Dizia eu noutro dia que não fazia treinos longos, com mais de 1h, desde a Meia.
Bem, para percorrer os 11,458m da Corrida do Monge demorei 1h57m!
Querias 1 treino longo? Pois levas com um treino longo e bem intenso!
Domingo amanheceu um dia quentinho...ou não...
Estava cá um friozinho gelado. E eu de calçõezinhos. Felizmente que levei um casaco.
Tinha combinado com a Rute para ela me dar boleia (mais uma vez obrigada) e antes da hora combinada já ambas estávamos no ponto de encontro. Ela tinha decorado bem o caminho e chegámos sem qualquer problema ao local de partida. Levantámos os dorsais, fizemos tempo e mais perto da hora de partida vimos o Jorge Branco (que foi quem nos deu a conhecer esta prova) e trocámos umas palavras. Também encontrámos o João e o Vitor. Tivemos na converseta até à hora de partida e às 10h30 foi dada a partida.
Para começar em beleza nada como uma rampa. Por aí aos 500m já não víamos o Jorge... Só o voltámos a ver na meta.
Algures durante a subida juntou-se a nós um conhecido do João, seguimos sempre os 5.
Fomos subindo, subindo, subindo e basicamente foi quase sempre a subir até por volta dos 4km. Uma coisa levezinha portanto...
Os rapazes já gozavam sempre que chegávamos a um cruzamento. Se para a esquerda era a descer e para a direita era a subir, claro que o caminho só poderia ser para a direita =P
Esta foto foi tirada de cima. Nós subimos isto! |
Vale ou não vale a pena fazer esta prova? |
Por volta do km 4 havia abastecimento e se bem me lembro a partir desta altura começamos a descer.
Está um bocado desfocada esta. Só prova que eu ia a correr nesta altura... |
Ali está a marca do 5ºkm e o pessoal lá à frente a correr. |
Como podem ver pelas fotos, o percurso é lindissimo, mas é mesmo pelo meio do mato.
Nas descidas tinhamos de nos agarrar aos ramos das árvores e ver bem onde punhamos os pés. Mais do que uma vez escorreguei e não sei como não torci um pé. Por vezes colocava mal os pés e não sei como não terminei a prova com um pé todo torcido. Os meus ténis não são, de todo, adequados ao trail running, mas estiveram à altura do desafio. Mas tenho de pensar em comprar uns ténis mais adequados a este tipo de piso, até porque a maior parte dos meus treinos são feitos em Monsanto, em terra batida.
Entre o km 5 e 8 mais ou menos foi a zona do percurso mais espectacular. Sinceramente só me apetecia parar em cada sítio para tirar fotos, mas os rapazes já iam um pouco à frente e eu e a Rute começamos a ficar um pouco para trás. Por isso se querem mesmo saber como é esta zona têm de participar no próximo ano =P.
Vou só dizer que tem um riacho e o percurso vai andando mais ou menos aos "esses" enquanto vamos passando por ínumeras pontezinhas de madeira. Lindo, lindo, lindo!
Estes kms foram tão "técnicos" e tão bonitos que eu nem me sentia cansada, até porque uma pessoa vai tão maravilhada e tão concentrada em ver onde põe os pés, que nem dá pelo cansaço.
Por volta do km 8 começamos de novo a subir, foi quando um senhor da organização nos disse que ainda vinha aí a "jeitosa". Ora quem é esta jeitosa?
Como é obvio vamos todos a andar. Não sei se percebem que isto parece mais uma parede de escalada... |
Foto tirada mais ou menos a meio da subida. Já tinhamos subido isto, já só faltava... |
isto. Mas íamos todos a correr...claro que sim...=P |
Mas a subida compensa:
A foto é o que se arranja. Foi tirada com o telemóvel. Mas vê-se até à Ponte 25 de Abril.
|
Depois desta subida do outro mundo, se bem me lembro, ainda subíamos mais um bocado até chegarmos a mais um abastecimento, onde simpaticamente nos disseram que daí para a frente era sempre a descer até à meta.
Oh que alegria!
Os rapazes lançaram-se descida abaixo como se não houvesse amanhã. E nós as duas íamos atrás.
Não consigo ter grande confiança numa descida onde há montes de pedras no chão e inclusivé algumas zonas enlameadas. Ainda por cima com os meus ténis nada adequados a este tipo de piso. Fui ficando para trás. Até que a certa altura começou a dar-me uma dor de burro, mas uma "Sra. dor de burro". Era uma dor bem aguda e que não me queria deixar.
Já tenho tido dores de burro noutras ocasiões, mas normalmente não chego a parar, porque passam passados uns segundos ou uns minutos. Para além disso não costumam ser tão fortes.
Comecei a ficar mais para trás. Até que tive de começar a andar...em plena descida. Não suportava a dor.
Não deixa de ser irónico que quando todos se lançam pela encosta abaixo, eu tenha de andar...
A Rute percebeu que se passava alguma coisa, mas incentivou-me a continuar. A descida foi quase um suplicio. Corria, andava, tentava correr mais um pouco, andava.
Já estávamos na povoação e havia alguns sítios com pessoal da organização a indicar-nos o caminho. Perguntei a um senhor quanto faltava para a meta. Pareceu-me perceber 150m. Corri mais um pouco. Cheguei ao pé de outro senhor. Voltei a perguntar. Este sim disse 150m(ou seriam 250?já nem sei). Vi que o João e a Rute tinham esperado por mim e lá tentei correr mais um bocadinho.
Eu e a Rute cruzámos a meta de mãos no ar.
Passados uns minutos já me tinha passado a dor. Felizmente.
À chegada tivemos direito a pão com chouriço (tão bom), um sumo, uma maçã, água e uma t-shirt.
Cheguei com as pernas um pouco sujas da terra e um arranhãozito numa das pernas.
E eu preocupada...
A organização esteve 5*.
Não tenho falhas a apontar. O percurso todo bem sinalizado, ora por fitas, ora por pessoal da organização. Nunca nos perdemos.
Um percurso muito variado e de fazer inveja a muitas provas.
E dois abastecimentos sempre com pessoas muito simpáticas a motivarem-nos.
E no final pãozinho com chouriço!
(pelo que sei ainda tinhamos direito a duches e massagens!)
O que se pode pedir mais?
A experiência é para repetir, pois eu adorei!
Sempre fui aventureira e já tinha o feeling que iria adorar esta experiência. Não estava à espera de um percurso tão duro e tão técnico. Na minha cabeça visualizava um género de Monsanto, talvez com algumas zonas mais dificeis mas, de facto, as parecenças são poucas.
Mas gostei mesmo muito e quero repetir. Muitas, muitas vezes =D
Obrigada caros companheiros de prova! A vossa companhia foi optima. Até breve!
E obrigada Jorge por me teres indicado esta prova.