quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

INSCRITOS, a melhor forma de terminar 2015

Ultra Trail da Serra de São Mamede

Faltam 134 dias para o sonho! =)
Sim, é uma loucura. Sim, vamos ter que treinar à séria nos próximos 4 meses e meio.
Sim, estamos mesmo a falar dos 100 km de São Mamede.

Parece-me uma forma excelente de terminarmos o ano de 2015, a inscrever-nos para A prova no ano de 2016 :)

Um excelente 2016 para todos!
Cometam algumas loucuras!

sábado, 26 de dezembro de 2015

Meia-Maratona dos Descobrimentos e GP do Natal, duas boas provas de estrada

Meia-Maratona dos Descobrimentos, 6/12

Temos andado um pouco ausentes do mundo blogueiro mas continuamos a correr.
Há falta de tempo para escrever mas para correr arranja-se sempre um tempinho :)

Em primeiro lugar, esperamos que tenham todos tido um Feliz Natal junto daqueles que mais amam.
Agora toca a correr para abater essas calorias todas ;)

Visto que desde a última vez que escrevi já participámos em duas corridas, e porque daqui a uns dias já vamos participar em outras duas, desta vez vou ter que despachar duas provas num só artigo, antes que fique com isto ainda mais em atraso.

Na semana a seguir a Barrancos voltámos à estrada, à excelente Meia dos Descobrimentos! Prova onde permanece o meu recorde pessoal, já lá vão 2 anos!!! E ainda não foi desta que o bati. Mesmo assim fizemos uma excelente prova e um dos meus melhores tempos a uma meia e o melhor do ano.
E somos totalistas desta prova, já lá vão 3 edições :)

Infelizmente, tal como possivelmente já leram (há quase 1 mês atrás...) no blogue do João Lima, ele não pôde participar mas fez questão de ir apoiar toda a equipa.
Neste dia éramos 4 atletas na meia e um nos 10 km. 
O João Cravo foi aos 10 km e fez algo de fenomenal!!! Baixou dos 50 minutos!!! Ganda maluco! :) 

Nós e o Orlando. Falta o Eberhard e o Cravo.
Foto tirada pelo João Lima,
sempre a apoiar os amigos e companheiros de equipa.
O casalito sempre bem-disposto.

Eu teria gostado muito de ter batido o meu recorde pessoal à meia, mas sabia que não seria fácil até porque na semana anterior tínhamos percorrido 30 e tal km por trilhos e estado em prova cerca de 7h, por isso o objectivo era apenas dar o máximo e tentar fazer um bom tempo, na casa das 2h e pouco.
Começámos bem e percebemos que a prova iria correr relativamente bem, estávamos a sentir-nos bem.
Por volta do km 5 encostámos à amiga Sandra e ao amigo Catita, iam a um bom ritmo e decidimos seguir atrás deles enquanto aguentássemos. Foram umas excelente lebres :)


Lá vai a gente e junto à grade a amiga Sandra e o amigo Catita, as nossas lebres :)

Aguentámos vários km's atrás deles, fizemos o retorno e continuávamos estáveis atrás deles, até que ao km 15 ou 16 eles começaram a acelerar um pouco mas nós não tínhamos aquela força extra e deixámo-nos ficar para trás, seguindo ao nosso ritmo. 
Entretanto assistimos a uma cena à filme. Junto a um bar, várias carrinhas da polícia de intervenção e algumas pessoas a serem revistadas, e outras a serem algemadas contra a parede! Ca cena!
Quando passámos para lá estava a malta toda animada no bar e à porta do bar, no regresso foi isto.
Continuámos na nossa corrida, eu já em esforço mas determinada a tentar fazer à volta de 2h03m.



Objectivo cumprido. Tempo de chip 2h03m23s =)
Em 17 meias-maratonas foi, se não estou em erro, o meu quarto melhor tempo. 

Claramente satisfeitos após uma manhã muito bem passada.

Grande Prémio Natal, 13/12

Na semana seguinte ficámos novamente por Lisboa, desta vez para uma corrida de 10 km, o GP de Natal.
O objectivo para esta prova era dar o máximo e tentar novo recorde pessoal, após o inesperado na Luzia Dias há pouco mais de 1 mês.
O inicio fez-nos perder alguns segundos preciosos, com demasiados atletas e com uma zona mais estreita estivemos praticamente parados durante alguns segundos. Durante a prova o Vitor foi sempre a puxar por mim e por vezes tínhamos que ir aos esses para ultrapassar outros atletas. 
A prova começa em Entrecampos, segue até ao Saldanha onde voltamos para trás, passando novamente em Entrecampos, seguindo até ao fundo do Campo Grande e depois novamente tudo para trás até ao Saldanha. Esta zona é plana, tirando os vários túneis que temos que descer e subir e que nos fazem perder algum gás nas subidas. O que vale é que ao chegar pela segunda vez ao Saldanha, é sempre a descer até ao Marquês de Pombal e depois sempre a descer até aos Restauradores onde estava instalada a meta.
Na Avenida Fontes Pereira de Melo foi tentar recuperar algum do tempo perdido inicialmente e acelerar por ali abaixo pois ainda havia alguma esperança.

Eu a olhar para o relógio a controlar a coisa.
Percebe-se pela nossa passada larga que íamos a acelerar :)

A umas centenas de metros damos um ultimo esticão mas já não dava para recorde.
Tempo de chip: 53m24s, a meros 15 segundos do meu recorde da Corrida Luzia Dias.
Foi o meu segundo melhor tempo de sempre, por isso apesar de alguma frustração por ficar tão perto, também ficámos satisfeitos pois foi um excelente tempo.



Foram duas boas provas de estrada, adorámos poder acelerar um pouco. Apesar de nos dividirmos entre trilhos e estrada, é bom saber que até estamos a correr rápido (para os meus padrões).

Até ao final do ano, temos ainda a S.Silvestre dos Olivais e a S.Silvestre da Amadora.
Tentarei também escrever um artigo com o balanço das corridas de 2015 e com os objectivos para 2016, mas vamos lá ver quando teremos tempo para escrever tanta coisa.

Se não voltarmos a escrever até ao final do ano, 

UM FELIZ 2016 PARA TODOS!
CORRAM MUITO =)

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Trail Transfronteiriço de Barrancos, uma prova bem bonita

No passado sábado, dia 28 de Novembro, estávamos em Barrancos a alinhar à partida dos 55 km de mais uma ultra.
O meu maior receio era um ataque de frieiras, mas felizmente na sexta-feira, milagrosamente, comecei a melhorar. Apesar de melhor, ainda tinha algumas frieiras e tinha receio que elas piorassem com o frio. O tempo previsto para este dia até era uma temperatura perto dos 20ºC (em finais de Novembro!!! o tempo está mesmo louco!), o problema eram as mínimas e logo de manhã estava cá um friozinho que o Vitor (e quase todos os atletas) teve logo a ideia de nos colocarmos ao sol enquanto não começava a prova.
Na partida encontrámos o Sílvio Horta, que já havíamos visto no dia anterior, pois ele jantou no mesmo restaurante que nós, e ele falou-nos que havia um corte a meio....mau mau Maria...tentei não ligar muito mas a verdade é que já me começo a passar com regulamentos que existem só para enfeitar, visto que depois as organizações os alteram a seu bel prazer...


Estamos nós na partida a tentar ouvir o briefing mas é impossível pois o barulho dos atletas é muito e o som da organização é muito...baixo...quando olhamos para o lado e vemos 3 atletas agarrados a um cabo e com a frase "Me atrevo". Quando percebemos que o atleta do meio era invisual até nos caiu tudo. Uma pessoa cega a fazer trail! Claro que entretanto já fui pesquisar sobre este grande atleta e não há palavras. É de uma coragem enorme e de uma vontade de viver incrível! E ainda andamos nós às vezes a queixar-nos de coisas que não interessam nada. Mais informações sobre o Emilio aqui. Simplesmente brutal!!!

Emilio, ao meio, e os seus companheiros de aventura.
Foto tirada do Facebook da prova
Ora, vamos lá então à prova. Às 9h é dada a partida e aí vamos nós. Muitos espanhóis a darem alegria à prova. Cedo ficamos no grupo de trás, junto a alguns espanhóis, o atleta vassoura segue conosco e vai comentando que os primeiros 20 km são de muito sobe e desce e muito massacrantes, também fala no tal barramento....mas nem tivemos paciência para nos chatearmos. Ora não é que os senhores queriam que fizéssemos 41km em 7h? E o melhor de tudo é que isto está tão bem organizado e tão bem distribuído que depois tínhamos 5h!!!!!!! para fazer apenas 14 km!!! Qual é a lógica disto? Alguém me explica?
Por isso, para não me chatear, segui caminho feliz por estar a viver mais uma aventura ao lado do meu companheiro.
Começa a fazer calor, cedo tive que tirar as luvas, a gola e a fita "tapa-orelhas". Apesar de algum calor, as frieiras ainda se fizeram notar nos joelhos e ombros, embora sem grande transtorno.

Km's iniciais.
Vista para Barrancos.
Apesar do trail se chamar "transfronteiriço", este ano não foi possível irmos a Espanha mas passámos mesmo ali ao lado como podem ver pela seguinte foto.

Fronteira.
Ali é Espanha.
Aqui é Portugal.

Se nos km's iniciais, apesar de algum sobe e desce, até íamos a um bom ritmo, a seguir havia uma zona bastante técnica onde era quase impossível correr, apesar de até ser mais ou menos plana.
Entretanto chegámos ao primeiro abastecimento e era um daqueles mesmo bons! Só coisas deliciosas :)


Lá começa isto a subir...

Ora bom dia burritos lindos!
E olá cavalitos giraços!

Começámos a descer e em sentido contrário vinham muitos caminheiros. Entrámos numa zona junto ao rio bem bonita e onde nos cruzámos com vários caminheiros em sentido contrário. Não muitos km's depois chegámos ao segundo abastecimento onde se fazia a separação das prova. Seguimos rumo aos 55 km. Zona mais corrível onde aproveitámos para dar corda aos sapatos mas com a tal história do barramento, não nos parecia que conseguíssemos, por isso decidimos aproveitar a aventura ao máximo. Ao menos seríamos felizes na distância que nos permitissem fazer. E fomos =)

Chegámos então a uma zona lindíssima junto ao rio. A paisagem era espectacular e a descida bem a pique. Só pensava no Emilio...se nós íamos com mil cuidados, então como faria o Emilio? Apesar de ter duas pessoas a guiá-lo e a ajudá-lo, não pode com certeza ser fácil, mas mesmo assim ele superou tudo o que os restantes atletas superaram. 

Das zonas mais bonitas da prova
 e das mais bonitas que já vimos em qualquer prova.

Lindo, lindo, lindo!
A paisagem e o rapaz de amarelo ;)
Alentejo puro.
Uma vaca atravessa a estrada uns metros à nossa frente.
Outra olha para nós com certeza a pensar
"Mas ca raio fazem estes maganos aqui no meio do nada?" ;)
E de repente no meio do nada, um desfile de carros antigos!?!?!

A rapariga até estuga o passo embasbacada com esta cena.
Chegamos a mais um abastecimento onde falamos com outros atletas, pergunto a um atleta espanhol de onde é. É de Mérida.
Seguimos novamente caminho, rumo ao Castelo de Noudar, onde seria o tal barramento. Podemos ser barrados mas até lá nada nem ninguém nos impedirá de desfrutar destas paisagens magníficas e de tantos animais a alegrarem o nosso caminho.

Uns porcos pretos tentam entrar na prova a meio.
Assim não vale! Têm que alinhar à partida tal como todos!
Deixa cá tirar uma fotografia a estes gajos.
Não se vão escapar! Vou denunciá-los à organização!
Os infractores! =P

O habitual.
A Isa enternecida a olhar para animais.

E já se avista o castelo! E nós com quase 7h de prova e ainda nos 33 km...

Castelo de Noudar.
É ali que temos que chegar.
Entretanto a miúda passa-se e vai a voar.
Parece que apesar de já calcular que vão ser barrados, ela está apostada em divertir-se.

E chegamos ao castelo, mais à frente vejo o pessoal da organização a falar com os atletas que seguiam à nossa frente e percebo que lhes estão a explicar do barramento...
Chegamos junto ao pessoal da organização e começam-nos a explicar que como vai haver um corte ao km 41 que também é ali no castelo de Noudar, estão a avisar as pessoas que já não queiram seguir mais, pois estamos no km 35 mas faltam menos de 10 minutos para o limite. É humanamente impossível fazermos 6 km em menos de 10 minutos, toda a maneira como o corte oficial é só aos 41 km não nos podem impedir se quisermos dar esta volta de 6 km (para depois sermos barrados de qualquer maneira)....Não nos queríamos chatear mas não consegui evitar fazer algumas perguntas, sendo a primeira a óbvia, "Onde está isso no regulamento?", respondem que foi amplamente divulgado...pergunto onde visto que foi tão amplamente divulgado mas não chegou a todos os atletas, no Facebook respondem...Ah e tal sabemos que nem toda a gente tem FB mas foi amplamente divulgado e até foi dito no briefing antes da prova....Ora, pensem comigo, de que me serve que me avisem de um corte intermédio no briefing da prova...quando já estamos mais que inscritos e prontos a correr? Para além disso nós e muitos outros atletas não conseguimos sequer ouvir o briefing.

Eu tentei, continuei a perguntar porque não estava no regulamento, porque estas informações têm que constar do regulamento! Respondem-me que não está (admitem) e jogam a sua última cartada, no regulamento está escrito que a organização pode fazer alterações por razões bla bla bla bla. 
Explicam-me ainda que este corte é apenas por segurança, para evitar que os atletas façam uma zona perigosa já de noite...Respondo que deviam ter pensado nisso antes, ou os atletas passavam nessa dita zona mais cedo no percurso ou então nunca tinham colocado que as pessoas tinham 12h para completar a prova. "Pois, tem razão, mas foi para segurança dos atletas."
Acabei por desistir de argumentar. Foram super educados comigo, mas parecia que tinham sempre uma desculpa sempre que eu fazia uma nova pergunta.
Ficámos ali, barrados com mais não sei quantos atletas.
Não deixa de ser curioso três factos:

  • A tal ampla divulgação, foi de facto apenas no FB e já fui à procura e o que encontrei foi apenas um comentário em resposta à pergunta de alguém a dizer que vai haver um corte ao km 41 às 7h de prova. Amplamente divulgado como podem ver;
  • No regulamento tinhamos 12h para completar a prova, é no mínimo curioso que o último a chegar o tenha conseguido em 10h e pouco;
  • O corte faz tanto sentido, que tínhamos que fazer 41 km em 7h mas depois estávamos à vontade, com 5h! para fazer apenas 14 km.

Aceitamos cortes, aliás aceitámos muito bem nos Abutres, mas são cortes que estejam no regulamento no momento da inscrição e que não sejam inventados após as pessoas já estarem inscritas.

Finalizada a nossa participação na prova, regressámos juntamente com mais 4 atletas numa carrinha da organização. Mas ainda estavam no mínimo 3 atletas atrás de nós e com certeza ainda vários entre o km 35 e o 41, portanto estamos a falar ainda de num número significativo de atletas que foram de propósito a Barrancos, fizeram centenas de km's para serem barrados por algo que não constava do regulamento.

Castelo de Noudar, onde fomos barrados.

Findo este assunto, tomámos uma bela banhoca, jantámos no restaurante "A Esquina" que recomendamos amplamente ;) e no dia seguinte aproveitámos para passear. O nosso país tem mesmo locais lindíssimos.

Foi mais uma aventura deste casal :)
Apesar do barramento, adorámos a prova, muito bonita, bons abastecimentos e dura qb.

Os famosos touros de Barrancos.
Vista de Barrancos.
Sem dúvida um sítio a regressar.
Mourão, com o Alqueva e Monsaraz ao fundo.
Monsaraz, lindo, lindo, lindo!
Monsaraz.
Homenagem ao Cante Alentejano.

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Vamos ali a Barrancos correr 55 km e já voltamos :)

Alguns de vocês já sabem, outros já perceberam e entretanto com a falta de tempo nunca mais escrevi sobre a nossa próxima grande aventura, o Ultra Trail Transfronteiriço de Barrancos.
Mas porque acham que fomos correr um trail a Grândola? Fomos familiarizar-nos um pouco mais com as planícies do Alentejo... ;)

A culpa é do Vitor...uns dias depois da ultra dos Templários fez-me uma surpresa...ah e tal um convite para um passeio romântico em Barrancos, chamou-lhe ele...e eu fui na cantiga...o meu homem sabe que para mim não há passeio mais romântico do que ir para o meio dos montes respirar ar puro, a transpirar, a fazer um esforço danado para subir rampas intermináveis e a correr só por correr :)

E assim cá estamos nós a uns dias de mais uma grande aventura. Ansiosos por correr numa zona nova e ainda por cima será a primeira vez que iremos correr por trilhos estrangeiros. 

Agora a má notícia. No passado domingo fomos fazer o nosso último treino de trilhos, em Monsanto. O plano era fazer uma média de 6 km/h e correr cerca de 3h, completando assim uns 18 km. Estávamos a sentir-nos mesmo bem e a correr acima da média desejada, a 7 e tal km/h o que é excelente para trilhos. Mas aos poucos eu estava a ficar com cada vez mais comichão no corpo. E sabem que comichão era esta? Frieiras!!! Amigos, se nunca tiveram considerem-se pessoas de sorte. Eu já tive algumas vezes, é conforme os anos. Mas nunca tinha tido um ataque como o de domingo. Basicamente tinha comichão em praticamente todo o corpo (na farmácia acharam que eu era um caso raro...sorte a minha...) e tivemos que abortar o treino com 12 km. Cheguei a pensar que era alguma alergia mas não. Precisava urgentemente de um banho quente! O treino foi curto mas ao menos foi de qualidade, pois a média total foi 8,25km/h. Se corrêssemos assim em todas as provas de trilhos era um ritmo excelente!

Depois do banho quente e de espalhar creme por todo o corpo a coisa melhorou. Da parte da tarde mantinha-se apenas nalgumas zonas e uma comichão mais leve. Tenho estado assim toda a semana...volta e meia dá-me uma comichão em algumas zonas, sendo que as zonas mais sensíveis são os joelhos, os pés, as coxas e as mãos. É bastante incómodo e tenho tentado não pensar muito em como vai ser correr 55 km com temperaturas máximas de 18ºC mas mínimas de 5ºC...mas confesso que estou com algum receio. Só sei que estou a dar o meu melhor, tenho feito tudo para evitar que estas frieiras safadas me lixem, ando bem agasalhada e ponho um creme especial todos os dias. 

Só quero ter o prometido passeio romântico em Barrancos, com cansaço, suor, lágrimas se for preciso, mas sem frieiras! :)

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Meia Maratona da Nazaré, e já lá vão 16 meias

No domingo, dia 15 de Novembro, fomos com o amigo João até à Nazaré para corrermos uma das meias mais emblemáticas do nosso país, aquela que é denominada de "Mãe". Ora, eu fui lá pelo 3ºano consecutivo, sendo que no ano passado fizemos a mini. Assim, esta era a primeira vez que o Vitor ia à Nazaré fazer mesmo a meia.

Infelizmente durante a viagem o tema de conversa foi muito triste. Os atentados em Paris na sexta-feira anterior deixaram-nos a todos em estado de choque. Como sabem ainda este ano lá estivemos para correr a belíssima Maratona de Paris. É triste ver o mundo assim. 
Esta Meia não nos correu muito bem. A nenhum dos três, mas todos sabemos como isso pouco importa. O facto de estarmos vivos e podermos celebrar a vida correndo é algo pelo qual estamos extremamente agradecidos e continuaremos a correr enquanto as nossas pernas o permitirem.

Chegados à Nazaré fomos levantar os nossos dorsais e vimos algumas caras conhecidas.
Depois de um breve aquecimento e dos habituais xixis =P, seguimos para a grelha da partida onde foi feita uma homenagem surpresa ao speaker, um senhor que muito tem feito por esta corrida ao longo dos anos.



Com os meus companheiros de equipa, o amigo João e o meu Vitor :)

Alinhámos à linha da partida, cada um com os seus receios mas confiantes. 
O João seguiu sozinho e eu segui atrás da minha lebre. "Calma Vitor, vamos a 5 e pouco! Isto não são 10 km, é uma Meia!". Mas íamos a sentir-nos bem, com as pernas leves. Esquecemo-nos que já eram 11h da manhã e que estava um autêntico dia de Verão...
Este ano, devido a umas obras, a prova tinha uma ligeira alteração mas no geral estava semelhante aos anos anteriores.

Km's iniciais.
Ainda a correr com alegria.

A volta inicial à Nazaré foi feita a bom ritmo e a sentirmo-nos bem mas depois acabámos por acalmar um pouco. Já em direcção a Famalicão, numa subida, oiço de repente um som vindo de cima. Era uma ave de rapina a planar acima de nós. Uma imagem bonita. Seguimos em direcção a Famalicão já com muito calor a fazer-se sentir e fomos vendo a malta conhecida a passar já no retorno à Nazaré.
Havia ainda bastante malta nas ruas a apoiar, mas nesta altura já não íamos com a pica toda. Aliás, aos poucos estava a ver o meu objectivo de fazer 2h e pouco a ir por água abaixo. 
Ainda por cima percebemos logo que a prova não ia ter os 21 km mas sim à volta de 22 km pois por cada km que passávamos avançava mais uns 100 m. 
A quebra completa veio por volta do km 16, o calor estava a começar seriamente a afectar-me. Acho que o problema foi o facto de já estarmos em Novembro e o corpo ter-se desabituado de calor.
Tive que andar. Interessa é continuar em frente.
Daqui para a frente alternámos entre corrida e caminhada. Por várias vezes me lembrei das vítimas dos atentados em Paris. Ia a caminhar numa meia, ia estafada e só queria atravessar a linha da meta. O Vitor ia igual. Mas é algo a que damos imenso valor, o facto de simplesmente podermos correr, por muito que às vezes custe muito, por vezes que às vezes seja mais correr em sofrimento do que correr em alegria.

E assim continuámos em frente, até ao fim.

Quase a chegar à meta.
"Tchiiii Vitor...já viste isto? Vamos acabar com um tempo da treta!"
"E tu, tás a olhar pra onde?" =P

Foram 22 km feitos em 2h20m. Mesmo com o km a mais esperávamos um tempo melhorzito mas está-se bem. Terminámos mais uma meia e isso é algo de fantástico. O Vitor vai sei lá já com quantas (nem ele sabe...mas devem ser mais de 30) e eu já tenho 16 meias. Há 3 anos e pouco fiz a primeira :)
E o melhor de tudo é que terminámos mais uma meia pelas nossas próprias pernas e não pelas dos outros... mas enfim isso são histórias que não são para aqui chamadas. Apenas quero dizer que acho muito triste falcatruas no desporto. O desporto é alegria, é esforço, dedicação e por vezes sofrimento. 
Por isso tenho um grande orgulho nas nossas 2h20 e nas 2h07 do João. São tempos menos bons? Que sejam! Mas foram feitos com as nossas pernas e com o nosso suor.

Os 22 km são rapidamente perdoados quando vimos esta maravilhosa foto
do colorido na Nazaré.

Apesar de ter tido 1 km extra, nós sabemos que esta meia é fantástica na mesma. O percurso é bonito e variado e tem muita gente a apoiar junto às localidades. E na Meia mais antiga do país, não é por uma edição correr menos bem que isso nos fará esquecer tudo o que já foi feito para trás e todo o carinho que nos é transmitido nesta corrida

Sempre que possível voltaremos à "Mãe".