivesse ainda preparada. Eu já conduzia bem aquando do meu primeiro exame. Aliás, basta ver que eu travei mais que a tempo de não atropelar a senhora, só não fui a tempo de parar os metros necessários antes da passadeira. Mas o que interessa é que esse chumbo por essa razão específica me tornou muito mais atenta nas passadeiras, quer do ponto de vista de condutora (das poucas vezes que conduzi o carro de alguém, visto que não tenho carro), quer do ponto de vista de passageira, quer do ponto de vista de peão. Se calhar eu tinha que chumbar, porque se não chumbasse podia não me ter tornado tão atenta a certas coisas.
Mas digam lá que não é irónico eu ter chumbado no exame de condução por causa de alguém que se atravessou à minha frente a correr? 
Se calhar já era o destino a tentar dizer-me "Larga lá o carro e vai mas é correr!" =)

História número 4:

Já todos sabem como correu a minha segunda prova de 10 km, o Memorial Francisco Lázaro. Mas nem todos sabem o que aconteceu apenas uns minutos depois de eu ter chegado à meta.
Estava eu a fazer uns alongamentos, nomeadamente estes aqui em baixo, quando de repente senti que me tinha picado nalguma coisa. Olhei para a mão, mas não vi nada.  
Fonte:http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=35780
Pensando que podia ser um alfinete (ok, ok, eu não devia estar a raciocinar como deve ser, mas na altura foi a única coisa que me ocorreu, que um alfinete do dorsal de alguma forma tinha migrado para as minhas costas...) voltei e pôr lá a mão, embora com mais cuidado, para tirar de lá o suposto alfinete. Volto a picar-me! Dou um safanão à mão e é quando vejo um alfinete chamado ABELHA a saltar-me da mão para o chão. A mão dói-me e começa a inchar. Pânico!!! Nunca fui picada por uma abelha, não faço a mínima ideia se sou alérgica. Um bocadinho assustada, mas a acalmar-me à medida que os segundos passam dirijo-me de novo para dentro do estádio onde estava instalada a meta da prova. Procuro a ambulância, mas como todos os atletas já tinham chegado, já se tinha ido embora. Eu só queria que alguém me visse aquilo e eventualmente me tirasse o ferrão, desinfectasse e me dissessem que estava tudo bem, para eu não me preocupar. Encontro um senhor que devia ser da organização ou do estádio e ele acompanha-me enquanto vamos à procura do médico da equipa do Fofó. Não está e ao que parece não há (ou ninguém sabe onde está) uma caixa de primeiros socorros. Lindo... Então, o homem vira-se para mim, aponta para um grupo se pessoas e diz "Vai até ali e pergunta pela senhora ??? (não me lembro do nome da senhora, grande falha minha). Ela é médica e saberá o que fazer".
Muito timidamente, até porque já não me estava a doer muito e o inchaço não era assim tão grande, fui até lá e perguntei pela senhora. Uma rapariga mais nova que eu, diz "Mãe, esta senhora está a perguntar por ti". Peço desculpa pelo incómodo, explico que fui picada por uma abelha e que não sei bem o que fazer, porque nunca fui picada na vida. Ela olha-me para a mão, o filho e a filha também. Vão dizendo uns para os outros "está aqui o ferrão", "não, está aqui", "não, não vejo nada". A senhora foi super prestável e após um exame a "olhómetro" chegou à conclusão que o ferrão não parecia estar lá. Já devia ter caído ou se calhar nunca lá esteve espetado.  Já me falava em irmos para o centro de saúde, mas eu disse que não valia a pena. Foi comigo até um café, pediu gelo e ainda me escreveu numa folha o nome de dois medicamentos, só para o caso de o inchaço não diminuir com o gelo. Foi super simpática e prestável e estou-lhe muito agradecida.
No final, em conversa, disse-me que estava ali porque era a parente mais próxima do Francisco Lázaro. Prima em não sei quantos graus. Uau! Fui "atendida" pela família do Francisco Lázaro.
Uma peripécia que vivi nesse dia depois de 10 km não muito fáceis. Nunca mais me esqueço desta prova, por tudo o que aconteceu durante e após a mesma. Inesquecível!

E pronto, chega de histórias por hoje.

No domingo tenho mais uma prova, os 20 km de Cascais. 
Há uns anos, nos primeiros da faculdade, costumava ir de vez em quando andar de bicicleta de Cascais até ao Guincho com 2 amigos. Alugávamos uma "Bica" em Cascais, metíamos as nossas mochilas com comida no cestinho à frente e pedalávamos até ao Guincho. No Guincho faziamos uma espécie de picnic e depois voltávamos tudo para trás. O Guincho já é uma zona ventosa, mas lembro-me de uma vez em que apanhámos mesmo muito vento e quase não conseguiamos pedalar. Na volta não precisámos de pedalar, o vento empurráva-nos!
Algumas fotos tiradas nessas passeatas:
Aí vou eu a caminho.
Ainda agora a começar. Ao pé da Boca do Inferno.
Os meus amigos a darem um "passou bem" em andamento.
Comigo não dava, que eu estatelava-me logo no chão.
Observando a vista
Já na zona do Guincho, com vista para a Serra de Sintra

E com esta bela paisagem despeço-me. Espero que se tenham rido um bocadinho. Eu cá ri-me ao lembrar-me destas aventuras. Bom fim-de-semana e boas corridas! 




10 comentários:

  1. Em primeiro lugar ainda bem que o tom de hoje já é duma Isa mais animada! :)

    E obrigado por nos colocares um sorriso (um, não, muitos) à porta do fim-de-semana.

    Quanto ao vento que falaste no Guincho... pois... espero que não esteja no domingo. Já lá fui um ano (2008) que até ao retorno éramos empurrados mas depois de dar a volta no retorno, ui!, era quase uma passada para a frente duas para trás!
    Mas as previsões não estão a apontar para vento forte. Só frio.

    Beijinhos e venham mais histórias divertidas! :)

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    1. Estou mais animada e mais animada fiquei à medida que me ia lembrando destas cenas todas.
      Também espero que não esteja muito vento no domingo, senão vai mesmo custar-nos correr.
      Beijinhos e até domingo!

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  2. Maluca! Vais ver que o "passeio" de 20km até ao Guincho vai passar num instante. Força e boa corrida! Até domingo!

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  3. É como diz o João, já estás mais animada. Isso é bom.
    No domingo vais nas calmas e depois logo se vê.

    Beijinhos.

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    1. Sim, já me sinto um pouco mais optimista.
      Mas é que vou mesmo nas calmas. A única coisa que quero é chegar bem à meta.
      Beijinhos e obrigada pela força.

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  4. Assim sim...tás bem melhor e eu gosto. Gostei tb das histórias, particularmente da nr.1 e da Nr.4 - não conhecia o termo de galinha "cocó", que só por si já dá uma bela risada. E nunca tinhas sido ferrada por uma abelha? Eu fui montes de vezes, mas tb sou um rapazola da aldeia não é.
    Continua assim e diverte-te no domingo.
    P.S. Sabes que não é por teres treinado pouco nesta semana que te vai correr melhor ou pior no domingo. Descansas-te bem (o chamado "Tapering")...se não houver dores vais ver que vais fazer a corrida na boa.

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    1. É verdade, são mesmo conhecidas como cocós =)
      Nunca tinha sido picada, por isso não sabia bem o que fazer, mas felizmente foi só a dor na altura e o inchaço depois passou.
      O problema é que eu não tenho treinado nada de especial nas últimas semanas, não foi só nesta que passou. Mas se for nas calmas e se não tiver dores, faz-se.
      Beijos

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  5. Olá Isa,
    A senhora simpática que te auxiliou aquando da picada de abelha foi a Dra Laurinda Leitão, sobrinha-neta de Francisco Lázaro. Tive a oportunidade de travar conhecimento com a família aquando do percurso de homenagem a FL que organizei no dia anterior à prova e, desde então, mantivemos o contacto. Vou-lhe transmitir os teus agradecimentos :)

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    1. Olá Paulo.
      Como o mundo é pequeno. Se lhe puderes agradecer, é só falares-lhe da picada de abelha no final da prova que ela deve lembrar-se :) Muito obrigada.
      Bom fim-de-semana e boas corridas.

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