Semana menos boa e "Following Atticus"

Normalmente ando sempre aqui a chatear-vos com os meus treinos, quanto tempo corri, onde corri, o que senti. 

Se já há alguns dias que não digo nada, não é porque não tenha nada para dizer, é porque os treinos não têm corrido lá muito bem e o meu portátil não tem colaborado. 

Ele já é velhinho e o ano passado por esta altura começou a deitar fumo (literalmente), foi para arranjo e lá se tem aguentado. Mas agora tem demorado bastante a arrancar e até aceder à net tenho de esperar 30000 anos. Depois de tudo estar ok, funciona normalmente. I don't get it.

Mas falando em corridas.

A semana passada foi uma semana de emoções fortes, por outro lado, para o final da semana também foram daqueles dias que só as mulheres sabem como são...

Não sei se devido a uma destas coisas ou a ambas, os treinos não correram lá muito bem.

Vontade e motivação não me faltaram. Apesar do tempo que esteve eu tinha vontade de ir correr, mas quando começava a correr, as pernas parece que não colaboravam, assim como o resto do corpo. Parecia que não tinha forças.

Quinta-feira fui correr, mas sentia uma moleza enquanto corria que só corri escassos minutos.

Sexta-feira à tarde saí de casa cheia de pica para ir correr. Ia toda entusiasmada, mas aos 10 minutos tive de andar um bocadinho. Corri durante 1h10, ou melhor, o treino durou 1h10, corrida propriamente dita deve ter sido 1h, pois por algumas vezes andei durante uns segundos.

Depois domingo tinha combinado um treino com um amigo meu na Mata de Queluz. 

Sabe-se lá como, o S.Pedro deu umas tréguas e não choveu durante o treino que fizemos. Começámos logo em grande, com uma subida, e a respiração parecia não querer colaborar e só consegui estabilizar a respiração e as pulsações quando a subida acabou e começamos a correr a direito.

O piso era bastante irregular, muitas pedras soltas, troncos de árvores, folhas caídas no chão e, claro, muita lama (tanta que cheguei a casa e tive de lavar os ténis).

Haviam mais algumas pessoas a correr, umas quantas de bicicleta e outras a fazerem a sua caminhada matinal ou a passear os cães.

A certa altura deparámos com um labrador preto a ladrar-nos. Parámos para lhe tentar fazer umas festinhas (porque eu disse que estava muito cansada e só conseguiria continuar se fizesse umas festinhas a um cão...coisas à Isa...) e os donos disseram que ele era meiguinho e não fazia mal a ninguém, mas quando nos tentámos aproximar, ele começou a correr como que a fugir de nós (se calhar queria brincar à apanhada) e acabámos por desistir.

Seguimos caminho, sempre com muita atenção a ver onde colocávamos os pés. Por algumas vezes escorregámos, embora sempre sem cair.

Andámos por lá às voltas, ora subindo, ora descendo. 

A minha parte favorita foi quando ouvimos um rebanho de ovelhas. Digo "ouvimos" porque a mata de Queluz fica entre "muralhas" e não conseguimos ver para fora, por isso só ouvíamos o tinir dos badalos das ovelhas. Naquela altura senti-me no campo. Muito bom.

Corremos durante 45 minutos. Foi um treino bom, no sentido que treinei subidas e em terreno bastante inconstante, mas podia ter sido melhor se eu me sentisse a 100%. 

Estamos numa nova semana e espero estar com as energias renovadas e que os treinos voltem a decorrer normalmente.

Veremos já daqui a umas horas.

Provavelmente por estar a entrar numa nova fase da minha vida, tenho andado muito pensativa e muito espiritual.

Decidi voltar a ler um livro que tinha lido aqui há uns tempos e que me marcou. E muito.

Este livro tem tantas coisas que me dizem muito.

É fantástico, pois é uma história real. E gira à volta da amizade e companheirismo entre um homem e um cão e de como um dia esse cão leva um homem anteriormente sedentário a tomar uma decisão que mudará a sua vida para sempre.

Pode não ser sobre corrida, mas é sobre comunhão com a natureza. Uma busca pelo sentido da vida, chamemos-lhe assim. Penso que tem tudo a ver com corrida, apesar de não ser sobre corrida.

É um livro muito espiritual.

Fica aqui um vídeo. Pode ser que vos desperte curiosidade. Acho que o livro só há em inglês.

" I knew the moment I looked from Atticus to the surrounding mountains that  I'd never forget that day. My life had changed." (Tom Ryan - Following Atticus)

"Something was happening to the two of us in the mountains, and we were about to see the world in an entirely different way."(Tom Ryan - Following Atticus)

p.s. Outra coisa que adoro nesta história real, é que contra todas as probabilidades, um homem com excesso de peso e um cão minúsculo, fazem aquilo que outras pessoas ou cães que aparentemente têm uma melhor capacidade física e estão em melhor forma não fazem. Só prova uma coisa muito importante, se tivermos vontade e força a nível mental e espiritual CONSEGUIMOS!