quarta-feira, 18 de outubro de 2017

UTRP, uma prova enguiçada

E vão mais de dois meses sem escrever no blogue.
Mas há uma explicação, várias. 
Vamos por partes.

A Rocha da Pena coincidiu com o inicio de um novo desafio profissional. Está a correr tudo bem e está a ser uma óptima experiência mas estou a começar, há muita coisa a aprender. Chego ao final do dia muito cansada e sem vontade nenhuma de ligar o computador, quanto mais escrever.

Gostava de vos dizer que nestes dois meses temos corrido muito, imenso...mas não é bem assim...

Depois de meses de preparação e de finalmente nos sentirmos aptos a terminar uma prova como a Rocha da Pena chegou o grande dia. E o grande dia para mim terminou logo ao km 18:

5 pontos depois...

Voltei a esbardalhar-me! Só que desta vez foi à grande.

Não tem grande história. Mais um fim-de-semana de calor, embora nada comparado com o calor da edição de 2016! 
Levantámos os dorsais no dia anterior em Salir e logo nos reconheceram. Que desta vez é que era! Desta vez íamos conseguir! Pois....
Até tive direito ao dorsal número 8! Foram uns queridos. Sempre o dissemos e continuamos a dizer esta organização é do melhor que há. Impecáveis!

Ali está ela...a Rocha da Pena
Duas caras sorridentes antes da prova.

Estávamos optimistas mas sentíamos respeito pelo que tínhamos pela frente. Não seria brincadeira. Mas mais que nunca sentíamos que íamos conseguir.

E aí vamos nós...
Sorrisos
E mais sorrisos.

Até por volta do km 18 corremos bem e felizes. Soltámos um ou outro palavrão pelo meio, com aquelas subidas não dá para evitar, mas o panorama geral era bom. 
Os abastecimentos bons como sempre, os voluntários simpáticos e prestáveis como sempre.

À saída do segundo abastecimento, com 18 km e pouco tínhamos uma zona de terra batida (piso igual ao das fotos) que era ligeiramente a descer. Sentia-me muito bem, toca a acelerar. Claro que o nosso "acelerar" não é igual ao dos outros mas ainda assim era a acelerar um pouco visto que era uma zona plana e a descer. 

Mais uma vez, e tal como das outras duas vezes que me esbardalhei este ano, nem dei pela coisa, quando dei por mim já tinha tropeçado em algo e já me estava a esbardalhar no chão. Pequeno problema...para além das dores que até nem eram muito fortes, tinha aberto o joelho...um corte ainda feio. O Vitor assim que olhou para aquilo disse logo que eu não ia poder continuar, mas eu recusando-me a acreditar em tanto azar neguei. 

Tive sorte. Caí poucos metros depois do abastecimento, foi só andar para trás uns 100 ou 200 metros. Lá chegada fui vista por uns bombeiros e enfermeiros que me desinfectaram a ferida mas que disseram logo que ia precisar de pontos e que ali não tinham médicos, só junto à meta... Ainda em negação perguntei se não me podiam coser o joelho ali mesmo para eu continuar em prova...Santa inocência...Responderam-me logo que não, que mesmo que me cosessem ali, com os km's todos que ainda faltavam e com o simples acto de correr iria abrir os pontos. Tive que me resignar. A minha aventura tinha terminado ali :(
Nem sequer cheguei à mítica Subida do Inferno :(

Depois seguiu-se o mais difícil, convencer o Vítor a continuar. Ele não queria seguir sem mim, mas tive que insistir. Ao menos que um de nós terminasse! E ele lá seguiu caminho.

Fui transportada para a meta, levaram-me até à tenda médica e lá fui cosida por um médico do Hospital de Loulé. Levei 5 pontos.

Entretanto sentei-me à espera do meu Vítor, mas infelizmente não esperei muito. Devido a fortes caimbras ele foi obrigado a desistir. Esta é uma situação recorrente, ele costuma sofrer bastante nalgumas provas com caimbras mas essa é outra situação que esperemos entretanto ter ficado resolvida.

E assim terminou a nossa aventura na Rocha da Pena.
Sinceramente esta prova parece enguiçada para nós. Por muito que tenha um carinho especial por ela ,e por muito que a organização seja fantástica, não sei se voltaremos. É provável que um dia sim. Algum dia vamos ter que a acabar, mas não sei se será tão proximamente quanto isso.

Até um dia destes Rocha da Pena?

Depois disto tive que andar a trocar o penso dia sim dia não e passado nem uma semana a enfermeira achou que já se podiam tirar os pontos. Nós não ficámos muito convencidos até porque aquilo ainda estava com um aspecto feínho mas ela tirou-os.
Estive duas semanas sem correr nada, até porque para além da ferida em si, tinha vários arranhões na perna e uma ferida mais pequena no outro joelho. E, claro, as dores...
Desde que comecei a correr que nunca tinha estado tanto tempo sem correr. 
Após as duas semanas comecei com algumas caminhadas e alguns passos de corrida mas tudo muito fraco pois o joelho doía-me. Entretanto o Vítor teve uma pequena operação, nada de grave, mas também teve que estar sem correr cerca de duas semanas.

Esbardalhanço Isa + Operação Vítor = Muito poucos treinos para a Maratona do Porto 

Mais de dois meses depois tenho uma "bela" marca no joelho e embora não me doa a correr, dói-me ao toque. Esta é daquelas cicatrizes que não desaparecem assim...penso mesmo que vou ficar com esta cicatriz para sempre. Ou seja, gosto tanto da Rocha da Pena que até fiz uma tatuagem =P

A duas semanas e meia da Maratona do Porto nunca treinámos tão pouco para uma maratona. 
Mas, como diz um amigo nosso, vamos acreditar :)

Para já é tudo, daqui a mais uns dias (vou tentar, vou tentar!!!) volto a escrever sobre a prova seguinte.

Corram amigos! Corram! Mas não se esbardalhem!